BLOG/SITE DE CRÍTICAS TEATRAIS E DE DANÇAE FACHETTI PRODUÇÕES
APRESENTA:
TRAJETÓRIA DOS OPERÁRIOS DAS ARTES
INÉDITA!
Ator:
JOÃO VELHO
O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos:
Operários das Artes – Documento Cultural.
“Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia, sendo uma homenagem em forma de Documento Cultural – Trajetória dos Operários Das Artes -, aos artistas de inúmeras áreas do universo artístico.
Entrando na INÉDITA
Entrevista NECESSÁRIA Com:
JOÃO VELHO
Francis FACHETTI – Começando com as reflexões desse Documento Cultural, seria de grande valia, você aclarar para os curiosos um pouco da relação pessoal e profissional com nossa dileta e necessária atriz e apresentadora Cissa Guimarães – sua mãe.
Fale um pouco de Paulo César Pereio – seu pai. Abra seu coração no que achar que deve.
João VELHO – Pode-se dizer que cada célula do meu corpo é composta por Cissa Guimarães e Pereio.
Óbvias influências no meu trabalho e na minha pessoa.
Da minha mãe eu recebi os valores básicos da vida e o estímulo para perseguir minha carreira. Ela sempre esteve lá me apoiando em tudo que eu escolhi e com o tempo nós conseguimos desenvolver uma troca profissional de teatreiros que somos! Ela é um sol!
Incandescente e incessante e que ama o ofício como poucos, isso me inspira bastante!
Trabalhamos juntos em duas peças, eu como assistente de direção olhando atentamente para o trabalho dela e ela sempre incandescente no palco. Nas peças “Doidas e Santas” de Regiana Antonini e “Pelo amor de Deus não fala assim comigo”, da saudosa Maria Carmen Barbosa, e também trabalhamos juntos em malhação em 2004 – o que foi uma grande alegria.
Cissa Guimarães e João Velho
Com meu pai, além de observá-lo e tentar absorver toda sua grandeza por osmose, porque ele mesmo não fazia as vezes de professor, pude dividir o palco com ele em uma montagem teatral do texto escuta Zé mané baseado em um texto póstumo de wilhelm reich.
Sempre tive uma linda relação com ambos!
Meu pai se foi em Maio deste ano, mas, sua presença está tatuada no meu peito.
Paulo César Pereio e João Velho
Francis FACHETTI – Você me disse que não terminou a Faculdade de cênicas CAL, pois, saiu para fazer um filme com Roberto Athaide; relate os pormenores desse acontecimento; o tamanho da importância dessa sua decisão…
João VELHO – Sim, eu sempre acreditei que o melhor estudo é o trabalho – é claro que academia ajuda bastante a formação de qualquer pessoa -, só que no caso das artes, do teatro especificamente, eu acho que o fazer é uma das maiores aulas que o ator pode ter, então, já desde cedo eu escolhi trabalho.
Pintou essa oportunidade de fazer um filme com Roberto Athayde que é o autor da peça “Apareceu Margarida!”, e eu decidi largar a CAL pra ir fazer esse filme chamado “Selva do meu desejo”, que foi uma grande aventura até o coração da Amazônia!
Na volta dessa viagem Trabalhei Com algumas peças e depois entrei em malhação em 2004 – enfim, comecei a emendar trabalho atrás de trabalho, e acho que essa foi minha grande formação – nunca mais parei de trabalhar, e claro estudar também.
Acho que o ator nunca está definitivamente pronto/formado. O estudo e a prática serão mandatórios durante toda sua carreira, assim acredito.
Francis FACHETTI – O nosso querido Leonardo netto – que me deu a honra de descortinar um pouco de sua trajetória em sua Entrevista NECESSÁRIA nesse Blog/Site – te capitaneou em dois espetáculos necessários – que eu assisti e fiz a crítica teatral -, com ele vocês amealharam prêmios. Nos aclare sobre todo esse processo com Leonardo; os espetáculos; premiações… conte tudo!!!
João VELHO – Acredito, que meu encontro com Leo foi extremamente feliz! Nossa comunicação sempre foi muito rica e tivemos um entrosamento fora do comum nos trabalhos.
Fizemos “Para os que estão em casa” texto e direçao dele, e também “A Ordem Natural das Coisas” que foi lindo!
Leo tem um conhecimento profundo da nossa arte e possui vocabulário para dizer ao ator o que ele está querendo.
Um lorde que lidera com graça seu elenco. Me ensinou muita coisa. E de quebra fui indicado a três prêmios de melhor ator (Cesgranrio, Botequim Cultural e APTR), por “A Ordem Natural das Coisas” e ele merecidamente levou o prêmio Cesgranrio de melhor texto.
Guardo com muito carinho esse momento da trajetória que compartilhei com o Leo, Bia Bertu e Cirillo Luna, todos queridos amigos!
“A Ordem Natural Das Coisas”
Francis FACHETTI – – Você sempre diz com muita verdade sobre algumas pessoas que “Meu trabalho é muito constituído” por: Camila Amado; Thiago Cadete – diretor portugues; Moacir Chaves; Alessandra Colasanti; fale para nós desse amalgamar com esses artistas no pessoal e profissional, e aproveite citando aqui os infantis e trabalhos que fez com eles.
Qual o tamanho dessas pessoas e desses espetáculos na carreira de João Velho.
João VELHO – Sim, além do Leo, também tive a sorte de trabalhar com outras pessoas que me proporcionaram experiências e ensinamentos que reverberam até hoje no meu trabalho.
Pessoas como Moacir Chaves (momo), Alessandra Colasanti (lequinha), o saudoso Aderbal (Aderbs), etc… me deram muitas ferramentas para o meu trabalho e também nutro por essas pessoas um carinho profundo.
Com Moacir eu fiz “Macbeth” com o grande Bruce Gomlevisky fazendo o personagem-título, com a Leca eu fiz “Anticlassico” (a bailarina de vermelho) onde fazia o Hamlet, um punk mal-humorado e caladão e profundamente apaixonado pela bailarina.
Leca me ensinou muito sobre ironia sexy, sarcasmo e um minimalismo cênico que eu preciso sempre acessar pois tenho uma tendência a expansividade sempre.
Com o Aderbal eu fiz o espetáculo “A Paz Perpétua” e foi um grande sonho realizado. Foi o último espetáculo dele no Brasil, o que me deixa num misto de tristeza, mas, também de orgulho de poder ter estado numa sala de ensaio com esse grande teatreiro.
Muitas outras pessoas me inspiram bastante além desses supracitados, mas se eu for falar de todo mundo a entrevista não acaba nunca!
Ensaios de “A Paz Perpétua” – eu e Aderbal comparando nossos casacos.
Como Odin em “A Paz Perpétua”, um cachorro tentando entender como se usa talheres.
Cena Final de “A Paz Perpétua” com José Loreto (em cima de mim), Kadu Garcia (deitado no chão) e Alex Nader ( na cadeira de rodas ).
Nos ensaios de “A Paz Perpétua” com o querido Kadu Garcia sentindo que não vai ser fácil rs…
Eu e Camila Amado no espetáculo “O Jardim Secreto”, direção de Rafaela Amado.
Divulgação de “Pangeia” – Espetáculo criado e dirigido por Tiago Cadete.
Espetáculo “Bita e a Imaginação que Sumiu”.
Direção: Alessandra Colasanti
Espetáculo “Banal” de Alessandra Colasanti
Espetáculo “Banal” de Alessandra Colassanti
“Joaquim e as Estrelas” de Renata Mizrahi.
Direção de Diego Molina.
Eu interpretando “Joaquim”.
Espetáculo “Chagall” – direção de João Batista
Texto: Eduardo Rieche
Fazendo o saudoso “Miele” no filme “Simonal” de Leo Domingues.
Francis FACHETTI – Deixe-nos saber da história com “Ensaio Sobre a Cegueira” de Fernando Meireles; como foi?
João VELHO – Hahahaha, foi incrível essa história!
Eu sou muito fã de Saramago e eu estava em uma viagem na Bahia lendo “O ensaio sobre a lucidez”, e me disseram que o Fernando Meirelles ia começar o filme “Ensaio sobre a cegueira”, mandei o e-mail pro Fernando e consegui um teste!
Fui filmar e contracenei com a Juliane Moore e com o Mark Rufalo, só que na hora h me pediram pra usar uma máscara (por conta da pandemia misteriosa da cegueira contagiosa) e por isso ninguém sabe que eu to no filme! Heheheh, mas foi incrível ter participado do filme!
Francis FACHETTTI – No audiovisual disserte sobre o filme que fez com sua mãe na direção de Gualter Pupo.
Sobre a série “Candelária” – conte!!!
João VELHO – Estou bem ansioso com o lançamento desses projetos!
O filme Cansei de Ser Nerd, eu faço um vilão mega pitoresco.
O filme se passa em uma festa de reunião de amigos de escola.
Eu faço parte de uma banda da escola que ficou super famosa, mas, pra isso sacrificamos uma aluna da escola em um ritual sinistro e a culpa recaiu sobre nosso herói (Fernando Caruso) que vai a essa festa anos depois pra acertar as contas.
É uma comédia louquíssima!
O Candelária é uma serie em 4 episódios que conta a história da chacina da Candelária contada sob a perspectiva de 4 menores chacinados.
Interpreto um dos policiais assassinos.
Foi muito pesado fazer, e acho que vai ser um projeto absolutamente importante pra contar essa história que marcou a vida de muita gente.
Francis FACHETTI – Fechando com chave de diamante, acabei de assistir o delicioso, belo, necessário: “Eles Não Usam Black-Tie” de Guarnieri. Gostaria dos mínimos detalhes dessa cena teatral que nos impacta muito. Fale do processo, do elenco apaixonante… tudo!!!
João VELHO – Comecei a dar aula no Nós do Morro em 2018 e entrei em contato com uma galera sensacional.
Atores e atrizes de alta categoria que já me deixaram com vontade de fazer alguma coisa.
Começamos a estudar textos, fazer leituras para treinar o ato de ler e falar ao mesmo tempo e um desses textos foi o “Eles Não Usam Black-Tie” do Guarnieri.
O apaixonamento foi imediato e naturalmente a coisa foi se desenrolando.
O processo se deu de forma muito gostoso e culminou em uma temporada no Teatrinho do Vidigal (projetado e construído pelo saudoso Fernando Melo da Costa)!
Fazer uma peça que fala da favela dentro de uma favela maravilhosa como o Vidigal, feito por membros da favela, foi gigante.
A recepção do público lá foi absolutamente linda e então decidimos continuar nossa trajetória, formamos a Única Cia de Teatro e com a bênção e apoio da direção do Nós do Morro fomos nos aventurar no asfalto.
Fizemos mais uma temporada no Teatro Café Pequeno que foi muito engrandecedora para o projeto e agora terminamos a nossa terceira temporada no Teatro Glauce Rocha no Centro.
Cada vez que fazemos a peça temos mudanças cruciais na direção da peça, acredito que porque ainda estou amadurecendo muito como diretor e sempre percebo algo que falta no espetáculo, sempre tem um ajuste, um caminho novo que se apresenta para mim, às vezes eu volto atrás, mas tudo é aprendizado.
Agora retornamos para uma curta temporada no Teatro Dulcina nos dias 16 e 23 de outubro de 2024!
Foi tudo muito feliz nesse processo, que acho que é um dos mais importante da minha vida e, ouso dizer, da vida de todos que fazem parte da produção desse projeto.
Uma pequena crítica Teatral desse necessário trabalho cênico.
“Eles Não Usam Black-Tie”
“Eles Não Usam Black-Tie”
Abaixo alguns Relevantes e NECESSÁRIOS também Efetivados:
Com Leticia Spiller – Jocasta.
Aqui fazendo o espetáculo que tem o mesmo nome:
João Velho – em realismo.
Direção: Tato Consorti
NO espetáculo “Eu é um Outro” de Pedro Brício.
Interpretando Rimbaud.
Direção: Isabel Cavalcanti
Simplesmente:
JOÃO VELHO