– “RETROSPECTIVA” – direto da Espanha – Carmem La Talegona: Bailaora Flamenca. Por Francis Fachetti.

 

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Temporada 2022 – Blog/Site:

“RETROSPECTIVA”

Projeto:

“Entrevistas NECESSÁRIAS”

O Blog/Site iniciou a temporada de retrospectiva das inúmeras (78) homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema…

 

O retrospecto da vez é com uma dos maiores nomes da arte flamenca mundial.

Uma mulher que esteve inúmeras vezes no Brasil nos engrandecendo e nos dando o privilégio de aprendermos com sua persona e técnica tão peculiar.

Uma mulher/artista de idiossincrasia exuberante e impactante e que tive a honra de ser seu aluno e hoje seu amigo.

Abaixo uma atualização do que ela tem feito nesse momento e logo em seguida a – RETROSPECTIVA – da entrevista feita a dois anos atrás no começo pandêmico, quando iniciou esse projeto:

 

“Entrevistas NECESSÁRIAS”, dentro desse Blog/Site de críticas de Teatro e de Dança.

Carmem La Talegona.

O touro/flamenco/feminino e sensual
em sua necessária performance.

Bailaora nascida em Córdoba. Advinda de  uma reconhecida estirpe flamenca (família TALEGÓN).

Primeiros passos no Conservatório de dança espanhola y Arte Dramática aos 11 anos.
Recebeu influências dos icônicos artistas JAVIER LATORRE, PACO JARANA, dentre tantos outros.

Compartilhou a dança flamenca em toda a geografia Andaluza, amalgamada a figuras como: JOSÉ MERCÉ, LA MACANITA, CHANO LOBATO, e muitos, muitos outros expoentes.

Destacou-se como solista em distintas companhias, reverberando a força dessa dança por todo mundo o mundo: Japão, Grécia, Túquia, Canada, Inglaterra, França…

Em cena tem uma presença viripotente/hercúlea, não deixando de lado a sinuosidade e a sensualidade de uma mulher exuberante e enigmática – aliando técnica a sentimentos “irascíveis” – num bailar dando origem a um novo significado a dança e que nos arrebata.

Em genial momento categórico em cena, coloca a dança flamenca em universal e árdego, necessário lugar a ser apreciado.

Até hoje continua dando aulas nas melhores instituições.

CARMEN LA TALEGONA como parte de uma famosa saga flamenca.

Distinguiu-se como solista ebailarina convidada nas companhias de Manolete, El Güito, Cristóbal Reyes, Antonio Canales, Rafael Amargo, Juan Andrés Maya ou Blanca del Rey, entre muitos outros.

Colaborou em inúmeros projetos nacionais e internacionais como “Pura Pasión”; “Princesas Flamencas” com Rafael Amargo e La Lupi; “Maya” de José Maya; “Miroterráneo” do Ballet Flamenco de Barcelona; “Bailaoras, El Nuevo Tiempo” ou reencarna Pilar de Valderrama em “Sevilla a compás”.

A última produção de Antonio Canales em homenagem a Antonio Machado, formando um par artístico com o mestre.

 

Desenvolveu seu estilo e criatividade em espetáculos próprios, como “Talegoneando”, “Gesto Flamenco” ou “Oro Molido” entre outros, com grande sucesso de público e crítica.

Atualmente alterna seus compromissos como bailarina solo, desenvolvendo sua própria metodologia de ensino de flamenco.

 

 

Na foto com as grandes e necessárias celebridades – cantaores, guitarristas, bailaores flamencos… -, imprescindíveis para o universo flamenco. Amador Rojas, Antonio Canales e Carmen Ledesma


Com os grandes amigos do universo
flamenco.


Com amigos queridos do universo
flamenco.

Palmas para esses nomes da arte que tanto contribui, nos ensina e nos encanta.

Entrando na RETROSPECTIVA da Entrevista NECESSÁRIA com:

CARMEM TALEGONA.


– Francis Fachetti – Em cena, para onde o flamenco te leva? Defina seus sentimentos na transição da mulher para a bailaora

– Carmem Talegona Muito difícil definir, por que se passa em outra dimensão; quando piso no palco é como um ritual. Exploro meu
camarim, fazendo fotos, me concentrando. Antes ensaio bastante. Quando vou em direção ao palco, adoro estar muito perfumada, me sinto “guapa” (linda). No palco eu me sinto em outro plano, totalmente em outra dimensão, aí tenho certeza que não poderia ser, ou fazer outro ofício.


Carmem La Talegona.

– Francis Fachetti – Qual a diferença, em baile, do flamenco de anos atrás para o de hoje, mais solto, com mais interferências, e aceitação de tantas novidades no bailar da atualidade?

– Carmem TalegonaNa verdade, nesse momento da minha vida, onde já se foram anos; aprendendo, aceitando, mirando tudo e todos, onde caminhei com muitíssimas personas e muitas companhias flamencas – aceita-se tudo, as novidades -, e você se nutre de diversas experiências, disciplinas, atitudes. Você tem que ir se nutrindo para não morrer e ficar vivo sempre, sempre para
aprender.



Em cena: TALEGONA – Arquivo pessoal.

Francis Fachetti Você passou por várias companhias, teve influência de artistas incríveis.
Fale sobre momentos que te marcaram nessa trajetória, que você usa como bailaora até hoje?

 

– Carmem Talegona Muitas influências.  A primeira com 17 anos, estudando com BLANCA DEL REY – uma grandiosa dama, com coração aberto.
Aprendi demais, principalmente a elegância, como se trabalha em um tablado flamenco, como se age em um espetáculo.

Com ANTONIO CANALES foi algo mais rico, como meu conterrâneo, me tornei muito amiga dele. Essa proximidade era como uma inspiração, e marcou imensamente minha caminhada.

Em cena: TALEGONA – Arquivo pessoal.

As necessárias celebridades da arte mundial.

Francis Fachetti Como a contemporaneidade do flamenco de hoje te afeta? O que não é válido nessa arte cada vez mais repleta de influências e diversidades?

– Carmem Talegona Atualmente está tudo bem encaminhado, se baila muito bem, se toca muito bem, e se canta muito bem.

Evidentemente, tudo evolui, como a vida; particularmente aprecio tudo, todas as linguagens corporais, disciplina, o contemporâneo.

Adquirimos uma linguagem que se torna universal em seu corpo.


Em cena: TALEGONA – Arquivo pessoal

Francis Fachetti Seu bailar é ao mesmo tempo viril e sinuoso, sensual e enigmático. Uma técnica irrefutável/incontestável. De que forma você mescla esse temperamento, essa natureza tão marcante em cena?

– Carmem Talegona Em anos de aprendizado por outras disciplinas, músicas, e no Brasil eu aprendi demais a desamarrar minhas técnicas. Sou muito inquieta e adoro coisas diferentes. Tudo acaba te enriquecendo.


Em cena: TALEGONA e artistas flamencos – Arquivo pessoal

Francis Fachetti Cite duas referências flamencas, que ainda hoje, você se inspira e te fascina? O que você ainda consegue aprender com eles.

– Carmem Talegona Duas importantes referências flamencas para mim: CARMEM AMAYA e FARRUCO.

ANTONIO GADES não poderia deixar de fora.


 

Francis Fachetti Descreva como foi suas inúmeras passagens pelo Brasil, nos deleitando com sua arte e suas classes (aulas). O que te agregou com sua vinda ao nosso país?

– Carmem Talegona Ufa!!! Aprendi a ter paciência, o companheirismo, aprendi a persistir e a amar ainda mais esta arte difícil. Tudo, tudo, não há nada que eu não goste, pessoas super trabalhadoras, e muito pacientes para perceber os movimentos flamencos.


Em cena: TALEGONA – Arquivo pessoal.

Francis Fachetti Dentre tantos países que você bailou, levou sua experiência estonteante, qual país elegeria para morar, e por que?

– Carmem TalegonaBrasil é apaixonante, amo! Gosto do Brasil e do Japão para morar.


A força de uma mulher apaixonante numa arte desmedida em beleza e na sua força emocionante.

 

Francis Fachetti Para terminar, eu tive a honra de ser seu aluno, dentre as inúmeras vezes que nos presenteou com suas classes. Foram anos consecutivos de aulas com você, e me tornei, com muito orgulho seu amigo. Qual à sua avaliação do flamenco que encontrou em nosso país?

 

– Carmem Talegona Me encanta a disciplina, a entrega que existe nos alunos e a constante presença, o interesse pelo flamenco.

Termino aqui essa matéria com essa estrela de primeira grandeza.


CARMEM TALEGONA – Arquivo pessoal.

 

Carmem La Talegona e Francis Fachetti.


Carmem La Talegona.

 

Simplesmente:

CARMEM LA TALEGONA.

 

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