Temporada 2022 – Blog/Site:
“RETROSPECTIVA”
Projeto:
“Entrevistas NECESSÁRIAS”
O Blog/Site iniciou a temporada de retrospectiva das inúmeras (78) homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema…
O retrospecto da vez é o competente e experiente “flamenco-mania”:
Allan Harbas – Guitarrista Flamenco, com quem já tive o privilégio de bailar em seus compassos envolventes.
Allan Harbas e sua Guitarra Flamenca.
Allan Harbas – Foto: Arquivo pessoal
Com o amigo e maestro Fernando De la Rua.
Iniciaremos no universo da arte flamenca com uma breve atualização de seus últimos trabalhos e logo após sua retrospectiva da entrevista feita a quase dois anos atrás – no começo da pandemia.
Acompanhando o cantor David Garcia no Café Tablao.
“Inmersión” – acompanhando as bailaoras Maria Moreno e Patricia Guerrero.
Acompanhando o bailaor David Morales “El Indiano” e a cantaora Esperanza Olido na virada Cultural de SP.
Série de fotos para o calendário flamenco – “Ellos por Ellos” – da fotógrafa e bailaora Ana Nicolau.
Tablao Paellas Pepe em SP, acompanhando a bailaora Vera Alejandra.
Tablao “Fiesta” com Isadora Arruda (cantaora) e Ana Marzagão. Foto: Ana Nicolau.
Participação no Domingão do Faustão no quadro: “Engana que eu gosto”.
– Gravação do projeto: “Isto é Flamenco”, com incentivo da Lei Aldir Blanc, projeto este voltado para ensinar as origens e características do flamenco – no formato de aulas e shows.
Projeto: “Isto é Flamenco”.
– “As Troianas” (Estúdio Caló), montagem da trilha sonora e direção musical do espetáculo adaptado de Jean Paul Sartre.
Montagem de “As Troianas”.
– Atualmente em processo de criação para dois grandes espetáculos: “Profundas Àguas” (Grupo Villa Flamenca) e “Alfonsina” (Grupo Cuadra Flamenca).
Processo de criação.
Dentro da arte flamenca (música, dança e cante), temos a guitarra flamenca – com possante poderio, e um tonante encantador.
O Blog/Site coloca em palco o destrinchar e o vicejar pujante da guitarra do importante e carismático:
ALLAN HARBAS.
Especializou-se nesse instrumento musical a partir de 1997, com guitarristas com nomes conhecedores e afamados na cena flamenca – Mara Lúcia Ribeiro (brasileira), Augustin Carbonel, Fernando De La Rua (brasileiro), Rafael Moralez, dentre outros.
Em 1999, vai estudar na Espanha, onde permanece até 2003. Criou arranjos e adaptações de trilhas musicais para inúmeros espetáculos: Grupo Toca Madera; A Casa de Bernarda Alba de FEDERICO GARCIA LORCA (capitaneado pelo respeitado ator e diretor carioca Claudio Mendes, onde eu tive a oportunidade de fazer inserções ao longo do espetáculo, dançando flamenco ao som da guitarra de Allan); Setas de Fogo, com poemas de Santa Teresa Ávila; criou e gravou a música “Me Ilevaste”, da trilha do filme – “Meu
nome não é Johnny”.
Atuou no Japão como músico e professor na Fundação Tiempo Iberaamericana. Como produtor cultural no Brasil, realiza shows e workshops com artistas do cenário flamenco da Espanha. Manuseia sua guitarra tocando para artistas nacionais e internacionais como: DOMINGO ORTEGA, POL VAQUERO, IMACULADA ORTEGA, ALFONZO LOZA, MIGUEL CAÑAS, NINO E ISAAC DE LOS REYES, DAVID PANIAGUA, CARMEM LA
TALEGONA, JUAÑAREZ, JONI CORTÉS, MANUEL DE MALENA e muitos, muitos outros.
Entrando na RETROSPECTIVA da
Entrevista NECESSÁRIA com:
ALLAN HARBAS
F.Fachetti – Allan, descortinando sua intimidade, você foi casado com Renata Chauvière – que te deu duas lindas filhas – uma cantora experiente e respeitada no flamenco. O que esse comungar agregou em sua caminhada artística?
Allan Harbas – Nós nos conhecemos quando estávamos entrando nesse mundo flamenco, e sendo assim, foi muito importante, por que um incentivou o outro, unimos forças para sermos artistas melhores e, também, melhorar ocenário flamenco no Rio, através dos projetos que realizamos em parceria.
Tablado Cuadra Flamenca SP.
F.Fachetti – Você fez inúmeros trabalhos relevantes no Rio de Janeiro. Hoje, vive e trabalha em São Paulo. Trace, para nós, esse paralelo RJ e SP com o flamenco.
Allan Harbas – O Rio é uma cidade incrível, o adjetivo “maravilhosa” não é à toa, risos. Mas infelizmente tem um problema grandíssimo, que é sua relação com a arte alternativa em geral. Faltam espaços, incentivos e tudo mais; difícil de trabalhar. São Paulo não é um paraíso com relação a isso, mas temos um cenário maior, e com muitas oportunidades de realização.
ALLAN HARBAS – Foto: Arquivo pessoal
F.Fachetti – Disserte esse seu começo; especialização, e vida fora do Brasil, entre 1997 e 2003? O que você destacaria?
Allan Harbas – Nessa época, que queria começar a estudar guitarra flamenca era muito difícil, a única referência que eu tinha no Rio era o Sr. Alberto da Casa de Espanha, mas ele não tinha tempo para dar aulas, aí comecei a buscar sozinho. Foi quando conheci um grupo chamado Carruagem de Fogo, sob a direção
da Natacha Zurklevicthi e Tulio Cortez, aí eles me indicaram o Fábio Nin e a Mara Lúcia Ribeiro. Comecei a fazer aula com eles e, logo depois, conheci o Fernando de La Rua. Em 1999, fui morar na Espanha para continuar nessa luta de aprendizado, que segue até hoje, nunca termina, risos!
Allan Harbas.
F.Fachetti – Dentre as criações e adaptações de trilhas flamencas para os espetáculos e filme; cite os mais prazerosos e possantes artisticamente, em seu olhar?
Allan Harbas – Sempre gostei muito de trabalhar com o grupo Toca Madera, gostei muito dos trabalhos que realizamos. Eu e a Clarinha brigávamos muito,risos, mas era produtivo.
ALLAN HARBAS – Foto: Arquivo pessoal.
F.Fachetti – Nos conte sobre o Japão, um forte cenário flamenco, onde você atuou como músico, professor, na Fundação Tiempo Iberamericana.
Allan Harbas – O Japão é o país onde tem mais flamenco, depois da Espanha, tem muitos aficionados e amantes dessa arte. Conheci muitos artistas por esses trabalhos, e outros também, que me enriqueceram muito como pessoa e artista.
F.Fachetti – Como produtor cultural no Brasil, você realizou shows, workshops. Nos conte curiosidades e dificuldades, que devem ser inúmeras, nesse campo de produção que atua também?
Allan Harbas – Olha, agora não estou produzindo mais, justamente pela dificuldade de se realizar este trabalho aqui no Brasil. Também cresci muito como pessoa e artista, realizando produções, e tive muita dor de cabeça, risos.
ALLAN HARBAS – Foto: Arquivo pessoal
F.Fachetti – Sua guitarra já reverberou nos corpos e sapateados de célebres nomes flamencos. Como é esse sentimento de orgulho vertiginoso, diante desses épicos artistas que elevam a arte flamenca a um patamar inalcançável para nós brasileiros? Por favor, disseque essa oportunidade que raros possuem?
Allan Harbas – Poxa, é muito bom poder estar apto para trabalhar com artistas renomados na Espanha, me sinto feliz e também num processo de realização profissional.
F.Fachetti – A arte flamenca é incansável em sua maestria, apaixonante, com uma sedução inefável. Exige persistência, obstinação, apego forte. Conte só para mim, dois nomes desse universo – que você manuseou sua guitarra – que mais te impacta, arrebata, emociona?
Allan Harbas – Dois apenas, é saia justa, provocação mesmo. Caramba! Saia justa mesmo! É que, o flamenco é tão amplo em sua maneira de sentir, então o que acontece, que cada um me proporciona sensações diferentes, assim me levando para lugares distintos de sentir o flamenco.
Allan Harbas nos seus compassos flamencos.
F.Fachetti – Para terminar, quais seus projetos para esse nosso futuro tão incerto? Onde você está nesse momento, cintilando com seus “ruídos” flamencos mega necessários? E se puder, algum projeto grandioso que vai realizar daqui para frente?
Allan Harbas – Agora estou em São Paulo, por enquanto não tenho nada certo, diante desse cenário caótico que estamos passando.
Tem um espetáculo que fiz a trilha, que se chama “As filhas de Bernarda”, uma adaptação da Casa de Bernarda Alba, sob direção de Clarisse Abujamra, que está concorrendo em alguns festivais, e certamente, assim que melhorar esta situação, saia caldo daí.
ALLAN HARBAS – Foto: Arquivo pessoal.
Simplesmente:
ALLAN HARBAS.