CRÍTICA TEATRAL: “A PALAVRA QUE RESTA” – De Stênio Gardel.

 

 

 

 

POR FRANCIS FACHETTI

 

 

Nos seus 32 anos de excelência existência – a Cia. Atores de Laura, reluz com sua mais nova empreitada teatral – capitaneado pelo aurífero Daniel HERZ:

“A PALAVRA QUE RESTA”

O Livro do premiado cearence Stênio GARDEL, vencedor do National Book Awards, tem uma fiel, corriqueira e coloquial adaptação por HERZ.

Stênio GARDEL nos arrebata com a contemporaneidade dos fatos sórdidos, cruéis e imundos – como ele mesmo diz: “IMUNDO”.

Uma literatura que desmascara a hipocrisia humana disfarçada em sensatez; de uma agudeza narrativa que perfura nossa alma sangrando na reflexão.

As metáforas de Stênio GARDEL é necessária para descortinar a vida e defenestrar a sociedade que julga nossos valores sem conhecimento de causa.

O trágico em dores e dilemas de um homem que precisou ocultar a própria sexualidade por décadas para sobreviver em meio a uma população provinciana – sertão nordestina.

Não darei mais spoliers, é de premência absoluta que todos vejam com seus próprios olhos e pensem.

Wanderley Gomes se supera nos contextualizados cenários e figurinos trazendo um glamour fidelíssimo a cena, despido de cores e brilhos, para investir num sertão glamoroso pelo seu talento e vocação na acepção que o texto impõe. Os figurinos se unificam em equidade para se fazer valer, dialogando lindamente com um cenário de simbologias ímpares.

Trilha sonora por Leandro Castilho nos faz viajar com perfeição nos transportando á cena teatral.

O Maestro da luz – Aurélio De Simoni – nos dá um espetáculo a parte com holofotes que faz texto e atores gigantes por própria natureza. È a luz dos privilegiados. Uma luz qu define o tamanho de um:

Espetáculo NECESSÁRIO!!!

 

Ana Paula Secco: Corpo e alma vocacionados para a cena.

 

Paulo Hamilton: Experiência explícita enaltecendo o contexto contundente e reflexivo

 

 

 

 

Charles Fricks: Transforma seu sangue no sangue de qualquer personagem – gigante.

 

 

 

 

Leandro Castilho: Transborda presença e verdade cênica.

 

 

 

 

 

Verônica Reis: Faz de seu corpo, da sua voz… os instrumentos cênicos que todo intérprete almeja.

Valéria Barcellos: Convidada especial que é a prova viva que todos podem ter a grandeza da interpretação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Essa é a Mil Vezes Necessária Cia. Atores De Laura.

 

Daniel HERZ? O que dizer? Sou suspeita.

Amo!!! Amo sua competência e lealdade cênica com os atores;

Amo sua diáfana verdade com as pessoas – isso é raro no meio artístico.

Amo seu carisma…

Sua direção – como já disse em uma crítica que fiz -, é uma mistura com direção de movimento que molda e contorna os corpos que muito me impressiona, por eu ser um artista que é também do corpo e conhecedor de suas possibilidades.

HERZ faz seus atores transcederem a racionalidade e esmiuçar os contornos possíveis.

Daniel faz nesse trabalho a passagem perfeita dos atores ao conduzi-los na interpretação de todos os personagens. Todos são todos.

 

Faz o espetáculo uma urgência necessária a ser assistida transitando e dominando a narrativa em excelência corvergência em cada signo teatral.

Bravíssimo Senhor Diretor!!!

 

“A PALAVRA QUE RESTA” é um desafio para qualquer intérprete e um vociferar cênico que precisa reverberar no contemporâneo da nossa sociedade.

IMPERDÍVEL!!!  NECESSÁRIO!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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