O Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança
Apresenta:
O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos: Operários das Artes.
Projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia.
O Operário da Arte que nos oferece conhecimento sobre o universo da música flamenca e vários outros estilos musicais, onde ele estuda e também é um grande profissional, é o Guitarrista de múltiplos palos/ritmos flamencos:
LUCIANO CAMARA.
Antes de entrarmos na Retrospectiva de Luciano Camara, iremos fazer uma breve atualização de seus feitos artísticos mais recentes.
São eles:
– O espetáculo: “Debaixo D’Agua” foi idealizado pelo OLE TRIO – formado por Luciano Camara, Tatiana Bittencourt e Ivna Messina.
“Fiz as composições das músicas e a direção musical”.
Estreou ano passado e neste ano fará uma circulação por teatros e lonas municipais do Rio de Janeiro.
– Espetáculo “Tempero de Frida”, com a atriz Rosana Reategui e a cantora Natalia Sarante.
Sobre a vida da pintora mexicana Frida Kalo – fizemos uma circulação pelos teatros do Sesc-Rio e está sendo programada uma temporada para julho – com datas ainda a serem confirmadas.
No mês da mulher , a vida e a obra da pintora mexicana será retratada nos palcos, junto ao cenário histórico que ela cresceu, em meio a revolução Mexicana de 1910.
“Temperos de Frida”, traz a efervecência cultural que inspirou a artista reunindo teatro, narração de histórias e música ao vivo.
O espetáculo foi inspirado na cerimônia para agradecer nosso destino e cumprir os tratos com a misteriosa Catrina; Dona da Morte.
Em uma proposta que tem um diálogo direto com a plateia – regada por música ao vivo – Rosana provoca e traz o público para o jogo cênico onde são convidados a participar de uma festa para comemorar a vida e escutam passagens marcantes da grande pintora.
A atriz nos conduz por histórias mescladas com músicas mexicanas como: La Llorona, La Bruja, Cucurrucucu Paloma, todas cantadas por Natalia Sarante e o violão de Luciano Camara.
Cia. “Quinti”.
– “Show Paisagens Sonoras”, onde Luciano tem feito apresentações de seu trabalho autoral.
Esses shows também estão funcionando como um laboratório para Luciano trabalhar os arranjos e pensar as diferentes formações que usará para a gravação do àlbum do seu trabalho solo.
Uma das músicas já está gravada – chama-se Atlantico – e é uma composição dedicada à Flautista Letícia Malvares, que é conhecida aqui pelo seu trabalho com o flamenco. Ela participou da faixa e também convidei a Georgia Camara para a percussão e a flautista Aline Gonçalves.
Natalia Sarante, Luciano Camara e Rosana Reategui.
Com Mayo Pamplona no contrabaixo acústico e Georgia Camara na bateria.
Aqui, O Projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS”, inicia sua Retrospectiva no universo da música e dança – Arte Flamenca e vários outros estilos musicais.
Amigos! Com muita alegria comunico que o mês de junho o projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS”, comemora um ano de exaltação as artes, dando luz e visibilidade à trajetória de artistas do universo teatral e da dança: Os Operários das Artes.
Projeto criado no obscuro pandêmico, com enormes holofotes materializados nas trajetórias dos Operários das Artes que esse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança tem a honra de dar enorme visibilidade aos seus feitos irrefutáveis.
Luciano Camara em seu ofício com João – Seu filho.
Entrando na Retrospectiva da
Entrevista NECESSÁRIA com:
LUCIANO CAMARA
Francis Fachetti – Explique para todos essa dissertação – pesquisa com o Violão de Choro Brasileiro e na Guitarra Flamenca –, suas composições a partir de seu Mestrado em Musicologia pela UNIRIO. O que é mais instigador nessa pesquisa de diferentes musicalidades?
Luciano Câmara – Quando eu resolvi fazer a prova para ingresso no Mestrado, eu buscava um tema que me interessasse também musicalmente.
Eu já passei por diferentes fases musicais na minha trajetória, mas sempre me interessei pela música instrumental em suas diversas vertentes.
Sempre tive interesse pelo choro, pelo jazz, pelo flamenco, pela chamada música clássica.
Durante algum tempo me dividi aqui no Rio, hora tocando flamenco em shows e nas aulas das academias de dança; hora tocando choro, samba e MPB em shows e bares em casas noturnas, na Lapa. Então, eu vivia essa troca de chave, entre o violão flamenco e o violão de sete cordas brasileiro.
Uma coisa que eu achava interessante é o uso das cordas graves nesses instrumentos. Então, quando o meu projeto foi aprovado no Mestrado e meu orientador era da linha de pesquisa de História da Música, eu busquei fazer um trabalho sobre uma historicidade do uso dessa região do instrumento na composição para violão nesses dois gêneros musicais, partindo de uma composição do Guinga e outra do Paco de Lucia.
Luciano Camara – com o Trio Viramundo.
Francis Fachetti – Gostaria que falase sobre seu trabalho no Grupo Água Viva e explanasse a respeito dos seguintes CDs que você gravou: “Mundo ao Revés”; “Suites do Brasil”; e “O Louco”.
Luciano Câmara – O CD “Suites do Brasil” foi gravado com a “Camerata de Violões”.
Foto de divulgação do projeto “Suítes do Brasil”, da “Camerata de Violões”.
– O Grupo Água Viva está dissolvido há algum tempo, cada um trilhando seus caminhos individualmente.
É um trabalho que traz muitas lembranças boas e todos os integrantes são muito especiais para mim.
Esse grupo também é fruto do amor pela música em suas diversas vertentes.
Éramos sete músicos. Muitas cabeças e muitas influências musicais de várias partes do mundo. O nosso ponto de união foi a existência de um grupo chamado “Itiberê Orquestra Família”.
Essa orquestra foi comandada pelo grande músico Itiberê Zwarg, que há décadas integra o grupo musical daquele que é uma referência para músicos do mundo inteiro: o grande Hermeto Paschoal.
Essa admiração pela música do Hermeto – que o próprio chamou de Música Universal, e que carrega uma concepção riquíssima – teve uma continuidade no trabalho junto ao Itiberê que é outro mestre para mim.
Nessa Orquestra, o Itiberê, inspirado pela continuação dessa concepção musical, passou a desenvolver um trabalho musical riquíssimo, com sua linguagem própria, autoral, e atraindo vários jovens músicos que participaram da Orquestra ou participaram das oficinas que ele começou a ministrar.
Eu e mais quatro integrantes do “Agua Viva” fizemos parte da “Itiberê Orquestra Familia”, e dois outros participaram das oficinas.
Esses dois álbuns carregam um pouco dessa trajetória comum, mas também as influências particulares de cada um.
Grupo “Água Viva”.
– O “Mundo ao Revés” foi gravado pouco depois que entrei no grupo.
Eu estava morando no Japão por um ano, e quando retornei a galera me convidou para participar.
Esse título vem de um texto do Eduardo Galeano, que narra como o mundo está de cabeça para baixo, e esse momento que vivemos é um espelho disso, não é? Um mundo em que se nega o trabalho de pessoas que estudam anos, se preparam anos estudando e fazendo ciência, e tudo é negado por um “achismo”.
Um mundo em que se transforma “uma criança em uma moeda” e pessoas em números…
Esse texto do Galeano foi interpretado no nosso CD pela Bibi Ferreira! E também tivemos a participação do Itiberê Zwarg numa faixa!
Foi um belo álbum de estréia do grupo.
Foto de divulgação do Grupo “Água Viva”, com o CD “Mundo ao Revés”, 2011.
– “O Louco”, veio a partir da imagem da Carta de Tarot, na qual um moço anda distraído, olhando para o alto, estando na beira de um precipício. Quem tenta salva-lo é um cachorro que fica ali perto dele, tentando chamar ele de volta.
Acho que quem trouxe essa imagem foi a Aline Gonçalves, flautista e compositora no grupo.
Cada um tinha uma interpretação. A maioria concordava que a imagem simbolizava um pouco a vida de quem trabalha com arte. Refletia um pouco de cada um: tentando levar a vida meio que nessa corda bamba, com a cabeça no ar, produzindo e criando coisas e a vida cotidiana nos lembrando das coisas terrenas, que também são necessárias.
Lançamento do segundo CD do Grupo “Água Viva” – “O Louco”, 2016.
Francis Fachetti – Aclare para nós o que é a “Camerata de Violões” – que contém em seu repertório nomes icônicos da música mundial: Claude Debussy, Heitor Villa Lobos… Como funciona essa “Camerata”?
Luciano Câmara – A Camerata é um grupo que existe há 25 anos. Com um repertório vasto e com vários álbums gravados.
Somos oito violonistas, sendo que usamos instrumentos de construções diferentes.
Temos violões de seis, sete e oito cordas. Violões com cordas mais graves e também um com uma corda mais aguda que o tradicional.
Eu entrei no grupo por indicação do Fabio Nin, grande violonista e que também toca flamenco. Entrei já para gravar o repertório do CD “Suites do Brasil”.
A Camerata toca composições originais feitas para sua formação, e nós também atuamos fazendo arranjos e adaptando obras de compositores como Villa-Lobos, Debussy, Leo Brower, Alberto Ginastera.
Nós acabamos de realizar uma bem sucedida campanha de financiamento coletivo, em 2020, e estamos com o primeiro DVD do grupo já sendo produzido.
Vai se chamar “Cordas Clássicas”, e têm esses grandes nomes da música de concerto no repertório.
Gravação do DVD “Cordas Clássicas”, novo projeto da “Camerata de Violões”, que será lançado em breve.
Eu fiquei responsável por adaptar uma obra de Bartók para a Camerata, chamada “Divertimento”, para orquestra de cordas. Foi bem desafiador e fiquei muito contente com o resultado.
Em breve o DVD estará pronto e veremos uma forma de fazer um lançamento, dependendo de como estiver a situação da pandemia.
Francis Fachetti – Nos fale sobre sua direção musical da Cia. Folclórica do Rio – UFRJ.
Luciano Camara – A Companhia Folclórica do Rio – UFRJ foi mais um feliz encontro com a dança que pude ter.
Ao retornar do Japão prestei um concurso para a UFRJ e fui aprovado, em 2010.
Atuo como violonista e há um revezamento da direção musical do trabalho, então, melhor do que dizer que sou, é dizer que estou como Diretor Musical.
A Cia é um Grupo Artístico de Representação Institucional, dirigido pela Profa. Dra. Eleonora Gabriel – que existe há mais de 30 anos na UFRJ.
É formada por alunos, professores e técnicos da Universidade.
Realizamos pesquisas e apresentamos espetáculos de dança e música ao vivo com vários elementos da nossa riqueza cultural: o samba, o jongo, o frevo, o maracatu, danças gaúchas, a capoeira, a ciranda… Ela valoriza as manifestações artísticas e culturais do povo brasileiro e funciona como uma ponte entre a Universidade e vários setores e grupos da sociedade. Realiza ações nesse sentido: O Encontro com Mestres Populares; o Festival Folclorando, que trabalha dança, arte e educação com crianças das redes escolares pública e privada.
Desde que começou a pandemia vamos nos encontrando remotamente, e fomos obrigados a transferir nossas ações para este formato virtual.
Foi um período difícil, mas, seguimos na esperança de retorno e que nosso país possa sair dessa situação pavorosa em que estamos.
A universidade segue, para ajudar a achar a luz no fim desse túnel de negacionismo em que o país se meteu. E a saída só pode ser através do conhecimento, da Educação, da Cultura e da Ciência.
Francis Fachetti – Com renomados expoentes da música flamenca, aprofundou-se no estudo com a guitarra, em Madri, sendo hoje um respeitadíssimo guitarrista flamenco – que eu já tive a honra de dançar com você “dedilhando” em compassos.
Comente sobre esse estudo com a guitarra e um pouco de seus vários Mestres que viabilizaram esse seu ofício.
Luciano Câmara – A guitarra flamenca foi desses encontros que a vida proporciona e surpreende a gente.
Eu não tinha contato com o flamenco, fui começar a estudar violão clássico, por volta de 1994 ou 1996, não lembro bem… Já tocava rock, MPB, em bandas com amigos da escola e amigos de bairro.
Entrei na Escola de Música Villa-Lobos, aqui no Centro do Rio. Conheci a Mara Lucia Ribeiro, que também toca flamenco. Ela foi minha professora de violão clássico na EMVL e fez um curso de férias de introdução a guitarra flamenca. Fiz esse curso e a partir daí não parei mais.
Devo à Mara não só esse encontro com o flamenco, mas, também várias outras lições.
Nas conversas com café, falando sobre vida, música, convivência, política, eu iniciando a minha vida como músico – através dela conheci também outros músicos que viraram referências para mim, como o Fernando de La Rua.
Quando aconteceram os cursos produzidos pela Renata Chauviere e pelo Allan Harbas e tive a oportunidade de ver como o Fernando De La Rua – brasileiro, referência no flamenco mundial, e hoje mora na Espanha – como ele ia construindo a música dos bailes ali, na hora, foi muito importante. Enfim, a convivênvia com todos com quem tive oportunidade de trabalhar, dançarinos ou músicos.
Com Fabio Nin , Allan Harbas, o Roberto Monteiro, com o Diego Zarcon e tantos outros músicos também. A gente sempre vai aprendendo.
Sempre que for possível eu tentarei voltar a Madri e a Andalucia. Não só para reciclar e estudar, mas, para andar, ver tablados, conversar com as pessoas. Acho muito importante esses momentos lá.
Foto com grandes bailaoras: Carmen La Talegona, Juana Amaya e Rafaela Carrasco.
Participou como guitarrista acompanhante em workshops e em diversas apresentações de Carmen La Talegona no Rio e São Paulo.
Francis Fachetti – Exponha essa convergência de elementos musicais brasileiros, num olhar atual, que é a empreitada da Cia. de Arte Flamenca – na música e no baile – onde você é o diretor musical.
Luciano Câmara – A direção musical era compartilhada com o Fabio Nin.
Cada um compunha uma música, trabalhavamos a construção dos arranjos.
A Cia de Arte Flamenca é outro projeto que trabalhei vários anos seguidos. Eu a vejo como um caminho que se iniciou quando comecei no flamenco, através da Mara, pude trabalhar com a Simone Abrantes – início do contato com o baile, e depois, na Cia de Arte Flamenca com a Tatiana Bittencourt como diretora, com a Laura Laguna e Andressa Abrantes.
A Cia também está parada há algum tempo. Mas, acho que essa convergência de elementos musicais brasileiros era algo natural, da bagagem que cada músico tinha.
A Georgia Camara e a Leticia Malvares também vieram de uma formação eclética e passaram comigo pela “Itiberê Orquestra Família”.
O Fábio Nin também tem várias influências, do violão de sete cordas, do trabalho dele com choro, com teatro, artistas da MPB.
Todos dispostos a fazer essa investigação na música e baile.
Grande artista e raro ser humano.
Luciano Camara e Leticia Malvares.
Luciano Camara, Leticia Malvares e Diego Zarcon.
Francis Fachetti – No fundamentar, no imo/âmago de referentes estilos musicais: choro, samba, rock, jazz, bossa nova, flamenco e erudito, como detalha, manuseia, esmiúça, todas essas informações dentro do seu trabalho, até levá-lo ao público?
Luciano Câmara – Acho que tudo isso fica no inconsciente. E acho que meu acesso a essas informações se dá muitas vezes por estímulos que acontecem à minha volta.
Quando estou me apresentando com o flamenco, acompanhando o baile por exemplo, tudo o que me cerca – o baile, a letra do cantaor, a concentração repartida pelo grupo – tudo me faz tocar em função daquilo que está acontecendo ali no momento. Então, acho que nesse momento tudo que busco acessar é o mais próximo do flamenco que eu possa ter na bagagem.
Não tenho como afastar de mim toda uma vida de sons, emoções, músicas, lugares e lembranças.
Pode ser que no meio do caminho apareça um jeito de acompanhar, de tocar um acorde, uma nota, frase ou melodia que remeta ao todo essas outras partes que me formam, e isso vai sair na música, acho bom que apareça na música.
Não busco pureza, minha vida é uma vida misturada, de uma família misturada, de um povo misturado e atravessado por músicas misturadas. É nessa mistura que eu me encontro.
Com o “Quarteto Flamenco Jazz” – Mariana Zwarg (Flauta); Tatiana Bittencourt (Baile) e Sergio Otero (Percussão).
“Quarteto Flamenco Jazz”.
Francis Fachetti – Dentre toda essa gama musical, em qual (ou quais), Luciano Câmara se sente mais entregue, sensível?
Luciano Câmara – Por tudo isso que tentei explicar antes, não consigo dizer se há uma assim.
É como na vida, tem momentos em que tudo dá certo, tudo flui e há uma conexão com a música e com o entorno; e outros em que a gente se esforça, sua, parece que está carregando um peso e não acontece nada.
No show “Paisagens Sonoras”, 2019:
Projeto autoral onde executa suas composições.
Francis Fachetti – Seria importante você divulgar para nós, o que está preparando nesse momento pandêmico, cruel e exaustivo, para a retomada de trabalhos. Tem algum trabalho que está debruçado agora e queira divulgar?
Luciano Câmara – Como falei antes, tenho esse DVD com a Camerata de Violões que está para sair – Projeto “Cordas Clássicas”.
Camerata de Violões.
Estou trabalhando numa versão para vídeo de um espetáculo chamado “De Piaf a Elis”, que foi criado junto com a cantora Renata Chauviere e a bailaora Sharon Sultan. Estávamos com tudo pronto para apresentar aqui no Rio quando tudo fechou devido à pandemia.
Estamos nesse processo, eu e o Elissandro de Aquino, produtor e diretor; reformatar tudo. Bastante trabalho.
Tenho um projeto de um meu primeiro CD solo, que também foi interrompido pelo momento e que estou também tendo que reformular, começando a achar algumas soluções enquanto permanecemos nesse “Mundo ao Revés” de agora. O importante é seguir, sempre.
Espetáculo flamenco com as bailaoras: Carmen Talegona e Vera Alejandra.
“Tablao Flamenco” onde tive a honra de ter Luciano Camara na sua guitarra flamenca – Francis Fachetti e Ariel Vaz (Bailaores).
Luciano Camara com sua guitarra flamenca, num espetáculo noTeatro Ipanema da Maestra Maria Theresa Canário – bailando Francis Fachetti.
Espetáculo flamenco com a presença de Vera Alejandra e Luciano Camara.
Momento inspiração de um grande artista:
Simplesmente:
LUCIANO CAMARA