– “RETROSPECTIVA” – Bruce Gomlevsky: Ator e Diretor.

Temporada 2022 – Blog/Site:

“RETROSPECTIVA”

Projeto:

“Entrevistas NECESSÁRIAS”

O Blog/Site iniciou a temporada de retrospectiva das inúmeras (78) homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema…

Com suas entrevistas necessárias – mais um artista imprescindível do cenário artístico teatral, televisivo e cinematográfico..

O retrospecto da vez é o artista da cena que faz do seu ofício com máximo respeito ao universo artístico – por isso, como tantos outros obstinados e incansáveis trabalhadores das artes, são de extremo necessários para mundo midiático e teatral – imbuído nas veredas televisivas, teatrais e cinema: BRUCE GOMLEVSKY.

Sua Entrevista NECESSÁRIA, que é o projeto inserido dentro desse Blog/Site, foi realizada a mais de 01 ano e meio atrás e será reportada logo após uma breve atualização do seu momento cultural atual.

Bruce Gomlevsky – Ator e Diretor.

Gomlevsky – “Renato Russo: O Musical”.

Bruce Gomlevsky no monólogo: “Memórias do Esquecimento”.

Direção: Bruce Gomlevsky. Cia. Teatro Esplendor.

– Ator, diretor teatral, produtor, trabalhando em teatro, TV e cinema há 27 anos.

– Fundador e diretor artístico da Cia. Teatro Esplendor.

O último espetáculo de sua Cia. Teatral, “Um Tartufo”, que este Blog/Site resenhou uma crítica, e está inserida no Blog para quem quiser ler, onde foi indicado a mais de 8 prêmios no cenário carioca em 2018. Um feito teatral de cunho artesanal, com um olhar direcional de Bruce – muito peculiar e extremamente necessário enquanto proposta cênica – belíssimo e inventiva ressignificação do texto de
MOLIÈRE.

– Lançou em 2015 seu primeiro álbum autoral com músicas inéditas chamado “Eu me recuso a abandonar meu romantismo”.

– Como diretor convidado, dirigiu os espetáculos: “Um estranho no ninho”, no Teatro Poeira;
“Anti Nelson Rodrigues”, no Teatro 3 do CCBB; “Meu nome é Reginaldson”, no Teatro Cândido Mendes; e “Blackbird”, no Teatro Gláucio Gil.

– Foi indicado ao prêmio Shell e ao prêmio Cesgranrio, como melhor diretor em 2014, pelos espetáculos: “Festa de Família” e “Funeral”, de Thomas Vinterberg.

– Participou de 69 espetáculos teatrais.

– Como ator e diretor, destacam-se o monólogo “Memórias do Esquecimento”, que este Blog/Site fez sua
crítica teatral, e com esse trabalho ganhou o prêmio APTR como melhor ator, em 2018.

Com o monólogo “Uma Ilíada”, ganhou o prêmio Cesgranrio de melhor ator, em 2015.

Bruce Gomlevsky no monólogo: “Uma Ilíada”.

O espetáculo “O homem travesseiro”, de Martin Mc Donagh – prêmio APTR de melhor direção e melhor espetáculo em 2012. O espetáculo “A volta ao lar”, de Harold Pinter e “Cyrano de Bergerac”.

O musical que ficou anos em cartaz, e já viajou o Brasil inteiro: “Renato Russo”, indicado ao prêmio Shell de melhor ator em 2007; visto por mais 500 mil pessoas em mais de 40 cidades brasileiras.

– Integrou por 3 anos a Cia. De Ópera seca, dirigida por Gerald Thomas onde realizou 7 espetáculos.

– Em 2014 dirigiu o espetáculo “Timon de Atenas”, de William Shakespeare, protagonizado por Vera Holtz.

– No cinema, Bruce ganhou os prêmios Candango de melhor ator, no Festival de Brasília; prêmio de
melhor ator, nos Festivais de cinema de Curitiba e de Vitória, com o filme “Nada a declarar”, de Gustavo Acioli.

– Participou como ator dos filmes “Deus é brasileiro”, de Cacá Diegues; “Apolonio Brasil”, de
Lúcia Murat; “Pele-birth of legend”, de Mike Zimbalist; “Sorria você está sendo filmado”, de Daniel Filho; “O escaravelho do diabo”, de Carlo Milani; “Elis”, de Hugo Prata; “Polícia federal – a lei é para todos”, de Marcelo Antunes; “Simonal”, de Leonardo Dominguez; “A divisão”, de Vicente Amorim, entre outros.

– Em novelas: trabalhou em “Liberdade, liberdade” e “Novo Mundo”, na Globo, com direção geral de Vinícius Coimbra.

– Trabalhou nas séries: “Ilha de ferro”, dirigida por Afonso Poyart, em 2018; “Impuros”, dirigida por Tomaz Portella na Fox; “Desalma”, de Ana Paula Maia, e direção de Carlos Manga Jr, com estreia prevista para 2020 no Globoplay, e atualmente integra o elenco da série “O anjo de Hamburgo”, de Mario Teixeira, com direção de Jayme Monjardim, da Globo e Sony internacional.

“Festa de família” – com: Otto Jr. e Peter Boos.

Antes de entrarmos na retrospectiva – vamos reportar uma breve atualização dos trabalhos do cenário artístico – que Gomlevsky está conectado neste momento.

Abaixo segue a atualização:


Dois trabalhos para divulgar para esse momento! Ambos com a Cia teatro Esplendor.

“Um Tartufo” que reestreia dia 5 de agosto no Teatro Dulcina, e faz 4 semanas de temporada aos sábados e domingos até 28 de agosto.

 

“Um Tartufo”.

“Um Tartufo”.

“Um Tartufo”.

“Um Tartufo” – direção Bruce Gomlevsky.

Cia Teatro Esplendor.

“Um Tartufo”.

O outro espetáculo é:

“Animal Farm – A Revolução dos Bichos”, que estreia dia 30 de setembro no Teatro Sergio Porto – cumprindo 5 semanas de temporada até o dia 30 de outubro, de sexta a domingo.

No Sergio Porto faremos também ” Um Tartufo” as quintas-feiras, de 29/9 a 27/10.

Abaixo fotos dos ensaios de ” Animal Farm – A revolução dos bichos”.

Foto ensaio de “Animal
Farm – A Revolução dos Bichos”.

“Animal Farm – A Revolução dos Bichos”.

“Animal Farm – A Revolução dos Bichos”.



Entrando na RETROSPECTIVA da – Entrevista NECESSÁRIA – com:

BRUCE GOMLEVSKY.

– F.Fachetti – Ator, diretor, teatro, cinema, tv… Onde Bruce Gomlevsky sente-se mais à vontade? O que é imprescindível para realizar seu trabalho de artista, com êxito – aparente em seus trabalhos?

 

Bruce Gomlevsky – Eu adoro fazer teatro, cinema, televisão, são meios bem diferentes para o ator. Eu sou apaixonado por tudo que eu faço, aliás, o que me move é a paixão pelos personagens. Amo fazer cinema, televisão, mas, eu me sinto mais à vontade no teatro, onde eu comecei, por que é onde eu posso ter mais autonomia, ser dono dos meus projetos, inventar o que quero inventar, criar o que eu quero criar. Hoje em dia, depois do “Tartufo”, que eu fiz com a minha Cia.; foi um projeto muito importante – para mim foi um novo paradigma na minha forma de criar. É imprescindível ter tempo de ensaio, ter tempo de trabalho, ter atores que queiram trabalhar como uma equipe, com espírito coletivo, com ética, e
disponíveis para fazer um trabalho de pesquisa, de experimentação. Muitas vezes a gente não sabe onde vai dar.

 

– F.Fachetti – Sendo o capitaneador, de uma Cia. Teatral com trabalhos de excelência, já acompanhei vários. Quem é o Bruce diretor, criador? Como é esse processo com seus atores?

 

Bruce Gomlevsky – olha, em relação a direção teatral, eu nunca quis ser diretor, na verdade, eu nunca programei ser diretor, não premeditei isso, aconteceu naturalmente – a partir do meu trabalho de ator, depois como produtor, acabei virando diretor. Nunca quis inovar nada, nunca parti da premissa de ser um inovador, nem de ser um criador. Na verdade, eu me coloco como um aprendiz, sempre, me permito não saber, essa é uma condição inicial importantíssima, não saber o que vai ser feito. Claro que a gente tem intuições, imagens que aparecem. É importante se colocar num lugar de não saber, de ter a tela em branco que vai se desenhando ao longo do processo.

Eu gosto do processo com os atores, é o que importa para mim. Gosto de dirigir os atores. O meu foco principal de trabalho – é o trabalho do ator, o treinamento do ator, inclusive, toda a formação do espetáculo surge a partir da colaboração dos atores. Eu sou um diretor que quero trabalhar com atores criativos.

Virei diretor por que naturalmente comecei a me interessar por todos os elementos do teatro – pelo cenário que já assino, alguns cenários dos meus espetáculos, muitas vezes junto com a Bel Lobo, grande cenógrafa. Adoro pensar o dispositivo cênico onde vai se desenrolar a ação, muitas vezes eu começo pensando o cenário. Daí comecei a me interessar pelo figurino, iluminação. Sobretudo por uma metodologia e técnica do ator. Como o ator pode abordar seu trabalho. Comecei a me interessar por essa metodologia e uma sistematização da técnica do ator, ser um ator criativo, quais os meios ele vai utilizar.

Bruce Gomlevsky em “Demônios” – de Lars Noren.

– F.Fachetti – Ser diretor convidado, te remete a arcabouços – competências – aclaradas pelos seus
feitos como ator e como diretor respeitado. Como você cria essas convergências, essa interatividade com artistas “estranhos” na sua convivência?

 

Bruce Gomlevsky – Na medida em que comecei a ter alguma projeção, indicações a prêmios, com meu trabalho de direção na Cia. Teatro Esplendor, que eu fundei, fui sendo convidado para dirigir outros espetáculos.

Esse lugar de diretor convidado, é um lugar ambíguo, uma faca de dois gumes. Tem coisas muito positivas, e tem coisas muito negativas também.

Adoro conhecer pessoas novas, novos atores, criadores, novos técnicos; iluminadores, cenógrafos, figurinistas. Com o tempo, algo me diz que para ter um maior aprofundamento no trabalho, é preciso ter um trabalho continuado com mesmo núcleo de atores. Estou agora focado em conseguir manter o trabalho continuado a longo prazo da minha Cia.; os atores com quem eu já tenho trabalhado, e que
forma um time, uma equipe – por que é uma maneira de se aprofundar verticalmente na proposta. Isso não quer dizer, que eu não esteja aberto para conhecer novos atores, mas tenho preferido cada vez mais focar nos meus projetos, e nos projetos da Cia. Teatro Esplendor.

 

– F.Fachetti – Os prêmios, e as indicações a eles – que você teve inúmeros, te traz quais sensações como homem e artista? Cite um, ou mais, que te deixou mais realizado enquanto artista.

 

Bruce Gomlevsky – Claro que é muito importante o reconhecimento, indicações à prêmios, boas críticas, mas, não é isso que move a gente. O que me move no teatro é o autoconhecimento, a investigação, experimentação. Até para se conhecer melhor, para conhecer a psique humana, se tornar um ser humano melhor, estudar a psicologia humana, comportamento.

Eu tive algumas indicações à prêmios, ganhei alguns prêmios importantes. Os dois monólogos que fiz – “Ilíada”, eu ganhei o prêmio Cesgranrio de melhor ator, 2015. Ganhei o prêmio APTR de melhor ator com “Memórias do Esquecimento”, 2018. Ganhei o prêmio APTR de melhor espetáculo, e melhor direção, com “O homem travesseiro”; um espetáculo que gostei muito de fazer. O prêmio Questão de
Crítica, pelo reconhecimento do trabalho do “Tartufo”, 2018.

Bruce Gomlevsky.

– F.Fachetti – Quase 70 espetáculos. Coloque aqui para nós, cinco deles que mudou sua vida artisticamente, e como ser humano.

 

Bruce Gomlevsky – Para ser bem preciso, eu fiz 69 espetáculos até hoje, como ator, diretor e produtor. Muitos deles eu dirigi e atuei ao mesmo tempo, outros eu dirigi, produzi e atuei.

Espetáculos que mudaram a minha vida – “Renato Russo”, um marco na minha trajetória, que eu faço a 14 anos – nunca imaginei que ficaria tanto tempo em cartaz. 500 mil espectadores, mais de 40 cidades brasileiras, chegamos a 566 apresentações.

O“Tartufo” é um espetáculo que mudou a minha vida como diretor na Cia. que me orgulha muito de ter feito.

Gostei muito de ter feito a ópera com a Gabriela Geluda; “Na boca do cão”, um espetáculo bem diferente para mim, primeira ópera que eu dirigi.

Com Gabriela Geluda. Direção: Bruce Gomlevsky.

“Na Boca do Cão” – Gabriela Geluda.

Os dois monólogos que fiz como ator e diretor, que já citei: “Uma ilíada” e “Memórias do Esquecimento”. “O homem travesseiro”, importantíssimo também. Enfim, são muitos, mas esses eu destaco na minha trajetória.

Bruce Gomlevsky e Fabiula Nascimento em “Macbeth”, Direção: Moacyr Chaves.

Bruce Gomlevsky e Jaime Leibovitch em “Funeral”.

F.Fachetti – Assisti, e fiz a crítica teatral de “Memórias do Esquecimento”, em sua estreia.
Conversamos sobre isso no celular, e fiquei fascinado com o texto, apesar de cruel; com sua interpretação – minimalista, naturalista, cuidadosa. O que esta história real te ensinou, para que lugar esse espetáculo te jogou – que ganhou, merecidamente – prêmio APTR como melhor ator em 2018?

 

Bruce Gomlevsky – “Memórias do Esquecimento”, foi um projeto muito importante na minha vida, por que ele fala da história do Brasil, fala dos porões da ditadura, e a gente vive um momento onde muita gente quer rever a história, recontar, negando que houve ditadura, negando a gravidade da tortura que existiu no Brasil. Ter feito esse trabalho, foi uma experiência muito forte, trata da história do Brasil recente.

Ter conhecido o Flávio Tavares (autor), ter tido o aval dele foi muito marcante para mim. Nunca vou esquecer da estreia, com o Flávio sentado na primeira fila, vendo o espetáculo com os olhos fechados, ouvindo o texto. No final, ter ouvido da boca dele – que o espetáculo fez ele renascer de novo. Tanto a escrita – que fez ele renascer – quando ele conseguiu colocar no papel, quanto ter visto o espetáculo, foram maneiras de apaziguar um pouco o trauma de ter sido tão torturado na ditadura militar. O aval dele, a legitimidade que ele me deu para fazer esse trabalho, foi muito importante. Um texto que vai ser sempre pertinente sobre a história do Brasil.

No monólogo: “Memórias do Esquecimento”.


No monólogo
“Memórias do Esquecimento”.

– F.Fachetti – O musical, do gênio, poeta, “Renato Russo”, indicado à prêmios, teve mais de 500
mil pessoas assistindo pelo país afora. Assisti, três vezes, me emocionei, chorei, e esse Blog/Site fez a crítica teatral desse vertiginoso e loquaz trabalho cênico.

Interpretar esse ícone a tanto tempo, te trouxe incontáveis alegrias e sensações. Discorra sobre essa cena teatral para nós.

 

Bruce Gomlevsky – Como eu disse, o “Renato Russo” é um marco na minha vida. Quando você faz um espetáculo, imagina que vai ficar alguns meses em cartaz. Se ficar mais três meses em cartaz já é uma grande vitória. Ficar 14 anos em cartaz é uma experiência que muda a vida. Primeiro por que é pedagógico para mim como ator, ter feito tantas apresentações me dá uma precisão – que é difícil de se atingir – além de estar retratando a vida de um dos maiores ícones da música brasileira, do rock, e ver que as pessoas cantam todas as músicas até hoje, ver que tem uma nova geração de adolescentes em todo Brasil que é fanática pelo Renato Russo, como ele é um grande poeta, e poder ainda fazer ele hoje, quase 15 anos depois, é um privilégio para poucos.

A obra do Renato continua pertinente, contundente, sobretudo por que ele é um grande poeta. As letras dele tocam qualquer jovem, de qualquer lugar do Brasil, em qualquer época, por ser um poeta universal, atemporal, e que merece continuar sendo homenageado.

Enquanto eu tiver forças, vou continuar fazendo esse espetáculo.

 

– F.Fachetti – Trabalhou em 7 espetáculos com o lendário, polêmico e necessário Gerald Thomas.
No meu olhar, sua essência enquanto homem e artista, assemelha-se muito a Thomas. Estou errado? Na sua quietude, você é polêmico, de gênio conflituoso. Diria, difícil de se aproximar. Se coloca distante. Estratégia? Modo de se preservar por ser tão requisitado?

Diga o que quiser, sobre essa minha “dúvida”. Digo isso pelo que eu percebo. Você sempre me tratou
muito bem, e nos aproximamos.

 

Bruce Gomlevsky – Achei curioso você me achar parecido com Gerald. Ele foi um grande professor para mim. Fiz 7 trabalhos com ele, um cara muito culto. Não sei se pareço com ele. Acho que a gente tem uma ironia parecida, um humor parecido, um humor ferino, meio inglês, meio contido. Não é aquele da chanchada brasileira – é um humor irônico, cáustico.

Eu acho que sou tímido, na verdade, não acho que eu me coloco distante. Eu tenho uma timidez. Por incrível que pareça, eu sou um cara introvertido em alguns momentos. Não é estratégia não, na verdade, às vezes é só timidez mesmo. Não sou aquele cara super extrovertido, sempre super alegre. Sou mais na minha, fechado. Não é antipatia não, às vezes é só timidez mesmo.

 

Espetáculo: “Cyrano de Bergerac”.

– F.Fachetti – Dos prêmios ganhos em cinema, quais foram os mais difíceis de realizar, e dentre tantos filmes, citados acima, quais os mais prazerosos enquanto ator, que te deu mais projeção na cena cinematográfica?

 

Bruce Gomlevsky – Como eu falei, amo fazer cinema, sou um cinéfilo. Assisto muitos filmes por semana, seja no cinema, seja em casa, na TV a cabo, internet. Sou fissurado por cinema. Fiz filmes importantes na minha carreira. Primeiro: “Deus é brasileiro”, do Cacá Diégues, um filme muito marcante. Recentemente, fiz filmes que foram importantes como: “Simonal”; “Elis”; “Polícia Federal – A
lei é para todos”; “A divisão”, um filme muito interessante. Estou agora indicado ao prêmio, “Notícias de TV”, como melhor ator – fazendo Paulo Gaspar – de “A divisão”.

São mais de 20 filmes. Adorei fazer os curtas no início da minha carreira, fiz muitos. Fui premiado com os curtas: “Cão guido”, e “Nada a declarar”, de Gustavo Acioli; “A sauna, de Marco Abujamra. Sempre um exercício, fazer curta metragem. Cinema eu amo fazer.


“A volta ao lar”, com: Tonico Pereira, Sergio Guizé e Arietha Correa.

“O homem travesseiro”, com Bruce Gomlevsky e Ricardo Blat.

– F.Fachetti – Atualmente integra o elenco da série “O anjo de Hamburgo”, de Mario Teixeira, direção de Jayme Monjardim – da Globo e Sony internacional. Fale um pouco desse novo trabalho, e por favor, conte só para mim, pelo menos dois de seus projetos futuros. Bem, se o desgoverno permitir, claro.

 

Bruce Gomlevsky – Quando veio a pandemia, eu estava começando a gravar “O anjo de Hamburgo”, que é uma série da Globo com a Sony, primeira produção internacional da Globo, falada toda em inglês. Uma história baseada em fatos reais, da Araci Rosa – mulher do Guimarães Rosa – que salvou vários judeus na segunda guerra mundial. Eu faço uma personagem, que é o Hugo Levi, um personagem que existiu, que conseguiu fugir, ajudado pela Araci Rosa. Veio para o Brasil, fugindo dos nazistas. Uma história que me toca muito na pele, por que a minha família é de ascendência judaica, sou judeu. Parte da família da minha mãe foi morta em campo de concentração. Meu avô era polonês; conseguiu fugir na
segunda guerra, assim como a minha avó, que era alemã; conseguiu vir com a família para o Brasil. É uma história que me toca fundo na alma por falar da minha ancestralidade, minhas raízes. Uma história importante de ser contada, falando do nazismo, da luta contra o nazismo. Além de serem personagens que existiram, ela me toca pessoalmente.

Projetos futuros… eu quero voltar com “Um Tartufo”, da minha Cia.; que eu dirigi.
Quero muito levar a peça para São Paulo, para outros estados, e até para fora do Brasil.

Como ator eu quero fazer o Hamlet – o Geraldo Carneiro traduziu a peça inteira para mim na íntegra. Quero achar meios de conseguir fazer esse personagem, que é um sonho, que eu me sinto maduro para fazer. Com a Cia tem outros projetos, mais, por enquanto, segredo.

Essa é a marcante, necessária trajetória do ator e diretor Bruce Gomlevsky.

Simplesmente:

BRUCE
GOMLEVSKY

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