O Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança
Apresenta:
O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos:
Operários das Artes.
Projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia.
INÉDITA!!!
Diretor Teatral:
RICARDO SANTOS
Ricardo Santos.
Ricardo Santos nos revela os pormenores de seu ofício.
Última empreitada teatral de Ricardo Santos com belíssimo, emocionante… resultado onde o Blog/Site intitula como:
Espetáculo NECESSÁRIO.
– Ricardo Santos é diretor, ator carioca.
– Como ator trabalhou em peças, filmes, séries, e como diretor vem pesquisando ferramentas e dispositivos para a construção artística tendo como base: O Tempo e o Espaço.
– Foi indicado ao Prêmio Shell de melhor Direção em 2019 com o espetáculo “O Rinoceronte, um estudo sobre o Ionesco” – que contou com 18 jovens atores em cena.
– Em parceria com a Sede das Cia dos Atores, além de oficinas, realizou a residência artística – “Como se Livrar de um Cadáver”; tendo a obra de Ionesco como base de pesquisa. O processo resultou na montagem, em janeiro desse ano, com 23 atores no elenco. A temporada levou 936 espectadores para a Sede da Cia dos Atores – em 16 apresentações.
O projeto/espetáculo foi realizado em parceria com a Escola de Teatro Martins Penna e com o Terreiro Contemporâneo que abraçou a ideia, onde foi realizada a primeira temporada – que se estendeu por 2 anos ocupando diversos espaços alternativos do RJ e MG.
– Idealizou e dirigiu “Cuidado Quando For Falar de Mim”, uma reflexão sobre as relações atravessadas pelo HIV/Aids.
O projeto é resultado de uma pessoa que coletou depoimentos de várias pessoas que convivem com HIV por mais de 2 anos, tendo assessoria técnica de renomados profissionais da Saúde, como a Drª Marcia Rachid e a Advogada e Ativista Regina Bueno, e ainda com as parcerias do Grupo Pela Vida: INAIDS e Rede Jovem.
– A pesquisa cénicaé presente e contínua desde 2017, quando foi buscar na direção um novo meio de expressão artística.
– Realizou a residência “Sangue Como Groselha” que tem a obra de Nelson Rodrigues como base reflexiva para a pesquisa. O resultado não era montar a obra do autor, mas, usá-la como impulso criativo para a pesquisa do caráter, da ética, das relações familiares.
– Acreditando em processos criativos, em coletivos e parcerias, o diretor mantém um núcleo de pesquisa composto pela dramaturga Carolina Lavigne, pelo diretor musical Rodrigo Marçal, pela cineasta e diretora Isabela Raposo e por Eugenio Oliveira, designer de luz.
– Integrou a Cia Teatro Autônomo sob o comando de Jefferson Miranda; Cia. Vértice sob a direção de Crhistiane Jatahy.
Entrando na INÉDITA Entrevista NECESSÁRIA com:
RICARDO SANTOS
Francis Fachetti – Não poderia começar essas reflexões e propostas que você me coloca sem perguntar o básico que desencadeará todo esse documento cultural: “Entrevistas NECESSÁRIAS”.
Defina para nós quem é Ricardo Santos ator e o diretor – o que converge, enaltece e o que provoca embate entre esses dois profissionais?
Ricardo Santos – Durante alguns bons anos, embora flertasse com a direção, não me via como diretor.
A partir de algum momento, provavelmente uns 7 anos atrás, comecei a sentir a necessidade de dar voz, ser proponente, escolher o que tenho vontade, e julgo importante dizer.
Isso se deu a partir de um processo interno. Não houve uma insatisfação com o trabalho de ator, mas uma vontade maior de estar por trás e a frente da cena, com um outro olhar, outra forma de expressão.
Hoje, posso dizer que o trabalho de ator não me traz a realização que tenho como diretor. Embora, ainda trabalhe como ator eventualmente.
O tempo e o espaço são dois vetores importantes quando penso na construção da cena.
O que está entre os atores, entre a cena e o público, sobrepondo a personagens ou até mesmo o texto – escolhido ou em construção -, são a essência matéria da cena.
Francis Fachetti– Assisti “Cuidado Quando For Falar de Mim”, desafio cênico de extremo necessário para todos. Por gentileza, exponha aqui todos os pormenores desse buscar cirúrgico nesse tema delicado HIV/AIDS, com assessoria técnica de renomados profissionais. Deixe-nos entender esse espetáculo através do seu idealizador/diretor/criador.
Ricardo Santos – “Cuidado Quando For Falar de Mim”.
Cuidado quando for falar de mim, nasceu de um convite para ministrar uma oficina teatral na ONG Grupo Pela Vida – fundado por Hebert Daniel, sociólogo, militante gay e ativista de Hiv/Aids e dos direitos humanos, em 1989 – que oferece acolhimento, assessoria jurídica e acompanhamento psicológico, entre outras atividades aos que vivem com HIV.
A oficina não aconteceu, porém, foi nas reuniões de acolhimento, que tive o primeiro contato com depoimentos e histórias cheias de dramas pessoais, preconceitos, relatos de dor e de superação, principalmente, histórias carregadas de vida.
A partir desses encontros – percebi que era urgente falar do HIV -, seus impactos em nossas vidas, dos avanços da medicina, do estigma de uma doença social. É importante salientar que o projeto não traz em sua essência (apesar de esbarrar inevitavelmente no drama cruel do preconceito) um olhar de vitimização, de reforço do estigma ou de um lugar inferiorização.
Reside no olhar da superação, da igualdade de direitos à vida, e da conscientização de que somos todos iguais; o mote, o eixo e a mola propulsora para o combate ao preconceito, ao rompimento do doloroso e inaceitável silêncio. É o silêncio que mata e adoece a alma.
Assegurar o direito de ser respeitado, independente da sorologia – é de suma importância.
Hoje, é possível viver bem com HIV, mas não é igual a viver sem ele. Ao contrário do que era de se esperar, o conceito de morte civil precisa ser revisitado por todos os envolvidos na luta contra a Aids, pela sociedade, e na luta pela própria democracia.
Os espaços de diálogo conquistados por meio da mobilização estão abalados por um crescente silêncio que sufoca as vozes críticas. Esse processo de silenciamento do controle social passa pela cooptação dos movimentos sociais; pela omissão frente à atual debilidade institucional e financeira de muitas dessas ONGs que fizeram história no combate à Aids; pela falta de transparência do governo em temas caros aos ativistas; por falta de debate, por um excesso de moralização crescente no país – que trata a educação sexual pelo viés moralista e político (ao invés do esclarecimento e combate ao preconceito aliado à produção de medicamentos); e por episódios de censura nas campanhas de prevenção da Aids e da educação sexual hoje no Brasil.
Assim percebemos que a morte civil avançou para uma nova fronteira e ameaça um princípio fundamental do SUS: o controle social. Como dizia Herbert Daniel, a morte civil não era condição exclusiva dos doentes de Aids, também padeciam dela as crianças abandonadas, aqueles que recebem salário mínimo e demais excluídos.
Isso, hoje, nos parece ainda familiar, e não pode ser silenciado. Talvez o maior desafio de levar a cena esses depoimentos, foi fazer com que o espectador se colocasse no papel de quem vive com HIV. Para tal, pensei em construir uma Dramaturgia carregada de memórias, imagens e situações cotidianas comuns a todos. Assim, o espectador acaba se vendo em cena, e aos poucos entendendo que, respeitando as diferenças, somos todos iguais / humanos, vivendo ou não com HIV.
Para o aprofundamento técnico, contei com a assessoria da Dra. Márcia Rachid, infectologista renomada, e da ativista e advogada Regina Bueno. Hoje, grandes amigas.
“Cuidado Quando For Falar De Mim”.
“Cuidado Quando For Falar De Mim”.
“Cuidado Quando For Falar De Mim”.
“Cuidado Quando For Falar De Mim”.
Francis Fachetti – “Como se Livrar de um Cadáver”, espetáculo inspirado na obra de Eugène Ionesco – Teatro do Absurdo. Gostaria que você desbravasse em detalhes essa residência/oficinas feitas no mais que necessário e crucial – Sede Da Cia. dos Atores -, com essa referência em uma das obras do emblemático Ionesco.
Ricardo Santos – “Como se Livrar de um Cadáver”.
Em Amédée, um casal vive voluntariamente um isolamento social. Quinze anos de uma convivência massacrante imposta por um cadáver, no quarto, que cresce de tamanho a cada dia.
Lá fora o mundo é saudável, cá dentro a rotina, o caos doméstico, a repetição incessante, e a perturbadora presença de um morto que os impulsiona para um embate.
De quem é a culpa? Quem está morto e cresce em progressão geométrica até ocupar toda a casa? Até quando?
Amédée, ou como se livrar dele, tem na essência a urgência em lidar com o conhecido, e não com o desconhecido – o desconhecido está do lado de fora.
Em Amédée o que ameaça é o concreto, o que está à vista, o mais que sabido, o cúmplice da convivência diária e que dobra de tamanho.
Penso que a mesma pergunta que o Rinoceronte me trouxe, e que perpassa os meus projetos – será sempre a fonte de reflexão que proponho.
O que você entende por humano?
A miséria do cotidiano aqui, ao contrário da beleza do cotidiano na proposta de “Cuidado Quando For Falar de Mim”, ou seja, o olhar oposto ao projeto anterior, apresentou-se como um desafio perturbador.
O casal Amédée e Madeleine replicado em 12 casais substituía o espaço que encolhia à medida que o cadáver crescia e tomava tudo para si.
A sensação claustrofóbica, vinha da fragmentação, duplicação, replicação de 22 atores ocupando de forma sufocante o espaço e a relação estagnada proposta pelo autor. As memórias e perdas da memória, o embate diário, o massacre conjugal, a imobilidade, o apego, o medo diante do universo, do desconhecido, e de todas as suas possibilidades.
A única saída se dava pela escrita, é quando Amédée se propõe a finalmente sair da 1 frase que escrevia desde sempre.
A partir dessa ação/criação, o universo catastrófico rompia a cena, e os livrava do aprisionamento doméstico e conjugal. Esse rompimento se dava em cena na forma de páginas lançadas, catarses, evocações, deslumbramentos criativos, delírios.
Evocando a ideia da libertação pela criação.
“O to be, or not to be” na visão genial de Ionesco, coloca o personagem amédée como um homem inflável, que voa ao final da peça, que não consegue mais permanecer ali.
Na montagem, a proposta foi fazer voar pela ação criadora: neste caso em particular, escrever.
Ressignificando assim – a convivência, a existência, a linguagem, o espaço individual, a incapacidade da comunicação, a necessidade da sobrevivência.
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
“Como Se Livrar De Um Cadáver”
Francis Fachetti – Ainda sobre o considerado um dos pais do Teatro do Absurdo – Eugène Ionesco -, disseque tudo que Ricardo Santos pesquisou, com seu ponto de vista, seu olhar, sobre a incrível obra: “O Rinoceronte”. Assisti a montagem sob sua direção, divulguei muito como: Espetáculo NECESSÁRIO, e fiquei impactado com sua encenação, criatividade cênica e a força dessa escrita literária. Conte-nos tudo a respeito, por favor!!!
Ricardo Santos – O Rinoceronte.
Costumo dizer que O Rinoceronte é um evento, ou seja, mais que uma peça.
Digo, porque todo o processo, e o resultado dele, estava pautado na escassez de recursos. Desde a idealização do projeto, a conceituação e a realização de diversas temporadas incluindo apresentações fora do RJ.
Num momento de profusão de monólogos, escassos editais, um cenário esvaziado na cultura etc… O Rinoceronte levou a cena 18 atores, mais de 20 profissionais envolvidos no projeto e realizou 6 temporadas, todas em espaços alternativos.
Em cena, inclusive, 3 atores para 1 personagem, 3 atrizes para uma personagem. Cenografia, iluminação, figurinos, objetos de cena, totalmente e assumidamente pautados na falta de recursos. Na iluminação de Hebert Said, latas de tinta viraram refletores, por exemplo.
A saga de um herói, que resistia a se transformar em Rinoceronte, permeava também a resistência dentro e fora de cena.
O Terreiro contemporâneo é um parceiro por acreditar e abrir espaço para a primeira temporada; bem como a Escola de Teatro Martins Penna, por viabilizar ensaios, e um primeiro tratamento da Peça.
Gatto Larsen e Marcelo Reis, vítima da covid, foram grandes apoiadores desse projeto.
Os mais de 25 atores que passaram pelas temporadas do Rinoceronte também o são, assim como os técnicos, direção musical, iluminação etc. Um grande exercício de resistência, de coletividade, coragem.
Não imaginava que a peça fosse se transformar num sucesso de público e de crítica, muito menos de receber indicação para prêmio.
As ferramentas do tempo e do espaço, a ideia de menos é mais – ainda que com um elenco grande -, a presentificação da cena, a incorporação dos diversos espaços por onde o Rinoceronte “raspou as paredes” foram o apoio conceitual da Peça.
A ideia da humanização, da identificação, daquilo que é visto em cena por parte do espectador; a crítica do cotidiano massacrante e repetitivo, a nudez do corpo, o avanço do fascismo, que se avizinhava, a ameaça bolsonarista que se estabelecia, e da extrema direita, a contemporaneidade, o aqui e o agora, eram pontos chave da montagem.
A reflexão que deixou ainda ecoa.
O que você entende por humano?
O Blog/Site de Críticas Conferiu, Recomendou e divulgou Muito como:
Espetáculo NECESSÁRIO!
“O Rinoceronte”
“O Rinoceronte”
Francis Fachetti – Nevrálgico/essencial sabermos o que puder nos relatar da sua presença nessas expoentes Cias: Teatro Autônomo sob o comando de Jefferson Miranda; Cia. Vértice sob a direção de Crhistiane Jatahy, e o necessário Fabiano de Freitas.
Revele para nós o que de melhor existe nos procesos de trabalho de Jefferson Miranda, Christiane Jatahy e Fabiano de Freitas, que segundo você eles foram limítrofes/fronteiriços, decisivos na formação como diretor de Ricardo Santos.
Ricardo Santos – A Cia teatro autônomo foi uma grande escola, um grande exercício criativo e coletivo.
Jeferson Miranda, é um grande diretor – com um processo muito peculiar -, suas referências, sua pesquisa sofisticada, realizada de uma forma simples, direta, acolhedora e desafiadora, ao mesmo tempo foi fundamental para a minha formação artística.
Christiane Jatahy: “Cia Vértice”, foi um grande presente.
O risco em cena na presentificação, a linguagem que lança mão do áudio visual com tamanha potência. O atravessamento… talvez, essa seja a melhor palavra para descrever os processos que vivi e que busco viver até hoje. Imensa gratidão e admiração.
Fabiano de Freitas, outra referência, ministrou uma oficina de direção de longa duração no Sesc, onde com mais de 30 artistas; em intercâmbio, práticas, experimentos, longas trocas e conversas; investigamos a poética das rupturas, da cena, da dramaturgia.
Foi, e é um grande encontro.
Francis Fachetti – Pesquisa Cênica/Ricardo Santos – um diretor que se embrenha com seu comando, rédea, em contínua busca na sua expressão enquanto artista do cenário cultural.
Aclare para todos como se dá a gestão de Ricardo/Diretor/Pesquisa na execução de suas oficinas, residências… que caminho trilha essas pesquisas nos temas que te acomete?
Ricardo Santos – A pesquisa que desenvolvo em oficinas e residências, dadas as devidas diferenças de duração e conteúdo, está pautada no tempo e no espaço.
A investigação e os experimentos estão em busca das relações que se estabeleçam entre os atores, entre o ator e o espaço, e o uso do tempo como fração da cena (a duração reflexiva do tempo, a repetição que pode determinar e impulsionar a cena).
O tempo que estabelece essa relação. O tempo presente. O corpo disponível para o espaço e para a relação estabelecida. A economia de gestos e marcas pretende potencializar o ENTRE.
Dispensando assim a ideia da construção de uma personagem, de um passado – ou de um estado emocional. A temperatura, o risco, o estar disponível e disposto para a experimentação.
A prática como método.
Francis Fachetti – “Processos Criativos em Coletivos e Parcerias”: Caminho de extremo necessário.
Muito importante entendermos o mote desse Núcleo de Pesquisas que mantém com os profissionais citados por você para mim.
Fale tudo sobre esse eixo, foco, essência, chamado: Pesquisa/Núcleo.
Ricardo Santos –A troca e execução dos meus projetos com Carolina Lavigne, Rodrigo Marçal, Eugenio Oliveira, Igor Gouvêa, Isabela Raposo, que considero, mais que uma equipe apenas, e sim, como um núcleo artístico – são sem dúvida a possibilidade real de trabalhar e viver da arte.
Francis Fachetti – Vem trabalhando a 20 anos com marcantes e urgentes artistas como: Marco André Nunes, Jô Bilac, Pedro Kosovski, Teresa Frota e Fabiano de Freitas.
Compile em uma frase o que achar de mais relevante na arquitetura dempenhada por eles.
Ricardo Santos – Penso que qualquer artista se forma, ou se mantém vivo, na troca com outros artistas – sejam estes de naturezas diferentes ou não.
O Cinema de Allan Ribeiro, o teatro de Marco André Nunes, a dramaturgia de Pedro Kosovski, Jô Bilac, as ideias surpreendentes e atravessadoras do argentino Fernando Rubio, e as conversas com Teresa Frota, Jacyan Castilho.
As impressões trocadas com Fabiano de Freitas são marcantes no pensar artístico, nas propostas e ideias presentes ou vindouras.
Francis Fachetti – Pode nos falar sobre a residência:
“Sangue Como Groselha”, com base reflexiva e impactante na obra de Nelson Rodrigues? Um achado cênico aclarando com artesanal trabalho a obra de Nelson Rodrigues – Bravo!!!
Ricardo Santos – A residência Sangue Como Groselha não pretendia abarcar toda a obra de Nelson Rodrigues, mas uma aproximação humana de situações, relações, pontos de vista do caráter, da moral, dos bons costumes, das relações familiares e de elementos surpresa, sem datar os experimentos no passado – não remetendo a época em que foi escrita obra de Nelson.
Para tal, alguns contos, frases famosas, pontos de vista do autor -que de alguma forma esbarrassem no caráter, na ética, no espírito do cidadão comum – formaram o pedal para a experiência cênica. Manchetes, notícias de crimes passionais, relatos pessoais, também constituíram um impulso para a pesquisa.
Ao longo de 5 meses muito material foi desenvolvido, alguns deles muito potentes, não foram levados a cena por que o outro desafio consistia em selecionar esse material, amarrá-lo a uma trajetória onde as relações entre os experimentos ganhassem um arco interligado num encadeamento coerente, fugindo assim da ideia de esquetes ou um desfile de cenas sem ligação entre si.
A trajetória escolhida é transmitida e repassada por um fio que liga de alguma forma os corpos presentes, as relações entre os agentes de cada cena, criando uma teia relacionada.
O Blog/Site Conferiu; Destacou e Recomendou Muito esse necessário trabalho cênico que me surpreendeu, e vem fazendo suas Críticas Teatrais em montagens de fotos inserindo esse Olhar Crítico, com narrativas pertinentes ao trabalho conferido – para uma maior divulgação dos espetáculos -, como fez abaixo:
Intérpretes de “Sangue Como Groselha”.
Intérpretes de “Sangue Como Groselha”.
“Sangue Como Groselha”
“Sangue Como Groselha”
“Sangue Como Groselha”
“Sangue Como Groselha”
“Sangue Como Groselha”
“Sangue Como Groselha”
“Sangue Coma Groselha”.
Elenco de: “Sangue Como Groselha”.
Direção: Ricardo Santos.
Francis fachetti – Seu próximo projeto será uma pesquisa/Ricardo Santos sobre “Oresteia de Ésquilo” – um tema de uma potência absurda, pois trata e discorre numa arte política calcada na justiça. Essa justiça está no âmago de tudo; A Vingança de Sangue sendo Banida da Sociedade, maravilha!!! Uma ousadia sadia, um desafio de urgência.
Conte tudo dessa pesquisa que pretende ter em cena nosso imenso Operário das Artes: Amir Haddad. Como será isso? Nos dê todos os spoilers que puder, e que não puder, aproveitando para divulgar essa inspiração que o diretor Ricardo Santos vai nos oferecer.
Ricardo Santos – A “Oresteia de Ésquilo”.
A ideia de uma justiça mais humanizada, a justiça que marca o início da democracia – e que está presente na Oresteia de Ésquilo -, é talvez a próxima empreitada. A pesquisa que já se iniciou, pretende levar a cena Amir Haddad.
O resto, é elemento surpresa!
Simplesmente:
RICARDO SANTOS