BLOG/SITE DE CRÍTICAS TEATRAIS E DE DANÇA E FACHETTI PRODUÇÕES
APRESENTA:
Documento Cultural:
THELMO FERNANDES
Operário Das Artes
O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos:
Operários das Artes – Documento Cultural.
“Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia, sendo uma homenagem em forma de Documento Cultural aos artistas de inúmeras áreas do universo artístico.
Perguntas/Reflexões
Inédita Entrevista NECESSÁRIA:
Documento cultural
Trajetória dos Operários Das Artes com:
THELMO FERNANDES
Ator
Thelmo Fernandes e as facetas de um intérprete
Incontestável em seu Ofício.
Entrando na Inédita
Entrevista NECESSÁRIA COM:
THELMO FERNANDES
· Francis FACHETTI – Descortinando esse Documento Cultural com esse – que é um dos mais respeitados Operários Das Artes do nosso cenário cultural -, precisamos Thelmo, que desvele e aclare para todos, o que achar de mais necessário; os pormenores nesse seu submergir em uma das Cias. Teatrais mais emblemáticas que temos, criada e dirigida primeiro, pelo Mestre Antonio Abujamra, e depois, pelo também Mestre João Fonseca:
· “Os Fodidos Privilegiados”.
Fale o que puder de mais valioso com sua presença no caminhar dos processos de trabalho da Cia.
Logo após, conte um pouco sobre essas três montagens abaixo informando aos leitores através de seu olhar como Operário:
– “O Casamento”;
– “Auto Da Compadecida”;
– “Édipo Unplugged”
Thelmo FERNANDES – Oi Francis, primeiro de tudo quero agradecer o imenso carinho comigo, com meu trabalho e por conceder este espaço para poder contar um pouquinho desta história para leitores desse Documento Cultural.
Thelmo FERNANDES não poderia deixar de responder o que escreveu acima – você, homem e profissional das artes -, que eu já respeitava imensamente enquanto Operário nesse Ofício, me mostrou o raro ser humano que tanto necessitamos nesses dias cada vez mais ególatra e obscuro que vivemos; proporcionou e acionou a chave-mestra desse Documento Cultural: PARCERIA!!! Essa palavra é como as jóias raras que dificilmente encontramos.
MUITO OBRIGADO!!!
“O Casamento” sem dúvida é um espetáculo importantíssimo em minha carreira e na minha trajetória dentro da Cia. Fodidos Privilegiados.
Eu diria que foi meu carro chefe dentro da Cia.
Em 1995 fiz um musical chamado “Concerto para Virgulino sem Orquestra” dirigido por Vital Santos e neste musical conheci o querido Tanah Correa que me convidou para participar no ano seguinte daquela que seria a nova empreitada dos Fodidos: um mergulho na obra não teatral de Nelson Rodrigues, ou seja, seus romances e inúmeras crônicas de jornais.
Este espetáculo estreou em 1996: “O que é bom em segredo é melhor em público” dirigido por Abujamra.
“O Casamento”, a princípio, seria uma inserção de uma cena dentro deste espetáculo, porém, a adaptação de João Fonseca ficou tão maravilhosa que Abujamra decidiu que seria um espetáculo a parte em horário alternativo. Mas, como dizia o próprio abu: a vida não tem roteiro e “O Casamento” acabou selecionado para o festival de Teatro de Curitiba de 1997 onde estreamos na Ópera de Arame com um sucesso estrondoso.
Foi a primeira direção do João assinando junto com Abu.
Viajamos depois pelo Brasil e pelo Mundo com este espetáculo que voltou mais duas vezes à Curitiba comemorando respectivamente os 15 e 25 anos da estreia.
Meu personagem era “Dr. Camarinha”, o ginecologista, brilhantemente interpretado por Fregolente no filme de Arnaldo Jabor. Tive ótimas críticas e uma repercussão maravilhosa. Sem dúvida um grande debút na Companhia.
“O Casamento”
“O Casamento”
“O Casamento”
O “Auto da Compadecida” tem um significado muito especial na minha carreira. Foi meu primeiro protagonista dentro da Cia. e não era um personagem qualquer.
João Grilo talvez seja a maior representação cultural do brasileiro em sua essência brilhantemente criado por Ariano Suassuna. Estreamos em 1998 no teatro Dulcina, a direção mais uma vez coube à Antonio Abujamra e João Fonseca. Fizemos um formato musical – as músicas eram deliciosas criadas para o espetáculo por Eduardo Krieger e Marco Abujamra.
Fizemos uma temporada de sucesso no Dulcina e no teatro Villa Lobos em 1999. Em 1998 nos apresentamos no Festival de Curitiba no Teatro Guaíra.
“Auto Da Compadecida”
“Édipo Unplugged” surgiu em um momento de imensa dificuldade financeira da Cia. – não tínhamos mais o teatro Dulcina como sede, não tínhamos patrocínio sem perspectiva.
Nisso surgiu um convite do Ivan Sugahara, que era naquele momento diretor do Teatro Café Pequeno nos oferecendo uma pauta e uma graninha pra fazer um espetáculo. Calhou de naquele momento estarmos fazendo um estudo em cima das tragédias gregas, particularmente de Édipo Rei, tínhamos acabado de fazer uma leitura que deu super certo.
Foi aí que João Fonseca veio com a ideia de fazermos Édipo Rei num formato “Unplugged”, como ocorria nos shows da MTV, ou seja, um espetáculo “acústico”, que seria feito com calças jeans e camisa preta, com uma lousa de cenário e cadeiras, com um custo mínimo – visto que a força e a potência do texto de Sofocles basta para estabelecer o jogo teatral.
Estreamos em 2004 com direção de João Fonseca e Paula Sandroni. Um sucesso inclusive com indicações ao Prêmio SHELL. Eu fazia Édipo, outro personagem inesquecível em minha carreira.
Com Rose Abdallah
Queria apenas destacar ainda mais um espetáculo super importante em minha trajetória na Cia:
“A Resistível Ascensão de Arturo Ui”, de Brecht com direção de Abu e João.
Neste espetáculo interpretei o “Velho Ator”, substituindo o grande Paulo Autran, que havia feito na primeira semana – Inesquecível também. Foi em 1998 no Teatro Dulcina.
Francis FACHETTI – Várias indicações e prêmios no trilhar de 32 anos de carreira; comente como te impacta essas indicações e prêmios adquiridos pelo seu valioso desempenho na cena – onde eu já pude presenciar e resenhar críticas teatrais -, e esclareça essas 30 menções com destaque para essas duas literaturas que esteve nos palcos como intérprete: “Gota D’água” e “A Arte Da Comédia” – preciosos efetivos cênicos em suas arquiteturas levadas ao palco com seu talento e vocação.
Discorra, dando a oportunidade de sabermos minúcias a respeito dessas duas montagens para os leitores dessa sua Entrevista NECESSÁRIA: Documento Cultural.
Thelmo FERNANDES – Estes dois espetáculos representam pra mim a tradução perfeita do ditado “o que é do homem o bicho não come”.
Tanto em Gota quanto na Arte a princípio eu não faria os espetáculos. Acabei fazendo e os dois foram fundamentais em minha carreira.
“Gota D’água” – este espetáculo é um divisor de águas em minha carreira. Eu não estava escalado. João Fonseca, diretor do espetáculo e meu querido amigo, me chamou alguns meses antes para ajudá-lo em uma leitura com o elenco que faria o espetáculo. Eu li na época o personagem “Egeu”. Todos gostaram muito de minha leitura e acabei sendo convidado para fazer parte do elenco. Topei fazer, mas no meu íntimo sempre tive o sonho de fazer “Creonte”, meu personagem preferido neste texto.
Qual não foi minha surpresa quando meses depois João me liga para falar do início dos ensaios e me pergunta: “está pronto pra fazer Creonte?”. Quase caí pra trás, topei na hora.
O ator escalado não iria poder fazer e acabou sendo um marco em minha carreira. Coincidiu com o nascimento de meu filho João, quando estreei o espetáculo ele tinha meses de idade e, na mesma época, estava fazendo um longa chamado “Feliz Natal”, primeira direção de Selton Mello – trabalho que me alimentou muito em todos os sentidos e que me ajudou demais em minha trajetória como ator. “Creonte” me rendeu 4 indicações a prêmios(SHELL, CONTIGO, APTR e QUALIDADE BRASIL). Ganhei o Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante pela APTR e Melhor Ator de Musical pelo Qualidade Brasil.
“Creonte”
Com Lucci Ferreira em “Gota D`água”
“A Arte da Comédia” possui uma trajetória parecida.
Em 2012 eu estava gravando a mini série “José do Egito” na Record e fui convidado para fazer o espetáculo “Jacintha” com Andrea Beltrão e direção de Aderbal Freire Filho.
Comecei a ensaiar o espetáculo normalmente. Durante os ensaios Sérgio Modena, querido amigo e diretor de “A Arte da Comédia” me ligou me convidando para fazer um espetáculo que era minha cara e que ele não via outro ator fazendo. Com dor no coração disse que não poderia pois já estava comprometido com “Jacintha” e nem quis ler o texto. Porém, um mês depois mais ou menos – a gravação da série atrasou e haveria uma viagem de 10 dias para o Deserto do Atacama no chile que coincidiria exatamente com a estreia do espetáculo. Resultado: tive que sair de “Jacintha”.
Fiquei super chateado, mas aí, alguns dias depois resolvi ligar para o Serginho, vai que ele não tinha chamado ninguém ainda pro papel. Liguei e na mesma hora ele me disse que não havia chamado e me enviou o texto. Li e fiquei completamente enlouquecido pela história e pelo personagem.
Era um elenco fantástico e eu tinha uma cena imensa e deliciosa com um de meus ídolos, Ricardo Blat, um monstro.
Eu e Ricardo fomos indicados ao SHELL, CESGRANRIO e APCA, não levamos nenhum.. rsrsr.
Fui indicado e vencedor do PRÊMIO FITA de Melhor Ator dividindo a premiação com meu querido amigo Bruno Mazzeo.
“A Arte Da Comédia”
“A Arte Da Comédia”
Francis FACHETTI – No transpor de linguagens – onde interpretações precisam ser através de outro viés -, quem é Thelmo Fernandes na teledramaturgia?
Exemplifique falando de dois trabalhos: “Cilada”; você me disse que foi seu primeiro trabalho de destaque na tv, conte tudo!
“Rock Story”, poucos devem saber desse trabalho com direção de Denis Carvalho.
Thelmo FERNANDES – Interessante sua pergunta.
Sinceramente não vejo diferença na interpretação de teatro para o audiovisual. Tudo vai depender da proposta do trabalho – seja pra qual veículo for.
Tony Ramos por exemplo, um de meus ídolos, possui algumas interpretaçãoes absolutamente “teatrais” em projetos de teledramaturgia que são simplesmente geniais.
Me considero um ator que tem uma certa facilidade de adequação ao trabalho que estou servindo seja qual for o veículo. Se este pede uma interpretação mais contida, vamos dosar, se pede uma interpretação mais expansiva a gente faz.. É por aí.
“Cilada”é um dos trabalhos mais especiais da minha carreira.
Foi meu primeiro personagem grande para a TV. “Gerson” foi escrito especialmente para mim pelo Bruno Mazzeo, querido amigo e parceiro. Um personagem delicioso totalmente sem noção que fala barbaridades, mas é extremamente amigo. Com humor pulsando na veia.
“Cilada” marcou época com 6 temporadas de sucesso.
Retomamos agora pelo Globoplay com mais duas temporadas, aproximadamente 10 anos depois com o mesmo sucesso e mesmo frescor.
Com Felipe Jofilly – diretor -, e Bruno Mazzeo em:
“Cilada”
“Rock Story” foi minha primeira novela com um personagem fixo do início ao fim na Globo.
“Nelson” era um pai de família amoroso e dedicado e cantava em uma churrascaria. Um boa praça típico e emocionado. Era casado com “Edite” (Viviane Araújo) e pai de “Tom” (João Vitor Silva) e “Vanessa” (Lorena Comparato) e melhor amigo de “Gui Santiago” (Vladimir Brichta).
Um elencaço, uma história deliciosa com direção do Dênis que simplesmente sabe tudo de televisão.
“Nelson” fez bastante sucesso com o público por sua característica popular e amorosa. Um trabalho inesquecível.
Com Viviane Araújo em:
“Rock Story”
Francis FACHETTI – O “nosso” talentoso Operário Das Artes no Streming/Séries.
Explane para nós o desenredar das Séries; destrinche-as:
– “Fim” – direção de Andrucha Waddinton e Daniela Thomas;
Thelmo FERNANDES – “FIM” é um trabalho que vai me marcar pra sempre.
O livro de autoria da Fernanda Torres já era um primor e adaptação, não ficou atrás. Não só pelo personagem incrível que era o “Álvaro”, mas por tudo que envolveu: 4 décadas retratadas em uma série de 10 episódios com os mesmos atores; mais de 250 locações; o trabalho de caracterização mais impressionante de minha carreira.
A parceria com atores e atrizes incríveis onde conseguimos uma sintonia impecável. Uma equipe fantástica. A história de 5 amigos e suas relações que vão se deteriorando com o passar do tempo e um olhar profundo sobre a finitude. Não há como o espectador não identificar a si ou a alguém que ele conheça nestes personagens. “FIM” é um trabalho irrepreensível.
Mais uma parceria com Andrucha e meu primeiro trabalho com a maravihosa e querida Daniela Thomas.
“Fim”
Com Emílio Dantas em:
“Fim”
“Fim”
Nos Bastidores com Debora Falabella na Série “Fim”.
– “Todo Dia a Mesma Noite” – direção de Julia Rezende e Carol Minnem;
Thelmo FERNANDES – Quando li pela primeira vez o roteiro de “Todo dia a mesma Noite” tive a certeza que “Pedro Leal” seria um dos personagens mais desafiadores e especiais da minha carreira.
A história por si só já pedia uma entrega imensa de todos os envolvidos e, quando digo todos, incluo aí toda equipe.
Era fundamental e necessária uma quantidade imensa de união, afeto e empatia neste trabalho e creio que foi fundamental para o êxito o olhar feminino da direção tanto da Julia quanto da Carol. Elas nos deixaram muito seguros desde o início do que pretendiam e como seria a abordagem do trabalho.
Tivemos uma preparação perfeita ao meu ver feita por Helena Varvaki que focou na união e história das famílias destroçadas pelo incêndio da KISS.
No meu caso Debora Lamm(Sil), Mafê Medeiros(Juliana) e Manu Morelli(Mari) que faz a minha filha que morre em decorrência do incêndio. Trabalhamos as relações desta família antes e depois da tragédia e o resultado, a meu ver, aparece claramente na série.
Um elenco impecável, colegas incríveis, uma equipe fantástica. Destaco duas cenas que me marcaram muito na série: no episódio 2 quando reconheço o corpo de minha filha no ginásio e no episódio 5 no discurso emocionado que faço no tribunal.
“Todo Dia a Mesma Noite”
Com Débora Lamm em:
“Todo Dia a Mesma Noite”
– “Arcanjo Renegado”: Segunda e a Terceira temporada;
Thelmo FERNANDES – Arcanjo é um trabalho poderoso.
Mais uma parceria com José Jr, querido amigo e o Afroreagge, um personagem controverso e muito interessante.
Faço “Bispo Cristovão”, um bispo evangélico pentecostal ligado à milícia, um dos males que assolam o estado do Rio de Janeiro. Aliás, este é o grande diferencial da série: mostrar de forma concreta e crua os bastidores da política corrompida de nosso estado.
Cristovão é um personagem que acredita na sua fé e no sua vocação religiosa mas, ao mesmo tempo, extremamente poderoso que vai usar de todos os meios para manter este poder sejam eles quais forem.
Tenho imenso orgulho deste trabalho.
A terceira temporada será lançada em outubro deste ano.
“Arcanjo Renegado”
“Arcanjo Renegado”
– “Cosme e Damião – Quase Santos” – com lançamento previsto para 2025;
Thelmo FERNANDES – Minha primeira parceria com o Porta dos Fundos.
Foi muito bom voltar ao humor após alguns trabalhos densos e bem dramáticos.
Cosme e Damião são respectivamente Cesar Maracujá e Rafael Portugal, dois irmãos que vendem balas na rua e se metem em várias confusões.
Eu faço “Pardal”, uma espécie de “xerife” da rua, que se acha um profundo conhecedor de métodos policiais de investigação e vigilância, hilário.
O elenco é recheado de comediantes fantásticos e a série está muito divertida. Tenho certeza que todos vão curtir.
Todo Elenco de “Cosme e Damião Quase Santos”
Francis FACHETTI – Importantíssimo sabermos no universo da cinematografia dos seguintes filmes que tarimbou seu fluir agora, de ator; discorra o que puder e for necessário dos filmes:
– “Sob Pressão”;
Thelmo FERNANDES – Este foi o longa que deu origem à série de grande sucesso que teve 5 temporadas.
Neste filme, assim como na série, interpreto “Capitão Botelho”, um Capitão da PM do RJ.
No longa está havendo uma guerra de traficantes próximo ao hospital do Dr. Evandro(Julio Andrade).
Botelho chega em uma viatura com seu policial e o chefe do tráfico do morro, ambos baleados e há um conflito entre Evandro e Botelho sobre quem deveria ser atendido primeiro.
Com Júlio Andrade, Stephan Necessian, Andréa Beltrão, Marjorie Estiano e Pablo Sanábio em:
“Sob Pressão”
Botelho acha que tem que ser o policial, já que o outro é bandido e Evandro acha que deve ser o que está mais grave – no caso o chefe do tráfico.
Esta foi uma discussão muito interessante na época entre a ética médica e a ética policial. Direção de Andrucha Waddington.
Este filme me rendeu uma indicação ao Redentor de Melhor Ator Coadjuvante no Festival do Rio.
– “Tropa De Elite”;
Thelmo FERNANDES – Este filme dispensa apresentações.
Um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro com repercussão mundial.
Meu personagem era “Sargento Alves”, uma participação pequena e marcante.
Direção de José Padilha.
– “Ainda Estou Aqui”;
Thelmo FERNANDES – Um sonho se concretizou pra mim neste trabalho.
Atuar sob a direção de Walther Salles.
Um trabalho delicado e primoroso em cima da história de Eunice (Fernanda Torres) – viúva de Rubens Paiva (Selton Mello), torturado e assassinado durante a ditadura militar, e sua luta para saber a verdade sobre este crime.
Trata-se de uma adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva.
Tenho certeza que será um filme inesquecível para todos. Meu personagem é o advogado “Lino Machado”.
– “Abraço de Mãe”;
Thelmo FERNANDES – Um filme de terror sob direção de Cristian Ponce, diretor argentino e roteiro de André “Gatsby” Pereira, querido amigo.
O filme trata da história de Ana (Marjorie Estiano), soldado do Corpo de Bombeiros.
Meu personagem é o Coronel do quartel onde ela é viculada.
Com o Roteirista André Pereira em:
“Abraço De Mãe”
– “Vitória”;
Thelmo FERNANDES – Filme que conta a história real de uma aposentada que desmontou uma quadrilha de traficantes em Copacabana interpretada pela maravilhosa Fernanda Montenegro. Primeira vez que contracenei com ela, impossível descrever a emoção.
A direção foi de Andrucha Waddington que “herdou” a direção após o falecimento súbito de Breno Silveira.
Meu personagem é “Osvaldo”, síndico do prédio onde morava a personagem de Fernanda.
Com Fernanda Montenegro em:
“Vitória”
– “O Deserto De Luiza”;
Thelmo FERNANDES – Um filme extremamente delicado e um roteiro impactante.
A história de uma menina adolescente Luiza (Nina Prado) que precisa lidar não só com questões normais de sua idade mas também com o processo de esquisofrenia de sua mãe (Daniela Fontan) e os conflitos desta com o pai, Arnaldo (André Luiz Miranda).
Meu personagem é “Pedro”, tio e padrinho de Nina.
A direção é de Alan Minas, querido amigo que formei neste projeto. Tenho certeza que será um filme lindo e comovente.
“O Deserto De Luiza”
Francis FACHETTI – Para terminar com chave de diamante, coloque o que versava em sua consistência – junto com suas considerações -, as carpintarias das jóias do palco nos seguintes espetáculos teatrais:
– “A Ópera Do Malandro”, que é oriunda do texto reluzente de Bertold Brecht: “A Ópera Dos Três Vinténs” – participei dessas duas montagens em Brasília na época que estava me formando como ator na Faculdade Dulcina De Moraes.
Você fez a personagem “Geni” – curioso para saber de seu desempenho. Conte nesse Documento Cultural quem é “Geni” e como a construiu; que desafio!!!
Thelmo FERNANDES – Geni talvez seja um dos personagens mais marcantes e apaixonantes de nossa dramaturgia.
O maior desafio pra mim nesta montagem é que não houve tempo para construção da personagem.
Eu fui convidado para o espetáculo dois dias antes da estreia em virtude de um problema sério de saúde de Sandro Christopher, o ator que interpretava.
Foi a maior loucura de minha carreira, um personagem deste quilate em tão pouco tempo – mas tudo conspirou pra dar certo. Desde o tempo que eu dispunha para me dedicar até o figurino que coube todo como se tivesse sido feito pra mim. E ter o prazer de cantar o solo icônico de “Geni e o Zeppelin” de Chico Buarque e ser ovacionado pela plateia não tinha preço.
Tive uma crítica maravilhosa de Barbara Heliodora e, o mais lindo, recebi uma semana depois da estreia um buquê de flores de Bibi Ferreira com um cartão que dizia: “Parabéns pelo trabalho lindo e delicado de Geni”.
Só isso já valeu a pena. Em tempo, Sandro ficou bem de saúde e depois passamos a dividir o papel em toda temporada.
“Ópera Do Malandro”
Cartão de Bibi Ferreira em:
“A Ópera Do Malandro”
“Geni”
“Ópera Do Malandro”
“Geni”
– “Tom e Vinícius – O Musical”, dirigido pelo brilhante Daniel Herz. Você me disse: “Personagem muito importante na minha carreira”; esmiúce isso para nós.
Thelmo FERNANDES – Interpretar “Vinicius de Moraes” por si só já seria importantíssimo para qualquer ator, mas na época teve uma dimensão imensa, pois, seria a primeira vez que dois atores interpretariam a dupla em cena num musical autobiográfico.
Coube a mim e ao meu amigo querido Marcelo Serrado, que interpretava Tom Jobim.
Um trabalho árduo, o texto foi sendo desenvolvido durante os ensaios por Daniela Pereira de Carvalho e Eucanãa Ferraz.
A direção delicada e amorosa de Daniel Herz, querido amigo e direção musical de Josimar Carneiro.
Formei muitas amizades neste processo: Joana Motta e Marcio Tinoco estão entre elas.
Impressionante como Vinicius afetou a vida das pessoas, ouvi histórias fantásticas e emocionantes.
Me aproximei muito das filhas de Vinicius na época: Suzana, Luciana, Georgiana e Maria. Nunca é demais agradecer pelo imenso carinho que tiveram comigo neste trabalho.
“Tom E Vinícius”
Com Guilhermina Guinle em:
“Tom E Vinícius”
Com Marcelo Serrado em:
“Tom E Vinícius”
– “O Beijo No Asfalto – O Musical”;
Thelmo FERNANDES – De todos os personagens de Nelson Rodrigues que amo – sempre houve um em especial que abriria a mão de tudo para poder fazer: Amado Ribeiro de “O Beijo no Asfalto”; e a oportunidade surgiu com este espetáculo.
Quando João me convidou topei imediatamente apesar das dúvidas de como seria esta adaptação para musical e estas se dissiparm imediatamente quando conheci a trilha composta por Claudio Lins e o bom gosto que se desenhava para a montagem com as músicas servindo de apoio para abrilhantar mais ainda o, na minha opinião, melhor texto de Nelson.
A montagem foi um sucesso e me rendeu uma indicação ao Prêmio Cesgranrio como Melhor Ator de Musical.
No elenco além de mim e do Claudinho (Arandir) havia Layla Garin (Selminha), Claudio Tovar (Cunha), Gracindo Jr (Aprígio) entre outros queridos amigos.
A direção foi de João Fonseca.
“O Beijo No Asfalto”
– “Dignidade” – onde ganhou o prêmio de melhor ator pela APTR;
Thelmo FERNANDES – “Dignidade” tem um sabor muito especial, não só pelo prêmio, mas por vários outros motivos: meu primeiro trabalho com o Daniel; já nos namorávamos há um tempo para fazermos algo juntos e o começo não poderia ser melhor; retomar depois de quase 30 anos a parceria com o grande ator e meu querido amigo Claudio Gabriel, que bola redonda a gente batia em cena.
Mais uma produção minha em conjuto com a Diálogo da Arte em que uma das sócias é minha companheira e meu amor Renata Blasi. Dignidade é um texto do espanhol Ignasi Vidal que fala sobre política, ética e amizade.
“Francisco”, meu personagem, é um candidato à presidência da república que, ao descobrir uma inevitabilidade em seu destino, decide colocar em pratos limpos sua relação com seu melhor amigo e assessor político “Alex”, personagem do Claudinho e o texto é brilhante ao enredar estes dois personagens em várias situações que vão surgindo e se desenrolando até o desfecho surpreendente.
Calhou de o processo de ensaios ser junto com a última campanha para presidência da República em que felizmente o fedor fascista saiu do poder. E essa era uma das coisas mais prazerosas deste processo.
Tínhamos 4 horas de ensaio por dia e pelo menos uma hora era ocupada com discussões e ponderações sobre nosso momento político. Isso tudo serviu de alimento para nosso trabalho.
Uma direção primorosa de Daniel Dias da Silva e uma única temporada, por enquanto, no teatro de Arena do SESC Copacabana.
Prêmio APTR com:
“Dignidade”
“Dignidade” em cena com:
Claudio Gabriel
– “A Falecida”;
Thelmo FERNANDES – Eu brinco que “Tuninho”, meu personagem em “A Falecida”, é o papel da minha vida – primeiro porque assim como ele sou Vascaíno de coração, mas também porque é a 3ª vez que sou convidado para fazer este personagem e finalmente pude aceitar.
Um personagem da prateleira de cima de Nelson que me permite experimentar várias nuances.
Amo fazer “Tuninho”. Um texto fascinante e incrivelmente atual. Uma peça que fala da impotência de um casal em se comunicar e de ascender socialmente, tanto que Zulmira, interpretada brilhantemente por Camila Morgado, atriz e amiga maravilhosa, só consegue pensar na morte como redenção.
Um montagem de extremo bom gosto e super criativa, já fizemos temporadas de sucesso no Rio e em SP e a peça ainda vai rolar por muito tempo.
Estou em excelente companhia neste trabalho, além de Camila, Stella Freitas, Alcemar Vieira, Guga Wabner, Thiago Marinho e Alan Ribeiro.
Direção do meu amado Sergio Modena.
“A Falecida”
– “Diário Do Farol – Uma Peça Sobre a Maldade”;
Thelmo FERNANDES – O trabalho de minha vida.
Já fiz coisas incríveis e maravilhosas em minha carreira, mas, o primeiro monólogo nunca se esquece – ainda mais com a profundidade e densidade deste espetáculo adaptado do romance brilhante de João Ubaldo Ribeiro.
Em 2017 encontrei Fernando, diretor do espetáculo, em uma festa e comentei com ele meu desejo de fazer um monólogo. Me sentia seguro e maduro como ator para encarar esta empreitada. Fernando então me disse que havia recebido de Domingos Oliveira o livro Diário do Farol, de João Ubaldo, com a seguinte recomendação: “faça deste livro um espetáculo, esta será UMA PEÇA SOBRE A MALDADE”.
Daí surgiu o sub título do espetáculo, não só como uma homenagem à Domingos, mas também por ser a mais pura verdade.
Em 2019 estreamos no SESC Mezanino de Copacabana.
“Diário do Farol” é a história de um homem que conta sua trajetória de atrocidades por vaidade e de como ele alcançou seus objetivos sendo absolutamente “normal”, ou seja, alguém que poderia estar ao seu lado na sala de espera de um consultório, no banco da praça ou simplesmente caminhando ao seu lado.
Foi minha primeira produção junto com a Diálogo e Renata, minha primeira parceria com Fernando que, além da direção, se debruçou junto comigo na adaptação.
Foi um processo de trabalho MARAVILHOSO. Um trabalho que construímos pensando nos detalhes e filigranas. Nosso objetivo com este espetáculo sempre foi fazer o público refletir sobre o Mundo em que vivemos e em seu lugar neste Mundo.
Tenho imenso orgulho do resultado que obtivemos.
Recebi 3 indicações de Melhor Ator(APTR, CESGRANRIO e Botequim Cultural) e acabo de vir de uma temporada linda e de sucesso no teatro Poeira no RJ.
Em breve, estaremos de volta.
Direção impecável de Fernando Philbert.
“Diário Do Farol”
“Diário Do Farol”
Francis FACHETTI – Todos os espetáculos eu tive a felicidade de assisti-los e fazer críticas ou comentários críticos e divulguei muito – são verdadeiras jóias raras da cena teatral.
Simplesmente:
THELMO FERNANDES