QUANDO A COMÉDIA NOS TOCA, LEVANDO O RISO VERDADEIRAMENTE À ALMA. UM FEITO CÊNICO DE TALENTOS/INTÉRPRETES EM PRESENÇAS FLUENTES.
“UM DIA COMO OS OUTROS” é uma comédia que descreve uma família com seus mal entendidos, rancores e mágoas camuflados.
Numa comemoração de aniversário esses embates vem à tona expondo os sentimentos nessas relações humanas dessas pessoas em seus parentescos.
Ninguém sairá incólume desse provocamento humano, repleto de humor necessário e urgente, nos fazendo sorrir perante inúmeros comentários infelizes.
Um tom leve, moderno, capcioso, num divertimento agudo.
Uma cena teatral fluente, em elenco adequado, num coletivo de grande equilíbrio em suas performances.
A dramaturgia dos franceses AGNÈS JAOUI e JEAN-PIERRE BACRI, vencedora do prêmio Molière francês na categoria comédia, é irretocável em seu desenrolar. Provoca um riso factual/fundamentado e degustativo.
As personagens nos tocam, nos fazem rir muito, por nos identificarmos de imediato nas verdades e mazelas de cada um.
Direção de BIANCA BYINTON e LEONARDO NETO equalizando um humor num refletir ferrenho do texto. Escolha adequadíssima do elenco.
Um caminho/direção criativo e bem urdida, no delinear de um brilhantismo em competentes intérpretes.
Uma produção modesta e aparentemente muito bem cuidada de MARIA SIMAN.
O desenvolto cênico se apóia na tradução coloquial/correta de ANGELA LEITE LOPES, BARBARA DUVIVIER e BIANCA BYINTON.
LEONARDO NETO acompanha muito bem às cenas com a trilha sonora.
EMÍLIA DUCAN cria um figurino em tons pastéis/neutros, com pitadas de cores fortes, acertado e de elegância visível.
Iluminação de PAULO CÉSAR MEDEIROS fica totalmente nos brancos, hora mais potente, hora mais discreto, enfatizando os momentos de linguagem de um texto com nuances interpretativas. O talento na luz branca de um poderoso profissional.
Elenco de qualidade indiscutível e indissolúvel na cena de “UM DIA COMO OS OUTROS”. ANALU PRESTES, BIANCA BYINTON, SILVIA BUARQUE, MARCIO VISTO(revezando com ALEXANDRE DANTAS), esse último na estreia do espetáculo, FLAVIO PARDAL e LEANDRO CASTILHO.
Não consigo destacar ninguém numa reunião/palco/apoderamento, tão conectado dramaturgicamente.
Ah! Sim, preciso falar da perspicácia e elegância cênica de ANALU PRESTES e BIANCA BYINTON.
“UM DIA COMO OS OUTROS” é um trabalho homogêneo em talentos, sem nenhuma supremacia, com primazia, e sobressaindo a força cênica dos intérpretes e à verborragia e ao texto.
Recomendadíssimo.