BLOG/SITE DE CRÍTICAS TEATRAIS E DE DANÇA E FACHETTI PRODUÇÕES
APRESENTA:
O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos:
Operários das Artes – Documento Cultural.
“Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia, sendo uma homenagem em forma de Documento Cultural aos artistas de inúmeras áreas do universo artístico.
Documento Cultural – Entrevista NECESSÁRIA –
Trajetória dos Operários Das Artes com:
PATRICIA PINHO
Atriz
Inédita!
Foto: Ernane Pinho.
No momento Patricia Pinho está em cartaz até 02/06 no teatro da Casa de Cultura Laura Alvim.
Entrando na INÉDITA
Entrevista NECESÁRIA
Com:
PATRICIA PINHO
– Francis FACHETTI – Torne conhecido para todos o “Estúdio A – anti– Amir Haddad”, através de suas apresentações, montagens e oficinas; o que amealhou com sua participação?
Qual sua opinião – enquanto Operária Das Artes – para o Grupo Tá Na Rua?
Fale da sua direção no espetáculo musical “Do Outro Lado” na supervisão de Amir Haddad.
Patricia PINHO – Amir Haddad entra na minha vida em 2011; ele dirigiu o espetáculo As Meninas de Maitê Proença e Luis Carlos Góes que foi um divisor de águas na minha vida – fiz grandes amigas.
Vanessa Gerbelli, Clarisse Derziê, Sara Antunes, Analu Prestes e a Maitê são mulheres que eu tenho profunda admiração e um amor enorme.
Ganhei também o Prêmio APTR de melhor atriz coadjuvante; receber um prêmio é sempre um reconhecimento importante da nossa trajetória.
Eu amava fazer essa peça. Éramos eu e Sara duas crianças de 12 anos no velório da personagem de Vanessa que estava deslumbrante em cena.
A Analu fazia a avó má hilária e Clarisse uma avó bem popular, um espírito de luz – com ela. O processo de ensaio foi lindo e registrado pela cineasta Sandra Delgado – “Terceiro Sinal” – com Amir Haddad. (disponível no vimeohttps://vimeo.com/405996924 )
Amir convidou Sara e eu para participar das oficinas do Grupo Tá na Rua às terças e quintas pela manhã. Foi assim que eu passei a frequentar essa casa, nunca mais saí de lá. É importante ter uma sede, um horário fixo. Todo mundo pode passar lá as segundas feiras a noite que terá o Fórum de Arte Pública funcionando. Local onde os artistas de rua conversam, trocam informações e criam movimentos a partir das suas necessidades.
Às terças e quintas a noite tem ensaio do Grupo Tá na Rua e muitas vezes visitar esses ensaios já nos enche de alegria, força vital e energia boa.
Houve um período que o Amir fazia umas oficinas chamadas Studio A – anti Amir Haddad. Eu amava. Onde ele estudava textos clássicos: Shakespeare, Moliére, Wilson Sayão… foi ali que eu me alfabetizei em ler teatro. Acessando os conteúdos que estão no texto. Entendendo que o Teatro é uma leitura coletiva do mundo. Dessa experiência que eu parto para o Mestrado em Ensino de Teatro na UNIRIO estudando Ricardo III de Shakespeare e pensando em como criar uma ponte entre os clássicos e o momento atual.
O Grupo de Teatro Tá na Rua é o coração da cidade do Rio de Janeiro. “Passa na praça que o Tá na Rua te abraça”.
Há 30 anos espalhando afetos na cidade “A cidade é para quem vive nela e não para quem vive dela”. As cores, as músicas, a juventude, a alegria, crítica social ali na praça, para todas as pessoas.
A cena é aberta para quem estiver ali e quiser se integrar. Muitos moradores de rua e crianças acabam atuando nos espetáculos. É algo mágico, lindo de se ver. E esse grupo é muito bom e potente. Acho a Renata Bronze uma das melhores atrizes do Brasil. Ela manifesta diversas possibilidades de personagens muito distintas. Ela é malandro, Orixá, menino de rua, Madona… Além de ser uma das Musas do Carnaval de Rua da cidade.
Com Amir Haddad na Festa de São Jorge.
Grupo Tá Na Rua.
Grupo Tá Na Rua 2015 – Inauguração do Museu do Amanhã.
Quando a Vanessa Gerbelli escreveu DO OUTRO LADO fiquei muito emocionada em dirigir. Somos muito diferentes e isso nos enriquece.
Nossa capacidade de diálogo nos amplia muito os horizontes. Então, foi uma experiência muito rica.
Amir fez a supervisão de direção e um enorme aprendizado. O texto se passa num presídio feminino. Um dia falei para ele que queria colocar algemas em cena. Intuía que ver as algemas naquelas mulheres presas e algemadas seria importante.
Algemamos as atrizes (Alessandra Verney também fazia o musical lindamente), e Amir teve uma ideia sensacional para o final; Que era as atrizes rompendo com as algemas e ganhando a sua liberdade em cena. Aquilo era arrebatador.
Aprendi que com o Amir não importa a verdade, mas o Teatro que liberta, que dá esperança, que nos faz melhores cidadãos.
“Do Outro Lado”
Cenário: Gringo Cardia
Equipe de “Do Outro Lado”
– Francis FACHETTI – Onde se conecta; Qual o mote da narrativa de Patricia Pinho dramaturga; Qual o cerne da sua escrita dramatúrgica?
Aproveitando, nos apresente o Projeto Nova Dramaturgia Brasileira, ponto de partida para encenar seu primeiro texto – na direção do Necessário Renato Carrera -, e sobre o que ele discorre: “1/4 Escuro”.
Patricia PINHO – Nova Dramaturgia Brasileira era um movimento muito interessante no Rio de Janeiro liderado pelo Roberto Alvim (que depois, acho que pirou ao se misturar numa loucura Bolsonarista).
Mas, a ideia era juntar dramaturgos jovens como Julia Spadaccini, Carla Faour, Henrique Tavares com aulas de Bosco Brasil, Miguel Falabella… um barato.
Escrevi ¼ ESCURO e montei no SESC Copacabana com Tatiana Vereza e direção de Renato Carrera.
É uma peça densa que fala sobre anorexia, folie de deux. Onde os sintomas psiquiátricos são compartilhados por 2 pessoas, precisando de uma intervenção.
Foi uma peça biográfica falando da minha relação com minha mãe que tem transtornos mentais, e sobre a dificuldade e impossibilidade de cuidar de uma pessoa que não quer ajuda. Então, precisei matar minha mãe em cena.
Tenho vontade de remontar com atrizes gêmeas Giselle e Mixa Batista – há anos que combinamos de ler e… quem sabe não chegou a hora.
– Francis FACHETTI – Nos conte das pesquisas em textos clássicos no “Grupo Os diletantes”, discorrendo para nós acerca dos espetáculos: “Medida Por Medida” de W. Shakespeare e “Terror e Miséria no lll Reich” de Bertold Brecht.
Patricia PINHO – Os Diletantes era um grupo de pesquisa na UNIRIO. Renato Carrera, Flavio Franciulli, Simone Franco e eu erámos o núcleo principal.
Os Diletantes – 20 anos depois.
Mateus Solano chegou a fazer parte de um projeto de teatro de rua; VAMOS VER SE ESSA VIDA VAI ASSIM ETERNAMENTE – o projeto acabou no dia que chegamos ao final da peça.
Essas coisas acontecem, alguns processos não desenvolvem. Morrem na praia. Mas foi uma experiência muito interessante enquanto estudo.
A gente tinha feito FEITICEIRAS DE SALÉM e continuamos investigando juntos, e optamos por MEDIDA POR MEDIDA de Shakespeare que é uma peça muito interessante que questiona os abusos do poder; Aliás essa peça hoje seria muito atual.
Os Diletantes – “Medida Por Medida”
Terror e Miséria no III Reich foi outra prática de montagem da UNIRIO com direção de Zeca Bittencourt.
O interessante é que em 93 eu acreditava que Brecht era muito datado, que nunca mais a humanidade passaria por uma tristeza como aquela. E quem diria que o Brasil foi atacado pela cadela do fascismo – que está sempre no cio. Um atraso ideológico, um atraso na relação com a natureza e um atraso na humanidade.
Precisamos realmente nos apoiar para a liberdade, para a coletividade, para os direitos humanos e universais.
É inaceitável que haja fome no Brasil. Somos a própria cornucópia, aqui em se plantando tudo dá. Não só de frutos, mas de inteligências, de saberes ancestrais.
Somos abençoados e lutamos contra uma elite atrasada, corrupta e invejosa; Avarenta.
Estamos em um momento importante de retoma da nossa humanidade.
O presidente Lula subindo a rampa com toda a diversidade, cor e gênero humano foi um símbolo do poder que vem do povo.
A Madonna resgata nossa bandeira com a Pablo Vittar. O Brasil hoje é a defesa da liberdade e da humanidade mundial.
– Francis FACHETTI – Gostaria que falasse da sua presença com o audiovisual: Programas de Humor e Teledramaturgia. Explane suas impressões nessas linguagens distantes e ao mesmo tempo conectadas com o palco teatral, e com o todo cênico – porém, com ritmos e criações bem díspares. Na Teledramaturgia cite três novelas que mais encorpou o seu trabalho como atriz.
Patricia PINHO – Comecei na televisão com o Mauricio Sherman. Ele foi assistir ao Teatro do Nada – grupo de improvisação que eu fazia parte e me convidou para o antigo Zorra Total. Foi uma escola.
“Elenco Zorra”.
“Zorra”
“Zorra” – com Marcelo Mansfield
“Zorra” – com Renata Castro Barbosa.
“Zorra” – com Renata Castro Barbosa
Eu não entendia nada de televisão e fiquei dois anos ali aprendendo aquele universo. Nair Belo, Ankito, Seu Santinha, Paulo Silvino… era um elenco muito interessante de veteranos humoristas. Todos excelentes contadores de histórias.
Depois, fui para uma experiência com a Xuxa – um quadro de improvisação com Fernando Caruso, Fabio Porchat e Álamo Facó. Então a gente participava de todas as etapas do programa, desde a redação até a edição. Foi muito interessante.
A televisão é diferente do teatro, que é carpintaria – na televisão tudo é muito setorizado.
Muitos profissionais nem se conhecem, é uma indústria do entretenimento.
Fiz Os Caras de pau com Marcius Melhem e Leandro Hassum e foi uma delícia de trabalhar ali. Viajamos, ríamos e era uma trupe que se dava muito bem em cena: Josie Antello, Candido Damm, Augusto Madeira, Magda Gomes, Antonio Fragoso, Paulo Carvalho, Marcio Lima, Marcelo Caridade… com direção de Marcio Trigo (Que aliás, estamos há anos tentando finalizar um curta metragem documentário sobre poetas Denise e Cairo Trindade – a Gang Pornô.
Um movimento de poesia que teve seu auge nos anos 80 com uma passeata nudista na praia de Ipanema em plena ditadura militar. É tão difícil concretizar, realizar Arte nesse país. Uma luta.
Muitos projetos demoram anos e anos para conseguir estrear. Seria lindo se a classe teatral pudesse apoiar projetos inovadores e interessantes.
A própria classe fomentar a nossa Arte – afinal tem alguns que ganham muito. Sorte a deles, claro, mas seria lindo apoiar os colegas e a nossa Arte. A Arte alimenta nosso povo.
O Zorra (novo, o antigo era Zorra Total) foi uma experiência maravilhosa na minha vida. Fiz amigos. Renata Castro Barbosa, por exemplo, é uma pessoa que eu queria que morasse comigo. Trabalhar com ela é um luxo. Sempre cooperativa, alegre, divertida. Com um senso de humanidade muito grande – talvez tenha herdado da Camila Amado.
Estávamos sempre atentas às necessidades das pessoas. A gente tinha um grupo chamado Zorratatá (ratatá é uma gíria carioca para vaquinha) que sempre tinha um presente de casamento para comprar, um amigo para apoiar, um remédio… e a Renata é daquelas pessoas que faz a gente curtir a cena e a vida que tem fora dela também.
Além disso, receber salário para ver Welder Rodrigues e Paulo Vieira dando show para você ali no camarim… não tem preço.
Fernando Caruso, Paulo Mathias, Flavia Reis, Renata Tobelem… nas férias a gente costumava até viajar juntos, acredita; Virei a amiga predileta da mãe do Bernardo Schlegel.
Com Paulo Vieira.
Novela “Além da Ilusão”.
Novela “Terra e Paixão”
“Tv Xuxa”.
“Os Cara de Pau”.
Fim de Ano na Globo.
– Francis FACHETTI – Concluiu sua formação na UNI-RIO e passou a ministrar cursos livres. Conte o que puder sobre essa experiência docente.
Patricia PINHO – Parto de uma premissa: quando eu quero estudar algo, eu gosto de oferecer um curso sobre o assunto. É a melhor maneira de aprender, se aprofundar em algo.
Fiz muitas oficinas de Impro pelo Brasil, participei de alguns Festivais de Teatro e tenho me dedicado junto com Ale Contini meu parceiro no curso POSSIBILIDADES CÊNICAS.
Mestrado PPGEAC – Unirio.
Criamos na Pandemia e estudamos textos clássicos com atores de diversos locais do país. Saímos do eixo Rio-São Paulo. Fomos para Bodocó em Pernambuco, Natal -RN e foi uma troca de experiências muito rica.
Fiz uma parceria muito rica com o Centro Cultural da Justiça Federal, que pretendo retomar em breve. Oferecer grupos de estudos e juntar atores, criar movimento é muito importante para mim.
Esse ano fizemos o Festival Anselmo Vasconcellos – comemorando os 50 anos de carreira desse amigo querido.
Anselmo manteve durante 2 anos em Santa Teresa a CASA AZUL – ARTE e TERAPIA. Foi uma experiência riquíssima. Fizemos parte do 31 Santa Teresa de Portas Abertas. E foi lá que comecei a minha experiência cênica A CARTOMANTE- uma experiência de construir um espetáculo na frente do público, sem mistério, com uma dramaturgia em construção baseada nas cartas do Taro e na história pessoal de Mlle Lenormand.
A Casa Azul de portas Abertas.
“A Cartomante” na Casa Azul.
“A Cartomante”.
Depois, criamos o projeto ME CHAMA QUE EU VOU que incluía a peça A CAFONA de Maysa Tchelly Vianna. Viajamos de kombi – Luz del Fuego para conhecer Teatros fora do circuito comercial: fizemos Teatro Jóia em Copacabana, Raul Cortez na baixada, fomos até Barra Mansa e Vassouras. Agora a kombi está rodando por Maricá e eu estou animada para conhecer essa cidade tão interessante que fomenta a cultura. Lá se diz: meu país é Maricá.
“Me Chama que Eu Vou”.
Sou ocultista – formada em Astrologia pela Urantiam de Anna Maria da Costa Ribeiro, estudo e dou aulas de astrologia, runas e Taro. Esse lado místico eu acabei assumindo na pandemia. Fiz uma roda de Taro solidário, direcionava dinheiro para 3 famílias diferentes e fiquei muito envolvida com o retorno dos jogos.
“Urantiam” – formatura de Taro com Anna Maria da Costa Ribeiro.
Um Oráculo é uma outra forma de fazer teatro. Um teatro mais ancestral, feminino e que pretende incentivar as pessoas a desenvolver seu dom, progredir e pensar no bem comum.
Francis FACHETTI – O espetáculo “As Meninas”, do que tratava, quais ideias se expressavam no discurso desse texto – com ele ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante.
Patricia PINHO – As meninas era uma peça muito à frente de seu tempo, como a autora Maitê Proença.
Ela teve a inteligência de colocar em cena uma dor muito profunda – o feminicídio sofrido pela mãe e discorrer sobre a liberdade da mulher.
A mãe de Maitê que era uma mulher linda, musical, cheia de vida voltou a cena no corpo da Vanessa Gerbelli. Que é uma Deusa. Encantadora. Costumo dizer para as minhas amigas que somos a primeira geração de mulheres livres. E que precisamos honrar essa liberdade conquistada pelas que vieram antes de nós e usufruir nossa liberdade com alegria e paixão.
Espero também que um dia homens e mulheres possam se relacionar de forma colaborativa, amorosa e respeitosa.
“As Meninas”
Foto: Sandra Delgado.
Francis FACHETTI – Aclare para esse Documento Cultural falando um pouco, dentre os mais de 20 espetáculos que efetivou, o que versejava as seguintes cenas teatrais; qual seu olhar para esses trabalhos?
– “Como Você Gosta” (W. Shakespeare);
Patricia PINHO – Imagine trabalhar com Pedro Paulo Rangel e Camila Amado juntos; Uma aula.
Fiquei muito amiga da Camila; Mesmo. Confidentes.
No final da temporada, passei por um divórcio complicado, liguei para me aconselhar com Camila e ela respondeu: me dê dois dias e venha para cá. Dois dias depois ela já tinha organizado a casa dela para me receber. Ela falou: – Você pode ficar aqui o tempo que precisar.
Não precisei, mas aquele gesto foi muito importante para mim. De uma generosidade humana que só ela era capaz de ter.
Camila se importava com as pessoas. Ela chegou a dar aulas dentro do presídio de Bangu, ia estudar Hamlet com os detentos. Uma artista formidável. Uma mulher que sabia que a educação e a cultura fazem a diferença na vida e na alma das pessoas.
Ela dizia para mim que queria muito que eu fosse amiga da filha dela (Rafaela Amado), e assim eu tenho um amor enorme por ela.
Antes de morrer, ela me pediu para jogar Taro. E foi uma conversa que eu nem tenho palavras para explicar a força daquela mulher que se despedia de algo que ela prezava mais que tudo: a vida.
Sem medo ela caminhava para se integrar novamente ao todo. Já Pepê era cético e debochado. A gente ria muito. Saía para jantar. Ele me emprestava DVDs.
JitmanVibranoski fazia parte desse elenco e depois Andrea Dantas se juntou ao grupo. Ficamos muito amigas. O elenco era enorme e a Priscilla Sztejnman era a protagonista.
Alexandre Contini e eu ficamos amigos nessa época e depois – através de regressões de vidas passadas descobrimos que já éramos amigos de outras encarnações.
“Como a Gente Gosta”.
“Como a Gente Gosta”.
– “Vestido De Noiva” (Nelson Rodrigues), direção Renato Carrera;
Patricia PINHO – Viver Madame Clessi foi incrível!
Renato Carrera é meu parceiro desde a época de UNIRIO e nessa montagem tive o prazer de trabalhar com Dani Ornellas, Hugo Germano, Zazá… Rita Elmor… O processo foi muito intenso; Pelo menos 6 horas de ensaio por 3 meses.
Eu gosto de processos assim. O ator precisa mergulhar no universo da peça para poder atuar. Infelizmente por conta da sobrevivência a gente tem ensaiado cada vez menos – um mês, dois meses no máximo. Fica em cartaz por 3 a 4 semanas e precisa entrar em outro edital para conseguir sobreviver. Isso é o fim do Teatro.
A peça tem um tempo para acontecer. Amadurecer. O público quando se encanta com uma peça, ela pode ficar anos em cartaz.
Seria muito importante que a gente pudesse fazer um repertório. Circular com as peças, voltar a viajar. Mas, para isso é necessário ter apoio dos grupos que trabalham com cultura e turismo local. Acabamos de ver como o show da Madonna movimenta toda a America Latina.
Guardada as devidas proporções, uma temporada de sucesso quando chega na cidade também movimenta e gera riquezas. Quando fomos a Barra Mansa, fiquei com uma frase de uma jovem que me reconheceu de trabalhos na televisão: “Nunca tinha visto uma artista de perto”. Eu quero muito circular pelo Brasil. Conhecer as possibilidades desse país maravilhoso que eu amo.
“Vestido de Noiva”.
“Vestido de Noiva”.
– “Roque Santeiro – O Musical”, de Dias Gomes. Direção Bibi Ferreira; Meu primeiro trabalho nos palcos do Rio de janeiro, que fizemos juntos.
Patricia PINHO – Durante muitos anos Roque Santeiro – o musical dirigido por Bibi Ferreira tinha sido o grande espetáculo da minha vida. E de certa forma ainda o é.
Um elenco composto por D. Nicete Bruno, Agildo Ribeiro, Sidney Magal, Rogéria, Benvindo Siqueira… Fiz grandes amigas no corpo de baile como Carla Piske (que hoje mora em Boston) e Ana Gabriela (que hoje mora na França) e também conheci um jovem e talentoso bailarino e ator: Francis Fachetti.
Ensaiávamos na parte da manhã só as coreografias, a tarde tínhamos aulas de canto, e finalmente os ensaios com os atores.
Milton Gonçalves me convidou para fazer um Você Decide – que ele dirigia na Globo – meu primeiro trabalho em televisão e que nunca foi ao ar.
Conviver com Bibi Ferreira é como respirar o Teatro Brasileiro. Inexplicável!!! O talento musical, a generosidade e a beleza daquela mulher.
Depois, ela foi assistir AS MENINAS (ela gostava muito de Maitê) e imagine que delícia para uma atriz ouvir um elogio desse porte.
“Roque Santeiro – O Musical”.
“Meu Pedacinho de Chão”.
“Improlandia”.
“Improlandia”.
Francis FACHETTI – Genesis dos novos Deuses de Camilo Pellegrini.
Patricia PINHO – Camilo Pellegrini é um gênio. Trabalhar com ele de qualquer forma é um luxo.
A criatividade dele é imensa e sua alegria contagiante. Amo tudo que ele faz. Além disso, o elenco era de amigos: Renato Carrera, Karine Telles, Reiner Tenente… um elenco enorme. Uma delícia de fazer. Uma comédia trash meio Almodovar, terror meio terrir com animê, uma loucura total.
Eu fazia a Valentina uma ex-atriz pornô que levava sua sobrinha Débora – uma bebê canibal para se alimentar nas boites cariocas.
As cenas eram lutas entre personagens, batalhas como num game. Olha, só de lembrar… já dá vontade de fazer novamente. Eu acho que a gente merecia colocar em cena essa vibe deliciosamente ousada também.
– Francis FACHETTI – Terminando com chave de diamante, fale sobre seu mais recente e necessário – Espetáculo NECESSÁRIO:O Pagador De Promessas”, ao lado do grande Diogo Vilela, sob a direção iluminada de Marcus Alvisi. Destrinche esse trabalho para todos: “COMPANHIA FUNARJ DE TEATRO, ARTE E REPERTÓRIO”.
Patricia PINHO – Imagine o que é para uma atriz como eu estar em cena ao lado do grande Diogo Vilela: Um luxo!!! (como diria meu amigo Athaide Arcoverde).
Soube da vontade de Diogo de ter uma companhia de Repertório nos moldes da Comedia Francesa – com jovens talentosos onde houvesse uma troca de experiências, com preços populares, voltado para o público brasileiro. Falei que eu precisava fazer parte desse projeto; Que eu acredito muito.
E assim começamos os ensaios com a direção de Marcos Alvisi – que prazer ser dirigida por ele! Ele sabe despertar os melhores sentimentos no ator. Acredita na liberdade em cena e sabe muito bem do que se trata a peça. Quais as questões, os conteúdos, o que a alma da peça fala.
Esse texto foi muito bem escolhido – O PAGADOR DE PROMESSA de Dias Gomes é uma obra prima! Rosa a mulher de Zé do Burro tem me proporcionado experimentar em cena a doçura de uma mulher rural, que sonha com coisas simples como um colchão de molas; Que quer ter prazer sem culpa e sem cair nas maledicências da cidade; Sem cair nas garras de um gigolô.
Uma mulher sem fé que encontra na fé no marido e na intransigência da Igreja Católica uma força para tentar evitar a tragédia anunciada. Ela busca algo que ela não pode evitar. A vida da personagem começa quando cai o pano. Então, ela me dá coragem para seguir meus sonhos, deixar de lado as tristezas da vida e poder acreditar no destino.
Eu acredito que o destino me uniu ao Diogo. Estou fascinada por ele. Espero que nossa parceria seja longa, duradoura, de sucesso e principalmente que a gente seja feliz. Para isso, conto com a Marilia Martinez que é uma super produtora para isso. Ô mulher porreta!
A FUNARJ apoiar essa ideia é fantástico! Fizemos uma temporada que lotou em uma semana. Fizemos sessões extras também lotadas e finalmente estamos finalizando esse projeto de sucesso.
Uma experiência revolucionária de afeto na minha vida. Diogo, Marcos Alvisi e Marco Aurélio e Marília apostaram em mim. Além de ter a parceria luxuosa de Ronald Teixeira e sua equipe.
A plateia fica encantada em ver o talento de 13 atores em cena.
A cena teatral necessita de mais experiências como essa.
Abaixo confira a Crítica Teatral inserida nos flyers:
Simplesmente:
PATRICIA PINHO