(Sucinta crítica teatral de um NECESSÁRIO trabalho).
A partir da obra-prima épica Shakesperiana, de linguagem hermética e espectral, o dramaturgo e poeta Mauricio Witczak, destrincha uma imersão profunda/íntima/parental, de um assombroso amor vingativo e de libertação para os personagens, e até para o próprio Witczak.
MAURÍCIO WITCZAK calcado em sua escrita poética e pujante, apodera-se com ousadia, desse universo de respeito mundial dramatúrgico, e nos presenteia com seu olhar de verborragia depurada, dignificando à abundância desse texto que nos atravessa.
FILHO DO PAI tem direção de Clarissa Kahane e assistência de Rose Lima, em simplicidade precisa e assertiva ao dirigir ANTONIO PITANGA, com seus tantos anos e talento dedicados às artes, e NANDO CUNHA, ambos buscando um caminho de amadurecimento em suas interpretações, embrenhados nessa árdua tarefa.
Uma sensível direção musical de ISABELA VICARPI, atenta ao pulsar da encenação.
Elegantíssimos figurinos de DESIRÉE BASTOS, que também assina o cenário conectado com o todo cênico.
Vale muito, e deve-se destacar o desfiar esmiuçado e de grande beleza na iluminação do mestre AURÉLIO DE SIMONI, dando suporte imprescindível ao denso texto de WITCZAK. Total amalgar da luz com a dramaturgia. Bravo!
FILHO DO PAI é um espetáculo de metalinguagem singular, com um caminho lindo de vida e amadurecimento cênico de crescente pulsação teatral.
Espetáculo NECESSÁRIO.