CRÍTICA TEATRAL: “Copacabana Palace – O Musical”. Por Francis Fachetti

“COPACABANA PALACE – O MUSICAL”.

 

Hotel Copacabana Palace.

 

Vista do Teatro Copacabana Palace.

Teatro Copacabana Palace.

 

A HISTÓRIA IMBRICADA NUMA CONSTRUÇÃO VISIONÁRIA E NECESSÁRIA PARA A CULTURA MUNDIAL EM FLUIDEZ TEATRAL.

 

Flanando por mais de 01 século da nossa cultura e sociedade a história do emblemático hotel que encanta e seduz os seres racionais e irracionais – “Copacabana palace – O Musical”, vem azeitar suntuosamente um dos endereços mais cobiçados do mundo, reabrindo as cortinas do seu palco, fechadas desde 1994.

 

“A narrativa tem um mote/argumento feminino: Suely Franco na personagem Mariazinha Guinle, viúva e herdeira de Otávio Guinle, junto aos dois filhos, recebe uma proposta de compra do hotel pelo poderoso empresário James Sherwood e, sem saber o que fazer, esconde dos filhos a tentadora proposta. A única com quem compartilha o dilema é a funcionária e amiga Claudia, e é através da conversa entre as dua que o público faz um passeio por histórias memoráveis do hotel e do Rio de Janeiro”.

O espetáculo foi concebido com liberdades dramáticas, com um caminhar verossímil, porém, acessando momentos cênicos atemporais (músicas, simbologias necessárias para desnudar o luxo no meio da areia); numa atmosfera poética, com uma narrativa não linear e deliciosamente competente em todos os seus signos teatrais – desde a direção, à assistência de suma importância feita nas coxias.

Tudo que é revisitado vem com contemporaneidade, fluidez, leveza; apoiados na tecnologia.

A técnologia usada é execultada através de uma beleza infindável, onde o telão de LED conta toda a história do Rio, do hotel, da sociedade, das celebridades artísticas e personas majestosas, de uma maneira impressionista – projetada em suas cores frementes, luminosas e solares – condizente com a opulência do monumento laureado.

Muitas vezes o telão em fotos e história “rouba” a cena nos deixando imbricados.

 

Fotos: Renato Mangolin.

 

A direção musical, assim como os arranjos, por Hebert Souza e Evelyne Garcia, são apresentados com uma tessitura num conjunto de sons que se adequa muito agradavelmente às vozes e instrumentos, onde as notas, os registros, são de bela e competente harmonia na execução dos músicos: Hebert Souza, Evelyne Garcia, André Dantas, Thiago Trajano, Márcio Romano, Tassio Ramos, Pedro Aune e Diogo Sili – com números musicais que coloca na cena as grandes estrelas nacionais e internacionais, que tornaram o “Copa” representante da essência máxima, paradigmático da música.

Os figurinos de Karen Brusttolin dialogam com o impressionismo das cores que nos impacta no telão, visitando a tradição e terminando no contemporâneo, com detalhes bem acabados e suntuosos – o moderno num passado de brilhos para vestir os brilhantes.

Figurinos por Karen Brusttolin.

Figurinos por Karen Brusttolin.

Figurinos por Karen Brusttolin.

 

Figurinos por Karen Brusttolin.

Fotos: Renato Mangolin.

 

Um cenário imponente por natalia Lana, mas, acima de tudo de praticidade e visibilidade narrando a trajetória. Seu telão de Led é um espetáculo à parte, tão marcante quanto a sua “subserviência” em tornar conhecido os fatos em momentos internos e externos do palacete no meio do areeiro.

 

Cenários por Natalia Lana.

Cenários por Natalia Lana.

 

Roberta Fernandes criou coreografias escultóricas e minimalistas; o que requer uma agudeza de espírito e penetração de vista; em ousadia dos que conhecem a técnica em movimentos.

Escultórica por serem rajadas de esgares corporais com um acabamento diáfano – que é a própria luz em cena, repleto do saber, límpido. Minimalista por ter que saber desenredar com grande inventividade o corpóreo em espaços que às vezes é insuficiente; um minimalismo inefável. Bravo!!!

Coreografias por Roberta Fernandes.

Momento coreográfico.

Fotos: Renato Mangolin.

 

O que dizer de Paulo Cesar Medeiros?

É o dramaturgo da luz em enredo onde a história já é a própria iluminação. Seu aclarar em holofotes é o desvestir – Abri a alma de sua vocação num feérico trabalho que superlativa o luxo.

 

Foram feitas várias elucubrações, estudos, conjecturas… nas reflexões para elaborar o texto desse musical de veredas afamadas, pelas mãos de Ana Velloso e Vera Novello.

Desfrute em narrativa coloquial, e mais uma vez – também percebido em na escrita -, utiliza-se o minimalismo, apoiado na lealdade dos fatos de acontecimentos singulares; isso tudo amalgamado na direção cuidadosa e impecável, tanto nos signos teatrais, como nas performances dos atores; com assente, fundamento, construído de maneira meticulosa, atingindo o cerne da proposta nas mãos de Gustavo Wabner e Sergio Módena. Um guião levantado com sabedoria e sensibilidade; levando cada intérprete a externar sua entrega e seus talentos que inundam o palco.

Como diz o idealizador do projeto, Gustavo Wabner: “ O Copa foi um grande irradiador de nossa cultura e dos nossos costumes”.

A abertura do teatro é um sopro de vida para o país, os artistas, a cultura que está tão vilipendiada.

O diretor Sergio Módena em reflexões abissais e necessárias.

O diretor Gustavo Wabner num esgar de contentamento pela contrução da cena visionária de Otávio Guinle.

Parte do elenco e direção externando satisfação.

 

É preciso destacar que o novo Teatro Copacabana Palace, aconchegante e de extrema elegância clássica, é um projeto do arquiteto Ivan Rezende, 332 lugares.

 

Só elogios a um elenco tão homogêneo em suas funções precípuas: essencial, fundamental, com uma precisão cênica de artistas experientes em corpos, vozes e interpretação.

 

Não existe protagonismo, todos são donos convictos e utilizam seus momentos como solistas empoderados do que construíram ao longo de suas trajetórias – trabalho, disciplina, talento e vocação.

Estrelas protagonistas.

Suely Franco, Claudio Lins e Vanessa Gerbelli.

Em cena Claudio e Vanessa.

Em cena.

 

Um bravíssimo à nossa rainha dos palcos, no seu nonagésimo espetáculo, que sem dúvida dignifica o ofício,

transbordando carisma, talento, com seu legado e longevo universo artístico:

SUELY FRANCO.

Suely Franco em cena.

 

Esse elenco surpreende nosso espírito com aplausos e alegrias nos enredando e nos seduzindo: Suely Franco, Vanessa Gerbelli, Claudio Lins, Saulo Rodrigues, Ariane Souza, Erika Riba, Julia Gorman, Ana Velloso, Luiz Nicolau, Daniel Carneiro, Chris Penna, Guilherme Logullo, Hugo Kerth, Natacha Travassos e Patricia Athayde.

Ensaio.

Ensaio.

Ensaio.

Ensaio.

Ensaio.

Ensaio.

 

“COPACABANA PALACE – O MUSICAL” nasceu numa construção visionária, necessária para a cultura mundial, através da mente, da ousadia, coragem e atitude de um enredador, emaranhador da cultura: Otávio Guinle.

Infindáveis aplausos para esse homem.

Palmas imprescindíveis a momentos e artistas iluminados.

 

 

A obstinação nos leva a lugares indeléveis, inigualáveis e sustentados pela maior arma do ser humano: AUTOESTIMA.

 

Corram e entrem no glamour e no luxo contagiante desse aurífero trabalho cênico.

 

Serviço:

 

 

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