Crítica teatral de “Dias de Chuva”

O MINIMALISMO REGADO DE UMA TOCANTE POESIA CÊNICA.

” O que fazer com a solidão? Como lidar com uma doença grave? Como lidar com o abandono? O que fazer quando não nos resta mais nada”?
O espetáculo DIAS DE CHUVA em cartaz no lindo e aconchegante Teatro Cesgranrio, é inspirado no universo e na vida de CAIO FERNANDO ABREU. Um autor que fala tão somente das emoções, das suas emoções, das suas buscas, esperanças, mazelas, dores íntimas. Na busca de uma liberdade interior, no exterior de uma vida que nos massacra. Na esperança dele e de todos nós, de dias mais amenos, felizes. Uma ânsia ferrenha pela presença, no meio de tantas ausências que vivemos. Um autor que nos revela suas frustrações, que passa a ser de todos nós.

O espetáculo DIAS DE CHUVA é pura poesia. Um texto que nos faz refletir profundamente. Como tratar, curar nossas faltas. CAIO FERNANDO ABREU abusa na qualidade da escrita e no direcionamento certeiro para nos atingir. O universo grandiloquente de sua poesia.

LUIS FELIPE PERINEI nos dá uma direção com a precisão de quem sabe por onde está caminhando. Cenário e figurino de IGNEZ QUINTELLA na medida, com um minimalismo correto. A iluminação de LUAN DE ALMEIDA, usa pouco de toda a qualidade do texto e de seu intérprete.
Uma trilha sonora envolvente, do tamanho que o espetáculo exige, feita por CANEDO e PERINEI.

O que dizer de RAFAEL CANEDO?! Verdade cênica, presença cênica, coragem cênica. Um ator entregue à cena. Dono das palavras de CAIO FERNANDO ABREU. Um corpo que fala, diz a que veio. Sobretudo um ator. Um ator de presença poética, condizente com um texto inquietante.

O mérito maior de DIAS DE CHUVA, é seu reflexivo texto e seu ator dotado de pura teatralidade. Seu primeiro monólogo feito com uma dignidade que a cena necessita. BRAVÍSSIMO!!!

DIAS DE CHUVA é assim: simplicidade com teatralidade.

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