O Blog/Site de Críticas Teatrais e
de Dança e Fachetti Produções
Apresenta:
O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos:
Operários das Artes – Documento Cultural.
Projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia, sendo uma homenagem em forma de Documento Cultural aos artistas de inúmeras áreas do universo artístico.
INÉDITA!!!
Iluminador Cênico:
VILMAR OLOS – Operário Das Artes.
NOS DIZ VILMAR OLOS:
“Foram quase “200” espetáculos em 25 anos de profissão”.
“Cada projeto teve a sua particularidade especial. Fiz luz para inauguração de Hospital, Espetáculo em Navio de cruzeiro,…etc.
Já vivi momentos emocionantes como estrear espetáculo no Theatro Amazonas e no Theatro São Pedro em Porto Alegre….Ou Passar uma tarde na casa de Ariano Suassuna ( do qual sou eternamente fã), ouvindo suas histórias….”.
“Mas quero destacar alguns, por serem espetáculos que mudaram meu olhar e me tiraram da zona de conforto e me colocaram a apostar mais e acreditar nas minhas propostas da Luz:
O Diário do Farol; Orfãos; Dom Quixote; Dignidade…”.
“O cenário da Natália foi um presente.Marcelo Alonso Neves, um Artista completo…..já trabalhamos em muitos trabalhos juntos….Me inspira muito”.
“Por Orfãos fui indicado ao Prêmio Cenyn Como melhor iluminação e Melhor qualidade técnica (ganhamos essa última indicação)”.
“Como posso não ser MONTGOMERY CLIFT”: Esse espetáculo teve um dos processos mais longos. Finalizamos os ensaios e com o cenário embalado para estrear em São Paulo, tudo fechou por causa da pandemia, vindo a estrear 2 anos depois”.
“A luz dessa peça traz uma estética cinemátografica.
Utilizei diversos pantógrafos e na cenografia a Natalia seguiu a mesma linha, com vários softbox distribuídos pela Cena. Em diversos momentos a luz levava o público literalmente a um set de filmagens”.
“Dança: Minha formação toda vem do teatro, mas a muitos anos tenho feito vários espetáculos de dança.
A Companhia de Ballet da cidade de Niterói, onde fiz diversos espetáculos ainda como assistente do Iluminador Paulo Cesar Medeiros.
Como Iluminador: Fiz o projeto de Luz para o espetáculo: “Histórias não contadas”.
“Essa Trajetória me trouxe um outro olhar para a iluminação na Dança”.
“A oportunidade de estar com Dalal Achcar em alguns espetáculos aqui no Brasil e no Uruguai. Dalal é uma referência e me deu muito conhecimento”.
“Em 2021, a Sasso Centro de dança de Niterói me convidou para criar o projeto de luz para o espetáculo “TIC – O Espelho do Ser”.Iniciava ali uma grande parceria”.
“E ainda convites de outras companhias vieram, com os espetáculos: “ A Margem”, “Formigueiro”, “ Vidas Secas”, “ A volta da Barata”.
“Designer 3D: Um projeto que teve ínicio na pandemia. Reuni (virtualmente) amigos iluminadores e cenógrafos e passamos a estudar um software chamado CAPTURE”.
“O Capture é um software de construção, programação e visualização 3D (Cenografia e iluminação)”.
“O projeto cresceu. Em 2020, Eu e os iluminadores Luiz Paulo Nenen e Oz Perrenoud formamos o Capture Brasil Study Group e passamos a ministrar cursos 3d”.
“O 3D tem sido o recurso muito utilizado por profissionais de Iluminação e cenografia para criar seus projetos”.
“Cena Coletiva: Quero destacar a parceria que tenho com o Diretor Fernando Philbert e a Cenógrafa Natalia Lana. Dois parceiros que tenho a honra de poder dividir os processos criativos”.
“Atualmente eu e Philbert já temos mais de 30 espetáculos Juntos”.
Perguntas/Reflexões da
Entrevista NECESSÁRIA Inédita de
VILMAR OLOS.
FRANCIS FACHETTI – VILMAR OLOS é sinônimo de holofotes – luz em extremada competência -, por isso precisamos saber os pormenores cruciais.
Nos fale o que puder e não puder sobre:
1.1– Designer 3D – O Capture Software – criado para Cenografia e Iluminação.
VILMAR OLOS – O Capture é um Software Sueco, de construção e visualização 3D, basicamente voltado para iluminação e cenografia.
Entre 1994 a 1997, trabalharam para criar uma ferramenta de computador para desenhos de iluminação e em janeiro de 1998, lançaram a V1 do Capture.
Muitas outras versões vieram, muitas atualizações importantes.
Hoje, o Capture é um dos Softwares 3D mais utilizados pelos profissionais de iluminação e cenografia no mundo inteiro.
O Capture está se tornando cada vez mais popular.
Em 2020 , durante a Pandemia, para ocupar o nosso tempo, resolvemos criar um grupo de estudos aqui no Brasil. Chamei alguns profissionaise nos reuníamos 2 vezes por semana, para estudaro Capture. Depois de alguns meses, ainda na pandemia, eu e os iluminadores Luiz paulo Nenen e Osvaldo Perrenoud (OZ) fundamos o Capture Brasil Study Group e iniciamos um trabalho de ensino do software.
Oficializamos esses estudos e resolvemos iniciar os cursos do Capture e oferecer aos profissionais.
Até o ano de 2023 – já formamos mais de 200 alunos em 11 edições do curso. Alunos não só do Brasil, mas de Portugal, Costa Rica, Luanda, Etc.
Outro ponto muito interessante, é que muitos arquitetos viram a qualidade e o resultadofinal que o software entregava e passaram a utilizar mais essa ferramenta em seus projetos.
O Brasil ganhou muito destaque e o Capture está se tornando cada vez mais popular, sendo uma ferramenta indispensável nos projetos 3D.
Luiz Paulo Nenen, Vilmar Olos, e Osvaldo Perrenoud (OZ):
Fundadores do Capture Brasil Study Group.
Projeto 3D – Espaço Abu de Teatro.
Projeto 3D – Studio.
Projeto 3D – Igreja.
Projeto 3D – Theater.
FRANCIS FACHETTI – Você diz: “Fomos convidados pelo próprio Capture a construir “THEATRE PROJECT”; Por favor, explique com riqueza de detalhes.
VILMAR OLOS – Durante a Pandemia, no grupo de estudos ficávamos construindo pequenos projetos para desenvolver nossa habilidade com o software.
Um dos meus projetos – um teatro completo em 3D -, despertou a atenção da equipe do Capture la na Suécia.
Me chamaram para uma reunião e decidiram que aquele seria o projeto modelo usado como referência e estaria a disposição para que os usuários do mundo inteiro pudessem baixar , estudar e entender o que era possível fazer com o Capture.
Eu, OZ e Nenen, trabalhamos sem parar durante 2 mesespara deixá-lo nos padrões solicitados e em março de 2021 aconteceu o lançamento oficial da versão daquele ano e o nosso projeto está lá na página oficial do Capture passandoa ser o projeto de referência para os usuários.
Foi um desafio, porém muito gratificante, pois estávamos lidando diariamente com os criadores do software, isso nos deu uma visibilidade e uma grande experiência.
Todas as feiras de Iluminação em que o Capture participa pelo mundo, nosso projeto está presente no stand oficial sendo apresentado, isso me enche de orgulhoe nos serve de inspiração para seguir sempre e oferecer o nosso melhor.
Theatre project – projeto para a capture.
Projeto 3D – Detalhe é que esse cenário foi escolhido pelo Capture para compor o “Theatre Project”.
Theatre Project – Projeto para a Capture.
“Theatro Project” – sendo apresentado pelo Capture na LDI em Las Vegas.
FRANCIS FACHETTI – Destrinche, dê luz – que é a sua especialidade – divulgue, aclare ainda mais essa sua preciosa conquista: “Arte & Luz Lighting Studio”. Deixe todos conhecerem o máximo possível a essência disso tudo, nesse documento cultural que é a sua Entrevista NECESSÁRIA.
VILMAR OLOS – Desde que comecei a trabalhar com iluminação , sempre procurei ver a iluminação de uma forma artística – seja como técnico, operador, assistente ou design. Sempre defendi a idéia de que o conhecimento técnico é importante e o artístico indispensável.
O nome Arte&Luz sempre esteve presente desde o início e foi ganhando força com o passar dos anos. Mas, posso dizer que realmente se firmou de vez no início da pandemia.
Dos inúmeros projetos que realizei na pandemia, vale destacar o projeto que fiz com Natália Lana e Fernando Philbert, entitulado “ CENA COLETIVA” – onde resolvemos reunir toda nossa tragetória em vídeos, contando sobre cada trabalho que realizamos, explicando cada projeto com os mínimos detalhes.
Esse naterial encontra-se disponível no canal “Cenogravando” no Youtube.
Outro destaque foram as lives que fiz com meu grande amigo, o Iluminador Cesar Pivetti.
Começou com um “Encontro Casual”, uma live para falar de nossas vidas profissionais, mas foi crescendo e entrevistamos todos os grandes nomes da iluminação no Brasil. Foi incrível, porque conhecemos histórias maravilhosas desses profissionais e reunimos um grande acervo de entrevistas. Com isso fui firmando ainda mais a Arte&Luz.
Esse sempre foi o meu proposito: Valorizar a arte, a história da iluminação e dos profissionais da Luz. Poder contribuir sempre com o crescimento dos profissionais.
Hoje a Arte&Luz segue firme, com projetos de Iluminação, cursos e aulas de Iluminação e 3D (Capture), consultorias, modelagem 3D para projetos de iluminação e cenografia.
A Arte&Luz vem crescendo cada vez mais, fruto de muito trabalho e dedicação.
FRANCIS FACHETTI – Nesses seus 25 anos de iluminação cênica o que difere Olos/Vilmar dos nossos outros imensos profissionais da luz – conheço todos -, é um pário lindo e necessário o trabalho de vocês.
VILMAR OLOS – Lembro do meu início na iluminação em 1998, oficialmente foi com a minha grande mestra, a Lighting Designer Jamile Tormann, com quem tive meus primeiros contatos teóricos e práticos na iluminação.
Durante muitos anos fui assistente do iluminador Paulo Cesar Medeiros, uma referência pra mim como profissional – aprendi muito com ele sobre luz – principalmente quando falamos do olhar artístico e a dramaturgia da luz.
Com outros grandes nomes da Iluminação tive a honra de realizar alguns trabalhos: Aurélio de Simoni, Rogério Wiltgen, Luiz Paulo Nenen, Oz Perrenoud , entre outros…..
Aprendi muito com cada um deles. E hoje carrego comigo essa bagagem de conhecimentos.
Sempre digo que não somos concorrentes e sim colegas de profissão.
Em relação as diferentes formas de trabalhar, a forma de iluminar, cada Iluminador tem a sua particularidade. Sempre defendo a idéia de que devemos ver a iluminação artisticamente – não ser um profissional “Mecânico” . Devemos entender o conceito da iluminação em cada trabalho, não buscar a luz bonita e sim a luz funcional.
Óbvio que o conhecimento técnico é muito importante, mas o olhar artistico faz toda a diferença.
FRANCIS FACHETTI – Sobre sua experiência em montagens de grandes musicais, comente sobre; o que amealhou desse mundo em movimento sem parar, que é dificílimo de ousar em criações luminares e também efetivar fotos (Fotos cênicas) com corpos em constante aceleração e até shows inusitados e grandiosos.
VILMAR OLOS – Comecei a ter contato com musicais nas montagens com o Paulinho Medeiros.
Ele estreava vários musicais durante o ano. Tínhamos que estar sempre em sintonia, coordenando tudo muito bem, pois caso contrário a coisa não andava.
Em 2009, ele me colocou para operar meu primeiro Musical: “De Pernas Pro Ar”, da Claudia Raia. Foi um divisor de águas pra mim.
Trabalhar em musical é sempre uma adrenalina. Eu só entendi isso na prática. Mas encarei esse desafio, vi que precisava quebrar essa barreira.
Esse musical ficou em turnê durante 11 meses seguidos.Tudo era em grandes proporções… Equipamentos, elenco, equipe, Etc.
Depois veio o convite de operar o próximo musical da Claudia, o “Cabaret”, maior que o primeiro, mas, como já sabia como funcionava essa “loucura” – eu já estava preparado, amadurecido.
Musical: “Cabaret”.
Ficar a frente da luz de um musical, te exige muito: Conhecimento,
foco, organização, trabalho em equipe. Se não for assim, não vai rolar.
Em 2016, fiz a turnê em Portugal: “Todos Musicais de Chico”.
Foi uma experiência muito bacana poder vivenciar o processo de trabalho dos profissionais de luz portugueses. Voltei com uma bagagem de experiência muito grande dessa turnê e passei a agregar muito desse aprendizado no meu trabalho aqui.
Lembro também do musical “Grandes encontros da MPB, onde dividi a criação de luz com o Iluminador Cesar Pivetti. Foi uma luz feita a quatro mãos…e quando você trabalha com outro Iluminador, as decisões tem que ser tomadas juntas, temos que encaixar as idéias.
Tivemos muito trabalho, mas teve muita sintonia com direção, figurinista, cenógrafa, coreógrafo….tudo tinha que se encaixar. Foram noites gravando a Luz, ensaios, mas no final, ver o espetáculo acontecendo veio a sensação de dever cumprido.
Espetáculo: “Grandes Encontros da MPB.
Criação de luz com Cesar Pivetti.
FRANCIS FACHETTI – Gilberto Gawronski sem dúvida é um dos necessários nomes como Operário Das Artes.
Nos conte o que achar relevante sobre os trabalhos efetivados com ele, e defina para nós com suas palavras esse artista tão respeitado e peculiar.
VILMAR OLOS – Uma Referência…..
Conheci Gilberto em 2009, no espetáculo Medida Por Medida, onde inclusive conheci também o Fernando Philbert que assinava a assistência de direção.
Fizemos uma temporada no CCBB e logo depois seguimos em turnê. Foi incrível…….Ali conheci o verdadeiro Gilberto Gawronski…. O quanto ele ama o que faz, o quanto ele respeita os profissionais… Entendi com ele que no teatro, tudo tem solução…
Ele é um diretor que admiro muito, sempre cheio de idéias, propondo desafios. Esses desafios me engrandeceram como profissional, me tiraram da zona de conforto. Ele aceita muito os desafios que proponho também, jogamos juntos, temos uma sintonia de trabalho.
Gawronski deixa a equipe criativa sempre muito a vontade, coloca suas idéias e sabe ouvir e respeitar as idéias e colocações dos profissionais envolvidos.
Outra coisa que chama muito a atenção é que ele chega sempre cedo com a equipe no teatro. Está ali junto, para solucionar os problemas, sempre com um clima leve e descontraido.
Ele tem uma particularidade de ajustar o espetáculo para valorizar também a parte técnica.
Lembro de quando fomos apresentar o espetáculo “ Ato de Comunhão” no Centro Cultural da Barroquinha , em Salvador – uma igreja de 1722 que foi tranformada em Centro Cultural.
O espaço era lindo, muitas ruinas… Gilberto foi encaixando o cenário naquele espaço deslumbrante.
Em relação a Luz, fui seguindo a mesma idéia da luz original, mas adequando-se àquele espaço. O resultado: Foi um dos espetáculos mais incríveis que já fizemos.
Lembro de cenas em que a luz vinha lá de fora da igreja, rasgando as paredes… ou de momentos que a luz aumentava a intensidade, crescia e aquelas ruinas pareciam dobrar de tamanho. O espetáculo crescia junto…
Muitos outros espetáculos vieram. Recentemente estreamos o espetáculo “Sentença de Vida”, um espetáculo lindo, divertidíssimo, emocionante e necessário.
Espetáculo: “Sentença De Vida”.
“Sentença de Vida”.
Fomos criando a luz junto com espetáculo, inserindo elementos que tínhamos nas mãos e que funcionavam na luz da cena.
Nossa estréia foi no espaço TURMA OK, no Rio de Janeiro. Turma OK é a casa LGBTQIAPN+ mais antiga do mundo, um lugar com uma história muito importante.
Utilizamos também a luz da boate juntamente com os elementos que tínhamos. Foi um casamento perfeito, a luz dialogava totalmente com a dramaturgia do espetáculo.
O que mais emociona, é saber que 1 hora e meia antes do espetáculo, a fila dobrava o quarteirão e fizemos nossa estréia com sessão extra completamente lotada.
Esse é o espírito do Teatro. O Gilberto tem esse espírito. Sou eternamente grato a ele.
Gawronski é um grande amigo que o Teatro me trouxe, uma inspiração.
“Centro Cultural da Barroquinha”.
Com Gilberto Gawronski
FRANCIS FACHETTI – Gostaria muito que explanasse como foi a direção dele em comunhão com seu desenho de luz nos seguintes espetáculos, e fale um pouco de cada um deles para localizar o leitor.
– “Nossa Cidade”; “Ato De Comunhão” e “2 x Matei”.
VILMAR OLOS:
– “Ato de comunhão”: Foi minha primeira luz para o Gawronski. Nesse monólogo ele atuou e também assina a direção com Warley Goulart. Pensamos juntos nessa Luz.
O Cenário era composto por alguns elementos, todos eles com algum tipo de luz na parte de baixo, que quando acesas, os objetos pareciam flutuar.
A luz tinha uma riqueza de detalhes: As grades da cela feitas com Peam Beam – uma luz rebatida no espelho quando olhava para a mãe no caixão, o momento em que tinhamos apenas a luz do computador iluminando seu rosto, ou a cena do encontro do canibal com a vítima feito apenas com luz de velas. Haviam várias ambientações. Uma Luz tensa, mais fechada, que trazia opúblico para os momentos mais sufocantes, ou uma luz mais aberta nos momentos onde havia o “respiro”, menos tenso.
Uma luz relativamente simples, mas com muitos detalhes.
Ato de comunhão já foi apresentado nos mais variados lugares, muitos deles sem muitos recursos de luz, mas sempre encontrávamos um jeitinho de fazer que ela mantivesse a sua essência original.
O que gostamos de fazer é gravar a luz juntos, em todos os espetáculos. Isso faz com que o Gilberto já perceba a luz em cada cena e já tenha a orientação que precisa.
Ato de Comunhão pra mim foi um espetáculo muito marcante.
– “Nossa Cidade”: Estreamos esse espetáculo no arena da caixa Cultural – RJ.
Foi desafiador por termos que explorar todos os cantos da área cênica. O Cenário era composto por uma caixa de areia com algumas flores, e no alto várias lumiárias chinesas .
Nesse espetáculo, Gawronski apenas dirigiu.
A luz em muitos momentos trazia um tom poético e em alguns momentos a dureza e o distanciamentos dos personagens isolados em focos.
Conseguimos um resultado interessante com as bolas chinesas também. Colocamos lâmpadas de tons brancos, âmbar e azul, conseguindo assim trabalhar com as passagens de tempo e fazer com que elas se tornassem elementos muito presentes em determinadas cenas. Pensamos juntos nesses elementos e nas cores que iriamos usar.
– “2x Matei” – Estreamos esse espetáculo no Teatro Poeirinha. Um teatro retangular, e conforme a disposição do cenário, a platéia ficou em um formato de “ L”.
O desafio foi a angulação da luz, uma vez que o cenário também possuia um teto.
Eram 2 peças. Na primeira praticamente não tínhamos movimentos de luz, era uma luz parada, pois a cena não pedia nenhuma mudança. A luz era toda feita com elipsoidias, pois havia a necessidade da luz ser toda recortada. Contávamos ainda com fitas de led e também lâmpadas fluorescentes para dar a luz fria que precisava na primeira peça.
Existia a transição para a segunda peça, o teto mudava a sua ângulação, a luz surgia de outros lugares. Lembro de alguns efeitos, como a luz vindo de fora, que projetava o desenho da grade da cela, a luz saindo dos bueiros que se destaca nos momentos em que a luz caia dando tons de mistérios que a peça pedia.
Uma montagem intimista, em que a platéia ficava muito próxima da cena.
Mas lembro de quando levamos o espetáculo para o Festival de Curitiba no Teatro Guairinha. O espetáculo ganhou a versão “Palco Italiano”e teve que ser pensado para uma platéia muito maior. A luz sofreu algumas leves alterações para essa montagem, cresceu também.
Nesses três espetáculos que descrevi, assim como nos outros, ele sempre me deixa muito a vontade na criação. Ele sempre traz uma idéia inicial, que uso como meu ponto de partida. Mas, ele sempre me provoca, joga algo no ar e lança o desafio.
Acho isso maravilhoso, porque faz olhar além, fora da caixa.
Ter o Gilberto dirigindo e atuando, me facilita em muito na luz, pois arriscamos uma luz bem recortada, bem desenhada. É como sempre falo, essa relação tem que existir, o espetáculo tem que acontecer em sintonia da direção, cenário, figurino, trilha etc…
Espetáculo: “2 x Matei”
“2 x Matei”
FRANCIS FACHETTI – Como desenredou a criação de luz dos seguintes espetáculos e a sua relação com seus diretores:
– “Dignidade” – Direção: Daniel Dias Da Silva
– “Dois Mundos” – Direção: Felipe Vidal
VILMAR OLOS:
– “Dignidade”:Trabalhar com Daniel Dias da Silva é sempre um presente, uma honra.
Quando ele me convidou para assinar a luz de “ Dignidade”, fiquei muito feliz, pois, além da equipe criativa super talentosa – tÍnhamos dois grandes atores: Thelmo Fernandes e Claudio Gabriel.
Nos primeiros ensaios já estabeleci a linha que iria seguir com a luz. A medida que o espetáculo ia se formando, eu apenas iria lapidar essas idéias.
O Daniel é um diretor que também te deixa muito livre na criação. Nossa sintonia também vai tornando o trabalho mais ágil.
Estreamos o espetáculo no Arena do Sesc Copacabana. Um teatro maravilhoso, mas que sempre dá um friozinho na barriga, pois fazer luz em Arena é sempre um desafio um pouco maior.
O Cenario da Natalia nos dava a idéia de um tabuleiro de xadrez, e mais algumas colunas distribuidas pelo espaço.
A luz seguia essa mesma ideia, a medida em que a manipulação acontecia, a luz passava a iluminar outras casas do “tabuleiro”. A luz não tinha muitos movimentos e nem mudanças perceptiveis. O que aconteciam eram mudanças extremamente lentas que acompanhavam o tom da cena. Quando dávamos conta, já estávamos envolvidos, quando percebemos a mudança já havia acontecido. Um ponto marcante em todas as críticas.
Quando apresentei a luz ao Daniel no primeiro ensaio, ficou satisfeito com o resultado, lógico que pequenos ajustes foram acontecendo nos ensaios, mas a idéia num geral já estava estabelecida.
Tenho muito carinho pelo Daniel e sou fã do seu trabalho.
Espetáculo: “Dignidade”
– “Dois Mundos”: Foi um projeto de luz que dividi com um grande amigo, o Iluminador Felipe Antello.
Foi meu primeiro trabalho com o Felipe Vidal. Nos deixou muito a vontade no processo de criação.
Eu e Antello fomos juntando as idéias aos poucos, pois ele estava no elenco do espetáculo também.
O espetáculo aconteceu no Teatro Mezanino do Sesc Copacabana, e foi em um formato semi arena.
Por ser feito nesse formato de platéia e por ser um teatro com pé direito baixo, tivemos que estudar minuciosamente cada cena. Mas, no final tudo se encaixou perfeitamente.
Gravamos a luz com o Vidal, e o elenco também se colocou a disposição na gravação. Fomos moldando com ele algumas cenas. Foi uma sintonia boa de trabalho.
A concepção a quatro mãos às vezes pode ser desgastante devido a algumas divergências que podem existir no processo. Mas nesse caso aconceceu muito bem. Prova que o trabalho coletivo no teatro é fundamental.
Luz em parceria com Felipe Antello.
FRANCIS FACHETTI – Com formação advinda do teatro, a dança te agregou auríferos e necessárias experiências com seu enlace com os palcos – podendo adquirir um alcance cênico extremamente surpreendente.
Gostaria que discorresse o máximo que puder dessa cartada expoente para Vilmar Olos e contasse tudo, citando seus contatos nessa área da fisicalidade em folego.
Por favor, coloque aqui, cite dois trabalhos de dança/espetáculos, e fale sobre eles imbuídos no seu trabalho.
VILMAR OLOS – Nasci em um estado onde temos o maior festival de dança do país – festival de dança de Joinville. Então sempre respirei um pouco dança.
Gostaria de citar algumas passagens na dança que mudaram meu olhar e passei a ver a luz pra dança de uma forma diferente:
– “Companhia de Ballet da Cidade de Niterói”: Meu primeiro contato com a Cia, foi em 2013 quando ainda era assistende do Paulo Cesar Medeiros.
Me identifiquei muito, fui muito bem acolhido .Tinha muito pouco experência com luz para dança, mas esse período com a Companhia me amadureceu nesse sentido.
Paulinho assinava a criação e eu seguia responsável pela luz nas turnês ou temporadas em niterói. Era muita responsabilidade, mas era maravilhoso. Me sinto em casa com essa galera. A produção muito guerreira, muito empenhada em fazer acontecer.
Um ponto que gostaria de destacar, é sobre Thiago Piquet: bailarino/produtor, que resolveu se dedicar a iluminação também. Me acompanhava como assistente e logo já estava operando os espetáculos da Companhia.
Em 2021 tive a honra de assinar a luz do espetáculo “Histórias não contadas”.
Sou muito grado a CBCN por todo o aprendizado.
– “Dalal Achcar”: Dalal dispensa apresentações.
Meus primeiros trabalhos com a Dalal, aconteceram também quando assistente do Paulinho.
Em 2015, estive como Iluminador assistente na montagem do balé “COPÉLIA” no Teatro Nacional de Sodré, em Montevideu.
Uma montagem Uruguaia, mas com todo o acompanhamento da equipe criativa Brasileira. Uma responsábilidade grande.
Foram 15 dias intensos na montagem da luz e nos ensaios com a Dalal – mas que tive a oportunidade de vivemciar também o dia a dia do grandioso teatro de Sodré.
Aprendi muito com a equipe de lá, fiz grandes amigos. Uma bagagem de conhecimento que levo comigo até hoje.
Em 2019, fui convidado pela Dalal para assinar a luz da remontagem do espatáculo “ Um Conto de Natal” do Balé Dalal Achcar e em 2021, a luz para o espetáculo “Tempo para Dançar”.
Espetáculo: “Um Conto de Natal” – Dalal Achcar.
– “Sasso Centro de Dança” – Em 2021, recebi o convite de Cris Sasso para assinar a luz para o espetáculo: “TIC – O Espelho do Ser”.
“Tic – Espelho do Ser”.
Ainda não havíamos trabalhado juntos, aceitei o convite. A medida que os ensaios foram acontecendo, fazíamos as reuniões para discutir pontos sobre a luz e sobre o espetáculo, fui entendendo a força da Cris, a força dessa escola. Não seria apenas um espetáculo de final de ano, seria O ESPETÁCULO. Fizemos um espetáculo grandioso. Cris me deixou totalmente a vontade na criação… estabelecemos uma sintonia como se já trabalhassemos juntos a anos. Foi uma parceria que veio pra ficar.
Em 2022, veio o espetáculo “2 – O Feminino Ambíguo”.
Espetáculo: 2 – O Feminino Ambíguo”:
Sasso Cia. de Dança.
Esse processo já foi mais tranquilo, já sabia como a Cris trabalhava, já me senti mais em casa. Mas um fato que marcou, foi que, a poucos dias da estréia no teatro popular de Niterói – a Cris reúne toda a equipe e nos dá a seguinte noticia: “Não vamos conseguir estrear no Teatro popular, por uma questão de erro de agenda, mas sugiu uma possibilidade de pauta no Theatro Municipal de Niterói”.
Ficamos em pânico, estava tudo organizado, tudo pensado para o teatro popular. Mas aí o espirito de equipe se fortaleceu e modificamos tudo para o Theatro municipal. Recomeçei o processo quase do Zero, mas deu certo… foram dias intensos, mas conseguimos. Foi uma estréia Linda…
Em 2023, o espetáculo “LÂMINA”, esse com certeza o mais desafiador.
O Espetáculo aconteceu no na Sala Nelson Pereira dos Santos, em Niterói.Um lindo teatro, mas técnicamente desafiador.
60 Bailarinos em um palco pequeno: com isso a idéia do espetáculo era acontecer no palco e na platéia simultâneamente e tudo isso filmado e projetado em uma tela gigantesca no fundo do palco. (Desespero do Iluminador, rs)… Mas embarcamos nessa.
Na visita técnica, vi que o teatro não pussuia linhas de dimmer, ou seja, o teatro não recebia refletores convencionais – apenas led e não tinhamos tempo hábil para a instalação de dimmer e cabeamento. A solução foi fazer a luz toda com equipamento de led
( Moving Lights, Par Leds, COB ), foi a primeira luz em 25 anos de profissão que não usei nenhum refletor de convencional.
O que mais me chama a atenção na Cris é essa garra, a determinação em fazer acontecer, ter ao lado uma equipe em que ela pode confiar, que embarca e faz as idéas se concretizarem. Me identifiquei muito.
Fico muito feliz por fazer parte desses espetáculos tão grandiosos. Ela com certeza fez a diferença no cenário da dança em Niterói. Sou muito grato……que venham os muitos outros espetáculos …
Todas essas experiências com esses nomes marcantes da dança, com certeza me ajudaram muito a ter um olhar amadurecido e delicado para a luz na dança.
FRANCIS FACHETTI – Terminando com chave de diamante, como costumo dizer – o que é ter mais de 30 trabalhos em parceria com o respeitado diretor Fernando Philbert?
No seu olhar como se desenvolve a direção dele nos espetáculos e como isso entrelaça – é entranhado com seu desenho de luz?
VILMAR OLOS – Seu Philbert….rs, esse cara pra mim é um irmão mais velho.
Conheci o Fernando na mesma época que conheci o Gawronski. Eramos assistentes, ele na assistência de direção e eu na assistência e operação de Luz.
Pouco tempo depois ele dirigia o espetáculo “ Silêncios Claros”, com a nossa parceira Ester Jablonski e me convidou para fazer a luz. Aí não nos separamos mais, rs.
O Fernando tem muitas particularidades quando dirige. Ele conduz o trabalho de uma forma leve, coloca toda a equipe dentro do espetáculo.
No processo de ensaio a gente conversa muito, propõe muita coisa. Ele já vai marcando algumas cenas já pensando na luz também.
Pelos anos de convivência, já entendo muita coisa só no olhar, ou na forma que ele conduziu aquela cena, já sei o que ele quer.
Sei exatamente os momentos que devo ir ao ensaio e quando ele quer estar apenas com o elenco.
Ele conseguiu reunir uma equipe com ele de profissionais maravilhosos, que sabem trababalhar com equipe e vão seguindo com ele firme no processo de criação. Isso sempre da tranquilidade e segurança pra ele também.
Quero destacar o CENA COLETIVA , que foi um projeto criado durante a pandemia (como já citei anteriormente), para falar dos processos de criação nos espetáculos e a parceria que dura a anos entre Fernando, Natalia Lana e Eu.
Temos uma ligação muito forte e uma sintonia boa na criação. Como conhecemos muito um ao outro, sabemos como cada um conduz e isso torna o trabalho ágil e prazeroso.
Na primeira conversa, o Philbert já coloca algumas idéias iniciaise a medida que ele vai levantando o espatáculo, vamos seguindo em sintonia .
Natália e eu seguimos alinhando essas idéias em paralelo, reunindo essas informações e colocando tudo no software 3D, ali já definimos o que funciona e o que não funciona. Dificilmente falta algum detalhe no dia da montagem, naturalmente vamos alinhando tudo no dia a dia. A montagem flui de uma forma inexplicável. Geralmente no segundo dia de trabalho já estamos ensaiando com tudo pronto, isso prova que o “Teatro é uma Arte Coletiva”.
Amo estar com a Natália e o Philbert. Trabalhamos muito focados, mas nos divertimos muito, pois amamos o que fazemos. Jogamos juntos, crescemos juntos, nunca nenhum de nós andou a frente um do outro, sempre lado a lado.
Isso faz essa parceria dar certo por anos…
Philbert é aquele diretor antenado em tudo, está antenado em todos os detalhes do espetáculo.
Outra particularidade: Seja levando a luz gravada e corrigindo no teatro, ou gravando toda a luz no teatro, ele está comigo. Ele gosta de estar junto, gosta de ver a luz acontecendo pela primeira vez, de ver tudo se encaixando, propondo coisas quando necessário.
Eu e Philbert já enfrentamos muitas situações inusitadas no teatro, afinal em 2023 estreamos nosso 30° espetáculo juntos… Só tenho a agradecer a esse cara que fez parte dessa minha história profissional. Desse parceiro de vida, um irmão que o teatro me deu de presente.
FRANCIS FACHETI – Dentre inúmeros trabalhos executados, gostaria que você clarificasse o que tem de mais valioso sobre três dos espetáculos – todos com Fernando Philbert – aclarando para o público e os vários outros Operários Das Artes da essência dessas cenas teatrais; o que eles nos motiva e a contribuição nessa parceria Iluminação/Direção: OLOS VILMAR/PHILBERT FERNANDO. Deixo você “escolher”, por suas razões – não precisa dizer quais – esses três espetáculos. Conte tudo em detalhes, só vai nos enriquecer.
VILMAR OLOS – Antes de começar, só queria dizer que todos os espetáculos que fizemos juntos foram marcantes, mas separei esses, que gostaria de detalhar, mas confesso que não consegui separar apenas três…
“Diário do Farol” – Uma peça sobre a Maldade:Esse espatáculo foi marcante pra mim, pois foi um trabalho em que resolvi sair da minha zona de conforto e ousar na luz.
O que me ajudou muito foi, ser um monólogo com o grande Ator Thelmo Fernandes….. Um ator fantástico, que embarcou na aposta em fazer a luz muito marcada, bem pontuada. Fiz muitos recortes e ele ficar na marca seria fundamental para a luz acontecer, fazer sentido. E Thelmo fazia isso com maestria.
Fiquei muito satisfeito com a Luz, o Cenário da Natália ajudou muito.
Eram plásticos enrugados, que dependendo de como a luz batia, criava uma atmosfera totalmente diferente, ajudava a dar a tensão que o espetáculo proporcionava.
“Diário Do Farol”.
“Diário Do Farol”.
“Orfãos” – Foi um processo na criação parecido com o Diário do Farol. Ousei bastante….rs
Lembro quando entrei na sala de ensaio pela primeira vez, fui recebido de uma forma calorosa pelo elenco. Senti que faríamos um belíssimo trabalho…..e Fizemos.
Consegui fazer uma luz bem pontuada, marcada, muita luz e sombra. O Cenário também da Natália, me ajudou muito criar os ambientes. Tinham uns janelões enormes, uma parede vazada, me aproveitei muito disso…
Gravei toda a luz em casa, usando o recurso do software 3d, pensei detalhadamente em cada cena e no teatro tivemos um bom tempo de montagem e ensaios ( muito raro hoje em dia) – o que proporcionou a lapidar ainda mais cada cena.
O elenco muito disciplinado também na luz. Gostava muito das silhuetas , ou das transições onde a luz vinha com grandiosidade. Mas o que quero frisar, é que ali nada se sobresaia , tudo acontecia junto….. a platéia saia com o espetáculo num todo na cabeça.
“Órfãos”.
“Todas as coisas Maravilhosas”– Monólogo com Kiko Mascarenhas, um espetáculo com 3 movimentos de luz; os espetáculo com uma luz geral e luz de platéia acesa o espetáculo todo. Mas posso dizer que foi uma luz muito desafiadora, pois a luz geral era uma luz em uma intensidade em que ficasse confortável para o ator e ao mesmo tempo estivesse dialogando junto com o espetáculo.
A luz da platéia tinha que estar em uma intensidade em que o ator conseguisse ver o público o tempo todo, mas essa intensidade tinha que estar confortável e não incomodar o espectador. Cada refletor tinha que ser colocado em um ângulo estratégico para ser funcional. Ufa!!! Depois te tudo pronto, aí era curtir.
“Todas As Coisas Maravilhosas”.
Um dos espetáculos mais emocionantes que já fiz na vida. Difícil não se emocionar com kiko com esse carisma incrível…essa peça foi feita pra ele. Falava da vida, das perdas, das emoções, das conquistas, família …era lindo.
Lembro que durante a pandemia, fizemos uma pequena turnê pelo interior de Sp. Obviamente o espetáculo teve que ser readequado devido as restições, mas foi de uma emoção indiscritível. Estávamos vivenciando um momento de emoções, de perdas e a peça te levava a refletir sobre isso – e ao mesmo tempo te confortava. Víamos diversas reações do público: lágrimas, sorrisos, lágrimas e sorrisos juntos.
No final a platéia aplaudia calorosamente agradecendo por aquele momento, por estarmos proporcionando aquilo. Foi o maior reconhecimento que nós profissionais da arte pudemos receber. Isso me marcou muito.
“O Escândalo Philippe Dussaert” – Quem assistiu esse espetáculo, sabe o que era Marcos Caruso em cena. Em 1 minuto de espetáculo ele já tinha a platéia na mão.
Lembro da primeira leitura que fizemos. Caruso praticamente já fez a estréia ali.
Me prendeu tanto esse texto, que ia nos ensaios toda semana. Pra mim era um aprendizado enorme estar ali.
Um momento que me marcou, foi em uma manhã, cheguei mais cedo no teatro para corrigir a luz. Estava sentado, sozinho,junto a mesa de luz, que estava na platéia, passando cena por cena vendo o que tinha que ser corrigido. Tinha um tempo valioso ali pra mim. Num determinado momento sinto alguém na platéia vindo até mim, batendo no meu ombro e dizendo:
– “ Estava aqui a um tempo, entrei no teatro e comecei a observar você trabalhar, observando o seu trabalho, você é muito talentoso sabia, seu trabalho é encantador”
Era o Caruso……
Receber esse elogio dele, é muito gratificante.
Uma coisa genial que acontecia no espetáculo, era a luz da platéia acesa ( em baixa intensidade) o espetáculo todo.
O Espetáculo nos prendia, hora nos levava a um auditório com um palestrante, hora nos levava a um salão onde eram expostas obras de arte que não existiam…
Ao final a platéia era surpreendia quando ele revelava que tudo o que acontecera até aqui era mentira, todas as situações que eram expostas e foramconvencidas ser verdade, não passavam de mentiras.
E terminava de uma forma incrível, com esse texto: … “ Mas nós estamos no teatro,( nesse momento a luz da platéia se apagava e apenas um foco sobre o ator)onde a mentira é permitida, até mesmo recomendada e, espero, absolvida….”
“O Escândalo de Philippe Duassert”.
Citei aqui esses espetáculos que particularmente tenho um carinho muito grande, e com alguma particularidade que me marcou como porofissional de teatro.
Queria agradecer ao Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança: “Espetáculo Necessário”, na pessoa de Francis Fachetti por esse espaço aos profissionais da arte – Operários Das Artes em seus Documentos Culturais – e também por estar sempre presente contribuindo com suas críticas aos espetáculos que realizamos.
– Para 2024, terei muitos projetos:
– Lancei em Janeiro, meu Primeiro livro (no formato digital): “ UMA LUZ SOBRE A LUZ” – Guia Básico para entrar no Universo da Iluminação Cênica . (pela Editora Poligrafia);
– A Arte&Luz Lighting Studio estará com novidades nas aulas e cursos de software Capture;
– Para saber mais sobre os meus trabalhos e projetos, entre no meu site:
Simplesmente:
VILMAR OLOS – Iluminador Cênico