Entrevista NECESSÁRIA: Ator e Autor: BRUNO DE SOUSA.

Continuando a comemoração de 01 ano do projeto,

o Blog/Site aclara no seu palco e abre a cortina nas – Entrevistas NECESSÁRIAS – para um dileto e necessário ator, que a pouco aportou nas terras cariocas, oriundo da Bahia, e tem produzido, criado e nos alentado com sua presença em cena – trabalhos dos mais expressivos no cenário teatral.

Bruno de Sousa é Bacharel em Artes Cênicas – ator – pela Universidade Federal da Bahia, reside no Rio de Janeiro a 8 anos e já trabalhou como ator em mais de 25 espetáculos profissionais.

Atuou, escreveu e dirigiu “Benedita”, seu primeiro monólogo, com mais de 19 prêmios e 30 indicações, circulando pelo Brasil pelo Projeto Palco Giratório, 2016.

“Benedita” faz 10 anos em cartaz em 2021.

O espetáculo já o fez detentor de melhor ator do ano em 2018 pelo Prêmio Cenym Nacional de Teatro.

Atuou também em diversos espetáculos do projeto Palco Literário – projeto de Arte-Literatura realizado em escolas cariocas.

Em 2020 foi vencedor do FESTIM – Festival de Macaé com o vídeo-poema: “Morada”, um trabalho autoral que mistura poesia e interpretação.

Realiza uma oficina online gratuita para Construção de Personagem e Monólogo; Oficina: “O Dono da Cena”.

Após a pandemia estreará um espetáculo novo com texto de Elísio Lopes Jr. – direção de Fernando Philbert, que está em fase de pré-produção e captação.

Iremos entrar agora no mundo do – Ator; Produtor Cultural; Escritor; Diretor e Professor de Interpretação:

Bruno de Sousa.

 

Bruno de Sousa.

 

 

Láureas/Troféus do espetáculo: “Benedita”.

 

 

Entrando na – Entrevista NECESSÁRIA – com Bruno de Sousa:

 

 

F.Fachetti Qual tem sido o retorno do seu reinventar pandêmico nas redes sociais, com os spoilers que faz com sua personagem “Benedita”?

Fale sobre a oficina “O Dono da Cena”. Como Funciona?

 

Bruno de Sousa – Essa palavra “reinvenção”, tão ultimamente falada e praticada já faz parte do nosso ofício há muito tempo. O artista está a todo tempo na corda bamba. Não só no aspecto subjetivo da criatividade, mas,principalmente, no âmbito da própria profissão que requer estratégias e readequações em prol de uma estabilidade financeira e gestão da carreira. O mundo foi pego de surpresa, atingiu todas as áreas, e nós artistas, fomos afetados imediatamente. Nosso palco se fechou, teatros se apagaram, produções audiovisuais pararam. Nos deparamos com a realidade violenta de não poder mais trabalhar em público, com público. Mas, o público ainda existia, existe.

O palco mudou para as redes, para as telas, a tecnologia nos amparou de alguma forma durante toda esse hiato em que ainda vivemos.

Eu sou um ator que prático muito (tento) Teatro, minha formação é essa, e a rotina cênica mesmo nas pré-produções, nos bastidores, requer planejamento e ensaios prolongados, no coletivo ou na ação individual. É uma criação contínua, sabe? A Pandemia impediu de certa forma esse modo de trabalho.

Vieram novos formatos de interação: as lives, os ensaios através de plataformas digitais, o cinema mais presente, o vídeo, além de uma nova linguagem que ainda estamos entendendo: o teatro virtual ( talvez não seja esse o nome / Existe Teatro Virtual?).

Falei tudo isso para chegar na minha forma de inserção nesse caos todo. Eu sou um artista inquieto. Eu não consigo ficar sem criar. É uma necessidade de expressão mesmo. Quando não estou em cartaz com alguma peça, estou escrevendo ou estudando ou planejando algo novo ou tudo junto ao mesmo tempo. É muito difícil. Porque às vezes, e na grande maioria, esse processo não acompanha o retorno financeiro por exemplo. Então essa palavra: “reinvenção”, permeia o meu ofício desde sempre – claro que em níveis e fases diferentes. O que posso fazer agora? Como posso vender meu produto? Como associar arte e pesquisa? Dentre outras inquietações.

Com tudo paralisado a partir de março de 2020, não vi outra saída: criar em casa, no meu celular, com os recursos que eu tinha e colocar no mundo. Naquele momento o mundo era a Internet. Confesso que comecei a escrever mais, ensaiar novos formatos, novos personagens, tirar do papel meus textos e transformá-los em vídeos, enfim, ocupar também a mente e não me deixar cair no abismo desolador da depressão ou do desespero.

Não diferente da maioria dos artistas, sofri muito com oscilações de incertezas, ainda sofro, mas optei seguir pelo caminho da Ação Artística. Benedita é uma personagem que me atravessa há bastante tempo. Em 2021 fazemos 10 anos de peça em cartaz. Para esse decanato eu tinha planos de novas temporadas, novas viagens, apresentações… tudo foi cancelado, tudo inviabilizado.

Eis que me deparei com a possibilidade de levar a personagem para a tela. Sempre fui resistente, confesso. Na minha cabeça a Benedita era uma personagem muito teatral, muito carregada, e era, é. Mas, qual o problema? Fui convencido de que o que mais importava era a comunicação, a empatia e o diálogo com o público. Foi quando tive a ideia de criar a série “BENEDITA em casa”. Reinventei-me (olha a palavra de novo!), a personagem se reinventou, o teatro mudou para os cômodos do meu apartamento e semanalmente lançava episódios da Benedita nas redes sociais. Foi uma delícia criativa. Porque eram textos novos, deslocados do monólogo cênico e totalmente voltados para temas do cotidiano, dos problemas sociais, da realidade da pandemia, enfim, a personagem viva que saiu da sua casa ( o teatro) para falar sobre outros assuntos com humor e reflexão.

Uma espectadora da peça e depois da série me deu um depoimento:

“Nossa! A Benedita tem uma magia tão forte que o Teatro a emprestou para outros veículos, né? Que bom! Ela está mais viva do que nunca.”

Ouvir aquilo me deu mais coragem e continuei com a série. A personagem cresceu muito, me proporcionou novas possibilidades, me deu ânimo, interagiu com novos públicos, e principalmente, se tornou mais popular. Tive retornos especiais de pessoas que não tinham assistido à peça, por exemplo, e se identificaram com a personagem, até relatos de espectadores do teatro se supreendendo com os novos passos da Benedita. Eu costumo dizer que ela já tem vida própria, rsrsrs.

Quero retornar em breve com novos vídeos e quem sabe, um filme, um documentário, por que não? Continuo a sonhar.

Ainda nesses novos modos de criação através dos meios tecnológicos surge a oficina online “O DONO DA CENA”. Um trabalho que já realizo há alguns anos, que estimula artistas a desenvolverem sua autonomia cênica. E acreditem! Todos nós podemos!

Nessa oficina eu trago alguns elementos do meu processo, ferramentas-exercícios-técnicas em que o intérprete elabora seu próprio produto artístico. Uma oficina voltada para a AÇÃO CRIATIVA, necessária na construção de monólogos autorais, construção de personagens, e auto direção.

Já realizei essa oficina em diversas cidades do país, de forma presencial, em festivais, mostras e instituições, mas, com a pandemia construi esse formato online que pode atender e ajudar diversos artistas nas suas criações pessoais.

Foto de divulgação de “O Dono da Cena”.

A oficina online gratuita O DONO DA CENA está disponível no meu youtube e instagram – @brunodesousator.

Ela é relizada de forma online, gravada, e o interessado(a), pode fazer em casa mesmo. Nada substitui o aspecto presencial da troca, mas é uma nova e ótima oportunidade de estudo e pesquisa.

Esse formato me ajudou também a documentar alguns mecanismos que desenvolvo, está ali gravado. E não é que essa “reinvenção” me (nos) trouxe coisas boas e agregadoras? Sigamos…

Oficina: “O Dono da Cena”.

 

F.Fachetti Você fez a afluência com várias linguagens no espetáculo “ O Show”, realizado no Teatro Clara Nunes. Que caminhos trilhou na direção artística – com roteiro seu – para torná-lo cênico, musical, teatral, obter uma harmonia favorável e aceitável em cena? Como foi essa experiência com esse grupo de samba “Filhos da Guanabara” em um projeto tão eclético?

 

Bruno de Sousa – O convite para dirigir o espetáculo cênico do grupo Filhos da Guanabara chegou a mim de uma forma super especial.

Dirigindo o espetáculo.

O então empresário do grupo, Charles Mendes, havia me assistido no Teatro com o espetáculo Benedita. A peça o agradou muito e ele prontamente lembrou do meu nome para essa empreitada. Convite feito, não titubiei, aceitei!

O desafio de dirigir me deu coragem e estímulo. Era uma novidade para o grupo, em seu primeiro espetáculo no Teatro, e também para mim, que nunca havia dirigido algo nesses moldes. A oportunidade era sedutora, inovadora mesmo. Não tenho muita experiência na direção e vi ali, naquela oportunidade, um caminho de exercício e crescimento profissional.

A primeira coisa que fiz foi estudar sobre Samba. Um universo musical rico e cheio de peculiaridades. O espetáculo seria um show do grupo no tablado. Como torná-lo atraente? Elegante? Acolhedor? Fora das rodas de samba, bares e eventos em que o grupo estava acostumado se apresentar.

Juntei o útil ao agradável, sugeri transpor o ambiente do botequim para a cena, mas com um toque de teatralidade, fora dos clichês, na tentativa de deixá-los mais a vontade naquele ambiente novo (O Teatro). Assim foi feito. Fiquei muito feliz com o resultado. O grupo abraçou minha ideia e juntos fizemos um show cênico super bonito.

Trouxe para a cena minha experiência com o ambiente Teatral. Tivemos um mês para construir o evento, um tempo curto, portanto, deveria ser objetivo. Tivemos algumas reuniões, fui ao ensaio do grupo no studio, trocamos algumas ideias e então escrevi um roteiro cênico.

“O Show” – Direção artística do Grupo FDG.

Na minha concepção o protagonista seria o SAMBA, o próprio grupo, que abria as cortinas do nosso boteco: “O SHOW” – para o espectador entrar. Mesclei Poesia, Cenas, Dança, Projeções e claro, muita música.

Os cantores Adriano Serafim e Dani Coimbra, assumiram o posto de atores-cantores e comandaram o espetáculo liderando toda banda num grande passeio pela história do samba de raiz. O desafio maior era transformar a roda de samba em um espetáculo cênico musical – transpor a energia informal do ritmo, para a convenção da cena, do olhar de quem vê.

A plateia entrou na proposta e nos acompanhou através das canções, na emoção de ouvir Clássicos do Samba, nas esquetes teatrais, na simpatia dos dançarinos, no talento imbatível da banda. Ao fim do espetáculo, o público em pé, sambava e cantava com louvor – a magia do Teatro e do Samba juntas acontecia. Tivemos retornos emocionantes do público. Ter também na plateia Ângela Nogueira, mãe do Diogo Nogueira e viúva do João Nogueira, emocionada com a experiência do espetáculo me deixou muito feliz. Homenageamos o grande João Nogueira em uma das cenas do show. O espetáculo passeava entre o riso e a lágrima.

Agradeço imensamente a confiança do FDG comigo, em especial o Rodrigo (Líder da banda e músico), Luana Saes (Produtora) e Charles (empresário), que me deram total liberdade de criação.

A harmonia que tivemos nos bastidores foi essencial para o sucesso do espetáculo. Confiaram no meu trabalho e tiveram essa experiência única com a cena Teatral. Foi difícil viu? Eles não estavam acostumados, não dominavam aquela engrenagem, era novidade na produção, na gestão, na assessoria, na venda de ingressos, na linguagem. Eles foram corajosos, inventivos e adoráveis.

Aprendi muito sobre samba com eles e acredito que ensinei também – a troca foi mútua. Juntos crescemos e nos desafiamos. Tomara que um dia voltemos com outros espetáculos.

Após o Show FDG – com Ângela Nogueira.

 

 

F.Fachetti “Fala Baixo senão eu Grito”, de Leilah Asumpção é um texto de olhar cênico selado e contundente no cenário teatral, conhecido por todos.

O que amealhou em diferencial como ator, e como a direção de Georgenes Isaac conduziu esse trabalho? Marcou sua carreira?

 

Bruno de Sousa – Montar esse espetáculo foi desafiador em diversos aspectos, porém recheado de afetos e força criativa.

Idealizado pela atriz e produtora Patricia Oliveira, também minha amiga, que me convidou para essa montagem. Namorávamos há muito tempo a ideia de construir algo juntos. O projeto foi selecionado para ocupação do teatro Rogério Cardoso na Casa de Cultura Laura Alvim em Ipanema – Rio de Janeiro em 2018.

O texto premiado de Leilah Assumpção, já montado outras vezes, inclusive por Marília Pêra, nos instiga a refletir sobre os modos de aprisionamentofeminino, aborda de forma poética temas como machismo, emancipação da mulher, solidão.

Espetáculo: “Fala Baixo senão eu Grito”. Direção: Georgenes Isaac.

 

“Fala Baixo Senão Eu Grito” conta a história de Mariazinha Mendonça de Moraes, uma funcionária pública, solteirona e infantilizada que é surpreendida pela entrada de um ladrão em seu quarto, em um pensionato para mulheres. Após a entrada desse homem, Mariazinha é levada para um lugar onírico onde experimenta o gosto da liberdade e dos desejos jamais vividos.

Os personagens da obra são instigantes, complexos, volumosos, difíceis. Um prato cheio para qualquer ator/atriz interpretá-los. Vieram os desafios. O diretor Georgenes Isaac morava/mora em Salvador Bahia e eu e Patricia estávamos no Rio. Começamos os ensaios de forma virtual, ensaios e mesa de leitura pelo skype. Lá em 2018 já lançávamos tendência (rsrs) sem mal saber do que viria em 2020 com a Pandemia e os ensaios online.

Durante algumas semanas estudamos assim. Georgenes foi muito preciso na condução. Nos deu muita segurança apesar da aparente fragilidade da distância física. Aprendi muito nesse processo, na troca com Patricia – uma atriz admirável, paciente, generosa além de muito talentosa. Nos grudamos durante os ensaios, dia, tarde, noite, no celular, no playground, enfim, na ausência física do diretor redobramos o compromisso dos ensaios e do aprofundamento das personagens. Paty e Geo me ajudaram muito, já haviam montado esse texto anos atrás em Salvador, já tinham o entendimento da obra. Porém a montagem era totalmente nova, com outra proposta, outra encenação.

Com o personagem do Homem (Ladrão), pude experimentar facetas e carcaterísticas bem diferentes de mim. Um personagem misterioso, forte, violento, provocador e provocante. Ele representa a sombra da encenação, o contraponto da protagonista Mariazinha.

“Fala Baixo senão eu Grito”.

 

Georgenes nos deu liberdade pra propor cenas e movimentações. Utilizar toda visceralidade que o texto sugeria, passear pelas metáforas e pelos sonhos das personagens – que ora se confundiam ora se afastavam – imprimiu um colorido interessante na contracena.

O texto é palavroso, bifes enormes. Georgenes fez uma adaptação para nós respeitando toda métrica de Leilah.

Pude experimentar na prática a autonomia da criação juntamente com a atriz Patricia – a relidade do projeto era essa. O diretor estava longe, mesmo depois vindo ao Rio para ensaiarmos presencialmente. Foi um processo de muita escuta mútua, muito respeito e muita confiança entre toda equipe. Sem falar das condições independentes para realização. Logo, todos acreditavam muito no projeto.

Guardo com carinho essa experiência. Sou grato a toda equipe, em especial Patricia e Georgenes. Fazer um clássico da dramaturgia nacional, uma peça aparentemente datada, nos engradece muito enquanto artistas – porta vozes de um texto atemporal.

 

 

Transponho abaixo uma pequena crítica feita por esse Blog/Site na primeira semana do espetáculo – por Francis Fachetti:

 

F.Fachetti Nos exponha sobre o vídeo-poema “Morada”; um trabalho autoral vencedor do FESTIM – 2020.

 

Bruno de Sousa – Morada surgiu na Pandemia, um texto que escrevi durante o período inicial do isolamento social.

Traduzi palavras em versos e parágrafos na tentativa de apaziguar a minha (nossa) angústia durante os primeiros meses da reclusão social. A palavra tinha imagem, tinha sentimento, tinha dor, tinha medo, tinha esperança. Filmei fragmentos da minha rotina e símbolos/signos da minha casa que complementaram o texto e vice-versa.

Nesse processo pude experimentar também outra paixão: a edição de vídeos. Hoje também trabalho com isso (Olha a “reinvenção” de novo?). Naquele momento precisava ser o autor, o ator, o diretor, o diretor de fotografia, o figurinista e também o editor.

Texto e imagens gravadas, veio a edição, o recorte, voz em off, montagem. Nasceu Morada – um vídeo-poema em forma de carinho. Estávamos todos precisando de afeto naquele momento. Foi quando vi as inscrições para o FESTIM 2020 – Festival de Macaé de vídeos-poemas. Fiz a inscrição, fui selecionado, participei do festival juntamente com diversos artistas brilhantes e vídeos incríveis. Veio a premiação. Morada foi um dos vencedores. Fiquei muito feliz.

Foi um trabalho muito honesto, sincero, que dialogava diretamente com o público. O telespectador se identificava porque a angústia da reclusão era universal. No meu interior, no meu mundo do lar, meu templo, minha casa, revisitei monstrose glórias – um carrossel de emoções diante do caos que assolava (assola) lá fora.

“Morada” é empático e traduz um estado coletivo, um comportamento similar entre os milhares de lares desse mundo, diversas “moradas” precisando de atenção.

“Morada”: Vídeo-Poema vencedor do FESTIM 2020.

 

Esse projeto faz parte de diversos outros vídeos que venho criando desde o ano passado (2020). Micro-filmes poéticos, gravação com personagens novos, esquetes. Durante a pandemia surgiram algumas séries no meu canal instagram/facebook: “Benedita em casa”; “Julieu” que falarei mais adiante; “Sonho de Gente” que mistura realidade e ficção na voz de uma personagem criada por mim com o sonho real de alguém. Sonhos peculiares, excêntricos, inusitados, não menos importantes, pelo contrário, especiais e motivadores – afinal toda forma de sonhar vale a pena. Tivemos alguns episódios com histórias emocionantes e engraçadas.

“Morada” foi meu primeiro prêmio nessa categoria vídeo-poema. Um projeto despretensioso que me deu coragem para desenvolver mais conteúdos nas redes sociais.

Morro de saudades do teatro mas reconheço também a satisfação que é criar com a tecnologia, encontrei nessa linguagem um prazer criativo e de cura pessoal.

 

F.Fachetti Fale sobre próximo projeto no Teatro. Alguma peça em vista?

 

Bruno de Sousa – Tenho alguns projetos engavetados, esperando a Pandemia passar para acontecer.

Um deles é uma montagem com texto de Elisio Lopes Junior e Direção do Fernando Philbert. Estamos há dois anos tentando viabilizar, através de editais, ainda não foi possível mas irá acontecer. Em parceria com a Sopro Escritório de Cultura e Joana D´aguiar – produtora parceira que já trabalho há 4 anos – estamos no processo de pré-produção e busca de captação.

Uma obra muito especial, um projeto idealizado por mim e pela atriz Jussara Mathias, amiga de longas datas, que traz o tema da Liberdade e da Escravidão para o tablado de uma forma impactante e crítica.

Falar desse projeto, mesmo perante as incertezas em que vivemos, é uma forma de aflorar a sua importância, a sua contribuição social e política na história de um país ainda racista em sua estrutura.

Ainda não sabemos quando vamos estrear. O desejo existe. O trabalho de pré-produção vem sendo feito, sem mais spoiller. Fica a necessidade urgente de voltar aos palcos cariocas e do Brasil com texto potente e equipe especial. O Teatro há de voltar.

Bruno de Sousa: “O Teatro há de voltar”.

 

 

F.Fachetti “Benedita” – seu grande êxito cênico – conquistou os espectadores, os críticos… Assisti, como crítico teatral, divulguei muito. Me impactou resenhando algumas palavras bem positivas desse aquinhoado trabalho para os palcos.

Atuou, dirigiu e escreveu – esmiúce esse processo.

Um monólogo com mais de 19 prêmios. Conte cada detalhe que puder e nos informe sobre esse feito teatral que te galardoou em artesanal criação.

 

Bruno de Sousa – Obrigado, Francis. Benedita é um filho.

O monólogo tem um pouco essa característica: o intérprete carrega ele para sempre, carrega debaixo do braço, atravessa a carreira. Eu jamais imaginaria que após dez anos Benedita ainda estaria presente, atuante, em cartaz. Em 2021 comemoramos esse decanato numa trajetória de grandes conquistas e de muito trabalho. Sou muito grato a todos os profissionais que me ajudaram a realizar esse projeto: equipe técnica, ex-produtores, orientadores, parceiros.

Deixo aqui mais uma vez registrado a minha gratidão. Sempre falo que Teatro não se faz sozinho. Nunca. Teatro é uma arte coletiva e mesmo em um monólogo existe uma equipe por trás.

Esse projeto nasceu após minha formatura em Artes Cênicas 2009/2010. Sou bacharel em Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia. Durante a graduação já havia percebido a minha disponibilidade/tendência para o trabalho solístico.

Monólogo: “Benedita”.

 

Sempre fui propositivo nas aulas e despertava também características de produtor. Essas qualidades me traduziam e formavam um ator pesquisador inquieto, ativo. Nunca fui de esperar o convite acontecer. Sugeria a cena, buscava a solução, criava a oportunidade, mesmo timidamente naquele período, durante o curso.

Finalizada a graduação, precisava trabalhar. Não fazia parte de nenhum grupo ou companhia local. Já havia participado de algumas produções soteropolitanas independentes, sem vínculos, mas as temporadas terminavam e eu queria mais. Resgatei então a vontade de montar um solo. No auge dos meus 23/24 anos entrei em sala de ensaio com a cara e a coragem e comecei uma pesquisa na construção de personagem. Convidei alguns diretores, mas não aceitaram ou não podiam. Continuei. Então, propus ao Fábio Vidal, ator performer baiano que me dirigisse nesse solo. Ele acreditou no meu projeto e permaneceu como orientador me auxiliando na condução da pesquisa, como espectador e uma espécie de diretor orientador.

“Benedita”.

 

A ideia foi tomando forma, consistência, profundidade. Após dois anos quase de estudo teórico e pesquisas, fui para sala de ensaio e 10 meses depois estreamos. Um processo umbilical, intenso, de ensaios longos.

Tive o luxo de uma equipe super competente que entrou no projeto comigo: Rodrigo Frota – cenógrafo, Diana Moreira – figurinista, Ramona Azevedo – maquiadora, Pedro Dultra – Luz, Leandro Villa – trilha Sonora, Danilo Pinho, também orientador, juntamente com Fábio Vidal, Fábio Tavares – produção, dentre outros profissionais.

O processo foi simbiótico, o foco principal estava na construção da personagem Benedita – uma velha lavadeira contadora de histórias que durante a pesquisa foi tomando ares de curandeira com espiritualidade rebuscada. Tudo foi irradiando a partir da construção dessa figura mítica, o texto, o cenário, os objetos, a encenação.

Quando vi estava eu mesmo dirigindo a peça, de uma forma orgânica, natural. A Denise Stocklos sempre diz que o artista essencial é dono dos seus caminhos criativos, responsável por dar voz e fisicalidade aos seus textos. Segui um pouco inspirado por esse caminho e pelas diversas influências que tive, monólogos que assisti como “A Descoberta das Américas” do Julio Adrião, em turnê por Salvador, artistas locais que eu admirava como o próprio Fabio Vidal, que de ídolo se transformou em amigo e parceiro.

“Benedita”.

 

Durante os ensaios eu gravava as improvisações e depois assistia o que eu tinha produzido naquele dia. Ao fim do mês mostrava esses resultados e cenas para meus orientadores que davam suas opiniões.

As decisões e escolhas ficavam na minha responsabilidade, cheio de medo assumi essa função também dentro do espetáculo. Era um projeto autoral. O Danilo e o Fabio foram fundamentais nesse processo de auto direção que realizei.

O texto vinha das improvisações e da pesquisa fora de sala de ensaio. Assisti muitos documentários, filmes, li sobre a cultura popular, Guimarães Rosa, conversei com senhoras na rua, vizinhas, histórias familiares, entrevistas com carpideiras, enfim, diversas influências que contribuíram para a dramaturgia.

A voz e o corpo da personagem foram construídos durante os ensaios, na lapidação mesmo, no gesto, na repetição, no trabalho disciplinado físico-vocal. Costumo dizer que a Benedita é uma espécie de “Franckstein” feito a muitas mãos, com diversas influências da nossa cultura popular.

Ela é avó, é mãe, é vizinha, é lavadeira, bruxa, feiticeira, curandeira, carpideira. Tem muito de Brasil nessa personagem, ela é rica na sua multiplicidade. As pessoas se identificam muito e se reconhecem nela pelo teor de humanidade que a permeia, com suas complexidades, com humor e também com sombras e amargura.

Já são dez anos de espetáculo, de personagem, com diversas temporadas entre Salvador e Rio de Janeiro, apresentações em mais de 45 cidades do país, mostras, festivais e alguns prêmios – 19 no total. Participamos de turnês nacionais, projetos e Prêmios Federais como da antiga Funarte até o Palco Giratório Sesc em 2016, um marco na minha trajetória como artista. Viajar o Brasil de Norte a Sul, ter tido o contato com diversos públicos, capitais e cidades ribeirinhas selaram o sucesso da peça e a minha satisfação em poder levar arte para diversos locais.

Em 2021 fui surpreendido com o convite do Teatro Laura Alvim para uma curta temporada da peça. Seriam sessões presenciais seguindo todos os protocolos de segurança. Topei na hora, com medo, com receio, a pandemia ainda estava (está) presente.

Em janeiro/fevereiro de 2021 ainda não tinha chegado a segunda onda do vírus, existia uma flexibilidade dos espaços culturais que tentavam retomar suas atividades. Benedita realizou a curta temporada em fevereiro. Um alento para minha alma de artista.

“Benedita”.

 

Um ano depois sem pisar nos palcos estava eu alí no tablado, comemorando os dez anos da peça, comemorando a volta do Teatro. Foi um momento marcante e especial da minha carreira. Tivemos um público tímido, receoso. O teatro apesar de toda segurança ainda causava temor para o espectador. Foi, porém uma temporada bonita recheada de bons retornos, de novos públicos e uma bela crítica teatral. Valeu a pena.

Hoje a certeza que tenho é de que a peça e a personagem Benedita têm muito a contribuir. Ainda nos encontraremos. O futuro é hoje, tal como uma frase do espetáculo: “ Eu me lembro como se fosse amanhã!”

 

F.Fachetti – Terminando essa prazerosa conversa com chave de diamante, abra a cortina de sua pesquisa na personagem – “Julieu”. Comece a divulgá-la para todos, ante de levá-la ao palco.

 

Bruno de Sousa – Julieu é uma personagem solar, leve.

Nasceu durante a pandemia e teve sua estreia no vídeo. Não o considero pronto. Estou ainda na pesquisa. Mas reflete um processo diferente onde o público já o conhece.

Julieu” – personagem que venho pesquisando com a linguagem do cinema mudo, teatro gestual, mímica e palhaçaria.

 

O estudo começou de forma inversa: apresentando o Julieu através de pílulas e esquetes em vídeo. Ele tem muito humor. Trago influências da Palhaçaria, do Cinema mudo, da Mímica, do Teatro Gestual.

Julieu”.

 

A personagem não fala, portanto, a comunicação através do corpo e expressividade. Nasceu de sobressalto através da associação do gesto, do movimento ao ritmo de uma música. Aliás, a música instrumental e ritmada tem sido fundamental para os estudos.

Julieu”.

 

Julieu é quase infantil, traz na inocência das suas ações o estímulo para se comunicar. O trabalho corporal, o teatro físico, sempre passeou nos meus interesses cênicos. Tive algumas experiências com a dança de rua por exemplo, com a mímica corporal dramática de Etiene Decroux nas oficinas com o professor George Mascarenhas, o trabalho das ações físicas propostos pela Diretora e bailarina Jacyan Castilho, alguns workshops de Corpo, até o Treinamento físico para atores com “A Ponte dos Ventos”: Oficina com direção geral da atriz Iben Rasmoussen do Odin Theatret.

 

Julieu”.

 

Trago essas influências para o trabalho também. A pretensão é transformar o JULIEU em espetáculo teatral. Veio a pandemia, ele nasceu em vídeo, continuo na pesquisa. Existe um longo trajeto ainda a ser trilhado.

Em 2021 surgiu uma novidade. Transformei o Julieu em filme, um curta-metragem independente que está para estrear a qualquer momento, em fase de finalização. Uma história que mistura metalinguagem – cinema e teatro, realidade e ficção. Um drama muito especial que tem como pano de fundo a ARTE.

Julieu”.

Nesses tempos onde o artista tem sofrido com a escassez das possibilidades do ofício causada pela Pandemia mundial, o filme traz também questionamentos sobre a profissão, a impermanência da vida, sobre amor, família e principalmente sobre sonhos.

Acredito que o espectador vai se identificar bastante com a história. Estou muito ansioso para compartilhar esse trabalho. Um desafio novo feito com muito carinho.

Quem quiser conhecer o Julieu, e outros vídeos citados acima, estão todos disponibilizados no meu IGTV do instagram: @brunodesousaator. Sintam-se convidados.

Julieu”.

 

Julieu”.

“JULIEU”, meu primeiro curta-metragem foi selecionado para o Festival Internacional Lift-Off Global Neetwork. Filme autoral, mistura drama e comédia, cinema e pitadas de poesia. Escrevi, produzi e filmei esse roteiro.

 

 

 

 

 

 

F.Fachetti – Sim, terminando mesmo, vamos a um desafio. Mencione aqui três espetáculos – desde o início de sua carreira, até hoje – que seriam os seus prediletos, por razões que só pertencem a você. Se quiser pode citar essas razões.

 

Bruno de Sousa – Nossa! Tarefa difícil porque eu sou apegado rsrsrs. Cada espetáculo tem uma importância pra mim, um momento marcante da minha trajetória. Mas vamos lá…Vou destacar então 3 peças de diferentes fases:

1 – Torre de Babel. Direção de Marcele Pamponet. Texto de Fernando Arrabal.

Esse espetáculo marcou minha carreira. Foi um um processo super especial. Espetáculo de formatura em Direção Teatral pela UFBA da Marcele, um evento enorme que englobava além da peça, um festival de filmes, entrevistas, palestra em Salvador BA. Tudo isso porque o Fernando Arrabal, ícone do Teatro Surrealista – autor da peça – estaria presente. Viria da França especialmente para a nossa estreia. Pensem no grau de ansiedade e responsabilidade que tínhamos nas mãos?

O espetáculo teve um resultado incrível, um elenco afinado, disposto, versátil. Foi um dos melhores processos de ensaios que tive, uma condução segura da direção, o entrosamento fluido com os atores e artistas envolvidos. No dia da estreia estávamos em êxtase, o Arrabal estava na plateia – um misto de frio na espinha com vontade de fazer o melhor espetáculo das nossas vidas. Ele adorou! Disse ter sido uma das melhores montagens do seu texto no mundo, na sua opinião.

Trago belas lembranças dessa peça, do meu personagem, o Caolho, líder mendigo que com seus companheiros invadiam o castelo de Latídia, pra fazer uma revolução. Essa peça movimentou a cena cultural baiana e a escola de Teatro da Ufba na época (2010), e foi indicada ao prêmio Braskem de Teatro daquele ano na categoria Revelação de Direção.

“Torre de Babel”.

“Torre de Babel”.

“Torre de Babel”.

 

2 – O Principe dos Porquês. Direção de Fábio Espirito Santo. Texto de Leticia Tórgo.

Foi meu primeiro espetáculo feito no Rio de Janeiro (2013). Um projeto que guardo com muito carinho e sinto saudades. Eu comecei a fazer teatro aos 15 anos, peças infantis, fiz muitas montagens para crianças com Fernando Peltier em Salvador BA.

Depois que entrei na universidade dei uma pausa. E aqui no Rio, simbolicamente, retomei esse gênero numa estreia com profissionais incriveis, tanto o Fábio quanto a Ana Paula Bouzas, que fazia a direção de movimento, até o elenco. Fizemos temporadas no Teatro Leblon na Sala Marilia Pêra e no Teatro das Artes. O meu personagem era o Lucas, o protagonista Príncipe dos Porquês.

A peça era muito cuidadosa: cenário, figurino e maquiagem impecáveis, mágicos. O trabalho de preparação do elenco, treinamento físico, construção de personagem tinham um caráter refinado, uma pesquisa. Um espetáculo muito bem executado tecnicamente e muito rico na sua composição. Nessa época eu trabalhava muito no Rio. Lembro que participava de muitos festivais e dividia a temporada do Príncipe dos Porquês com viagens e outras apresentações da peça Benedita.

“O Principe dos Poquês”.

 

3 – Benedita. Texto, direção e atuação: Bruno de Sousa.

Não posso deixar essa peça fora da lista né? Mudou minha vida. Carrego esse monólogo até hoje com muito afínco e cuidado. Me deu régua e compasso, me mudou de cidade, me proporcionou o contato com outros públicos, viajei, fiz turnês, conheci outros grupos, ganhei prêmios, participei de festivais, me amadureceu, me fez crescer. Nesse caminho também houve muitas dificuldades. Produzir e sustentar um projeto independente por anos também têm seus percalços. Mas as alegrias que obtive com Benedita foram inúmeras, sinto orgulho dessa trajetória, sinto amor e gratidão. É um projeto umbilical. Que ele possa sobreviver por muitos anos ainda.

Caracterização para “Benedita”.

“Benedita”.

 

Gostaria de te agradecer, Francis. Muito obrigado pelo convite da entrevista. Muito importante valorizar, reconhecer e fomentar ARTE. Parabéns pelo projeto! Obrigado por cruzar a minha trajetória!

 

– Trajetória Artística:

 

– Bruno de Sousa é Ator, Produtor Cultural, Escritor, Diretor e Professor de Teatro.

– Bacharel em Artes Cênicas – Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia. Formado também pelo XXI Curso Livre de Teatro da UFBA.

Espetáculo: “La Ronde” – Direção de Harildo Déda.

“Ponte dos Ventos” – Treinamento físico em Paraty/RJ, sob a direção da atriz dinamarquesa Iben Rasmussen, do ODIN TEATRET (E. BARBA).

Sob a direção da dinamarquesa Iben Rasmussen do ODIN TREATRET.

“Paixão de Cristo” – direção de Paulo Dourado.

 

– Reside no Rio de Janeiro há 8 anos e já trabalhou como ator em mais de 25 espetáculos profissionais.

– Atuou, dirigiu e escreveu BENEDITA seu primeiro monólogo com mais de 19 prêmios e 30 indicações e circulou o Brasil, pelo projeto Palco Giratório, Sesc 2016, além de diversos Festivais pelo país. Essa peça faz 10 anos em cartaz em 2021. Uma trajetória de muitas apresentações entre Salvador – Rio e Circulações Nacionais. Recentemente realizou temporada na Casa de Cultura Laura Alvim/Ipanema RJ, (Fevereiro/2021), em comemoração ao decanato. – — Durante a pandemia a personagem título da peça migrou também para a internet através de séries e pílulas sobre temas do nosso cotidiano com humor e reflexão.

– Por Benedita foi eleito Melhor Ator do ano, em 2018, pelo Prêmio Cenym Nacional de Teatro, concorrendo com atores como Caio Blat, Hilton Cobra e Marcelo Prado.

– Atuou também no infanto juvenil “O Príncipe dos Porquês”, no Rio de Janeiro com Direção de Fábio Espírito Santo e em diversos espetáculos do Palco Literário – Projeto de Arte-Literatura realizado em escolas cariocas.

“O Cortiço” – Palco Literário.

 

Espetáculo: “O Auto da Barca do Inferno” – Palco Literário.

 

– Em 2018 no Rio de Janeiro atuou em “Fala baixo senão eu grito”, texto premiado de Leilah Assumpção sob direção de Georgenes Isaac.

– Em 2019 foi convidado para dirigir o espetáculo cênico-musical do Grupo de Samba “Filhos da Guanabara”, no Teatro Clara Nunes – Shopping da Gávea. Uma experiência desafiadora: o espetáculo intitulado “O Show”, misturou teatro, dança, música, poesia e contou com sua direção artística e roteiro.- – Em Televisão atuou em algumas novelas da Rede Globo e Record: Haja Coração; A Força do querer; Segundo Sol; O Sétimo Guardião; Éramos Seis e Jesus.

 

 

Novela: “Segundo Sol” – Rede Globo.

 

“Segundo Sol” – Novela.

 

Novela: “Jesus” – Rede Record.

 

Novela: “Éramos Seis” – Rede Globo.

 

 

– Em cinema atuou no premiado curta BRASEIRO de Thiago Gomes.

“Braseiro”: Curta de Thiago Gomes.

 

Em 2020 foi vencedor do FESTIM – Festival de Macaé com o vídeo-poema “Morada”. Trabalho este autoral que mistura poesia e interpretação.

– Há um ano pesquisa um personagem novo – “Julieu” – com a linguagem do teatro gestual/mímica/palhaçaria, disponível na internet, mas, que pretende estrear no Teatro em breve.

– Realiza a série da personagem Benedita nas suas redes sociais; publicação de vídeos semanais com textos e poesias autorais, além da Oficina Online Gratuita para Construção de Personagens e Monólogo – Oficina: “O Dono da Cena”.

– Esses trabalhos estão disponibilizados nas suas redes sociais: @brunodesousaator.

– Pós pandemia estreará espetáculo novo com texto de Elísio Lopes Jr e direção de Fernando Philbert, em fase de pré-produção e captação.

 

 

 

Amigos! O blog/Site disponibiliza seu palco, infelizmente todos os outros estão impedidos, com a presença de um precioso diretor teatral – dono de pesquisas irrefutáveis.

Bacharel em Teoria das Artes Cênicas UNIRIO. Diretor teatral, dramaturgo, tradutor e professor universitário.

Diretor artístico da Cia Bufomecânica junto com Claudio Baltar.

Criou os Festivais “Rio Cena Contemporânea” e “ArtCena: Processos de Criação”. Curador internacional de artes da cena. Pesquisador do Grupo de Estudos sobre Samuel Beckett, da USP/CNPq.

Seu último e comovente trabalho: “VOZES DO SILÊNCIO” – Filme não Filme, em 2021, reuniu três textos curtos de Samuel Beckett, com atuação lapidada de Carolina Virgüez.

Diretor teatral, dramaturgo, tradutor e professor universitário:

Fábio Ferreira.

 

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1 Comment

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    Regina Cavalcanti
    Posted 16/06/2021 at 08:41 0Likes

    Muito bom conhecer detalhes da carreira desse atores maravilhosos !

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