Entrevista NECESSÁRIA: Roberto Lobo – Ator.

Apresentaremos nessa investida das – Entrevistas NECESSÁRIAS – o trabalho de cunho atoral, dentro da viagem literária e midiática, de um artista/ator, que fez inúmeras incursões – pequenas, médias e grandes – numa carreira que amealhou respeito, competência e admiração profissional e pessoal.

O entrevistado da vez, semeou e colheu uma muito bem produtiva empreitada com vídeos publicitários e intitucionais, rendendo belos frutos.

Trabalhou com o aurífero da cena teatral: Aderbal Freire Filho.

Esteve em cena com obras-primas como: “Bruxas de Salém”; “The Play”; “Medéia”; “Édipo Unplugged”; “Escravas do Amor” e “Pressa”, dentre muitas outras obras.

Sua estreia nas telonas aconteceu no filme: “Não vamos Pagar”, com direção de João Fonseca.

Ingressou na Cia. Os Fodidos Privilegiados – com um legado inenarrável para nossa cultura, no aporte do emblemático Antônio Abujamra e simultâneamente com o mestre João Fonseca.

Acabou de filmar, para o formato pandêmico, em exibição no You Tube: “Édipo Unplugged”.

Vamo saber agora as veredas desse prolífero:

Homem, Artista e Ator: 

Roberto Lobo. 

 

Roberto Lobo em cena em “Édipo Unplugeerd”.

Segundo Roberto Lobo esse anfiteatro foi onde ele foi contaminado com o vírus do teatro, em 1979.

Entrando na – Entrevista NECESSÁRIA – com Roberto Lobo:


F.Fachetti – Nos conte sobre o espetáculo que recebeu prêmios no teatro, em 1988. Desenvolva um pouco sobre a direção. Nesse mesmo ano deslanchou nas publicidades, que te oportunizaram produzir seu próprio espetáculo e esteve em cena na montagem histórica de “Maria Stuart”, com alunos da EAD.
Clareie para nós esses três acontecimentos marcantes na sua carreira.


Roberto Lobo O grande barato de fazer um curso de teatro, seja de nível superior como o CAC (Centro de Artes Cênicas) ou técnico como a EAD (Escola de Arte Dramática), numa escola como a ECA (Escola de Comunicações e Artes), e ainda por cima numa universidade como a USP, é interagir com alunos e professores de outras áreas irmãs. Na ECA, além da faculdade de Comunicação, tínhamos cursos de Cinema, Rádio e TV, Artes Plásticas, Propaganda e Marketing… além de dois cursos de teatro funcionando no mesmo famoso Bloco C: a faculdade de manhã e o curso técnico à noite.
Neste Bloco, de tarde, os alunos dos dois cursos se encontravam, ou porque tinham ficado desde de manhã para fazer trabalhos escolares, ensaios, etc, ou, pelos mesmos motivos, alunos da noite chegavam mais cedo.
Tive o privilégio de em 1987 – ser aprovado no memorável exame público da EAD, já cursando a faculdade de manhã. Neste ano vivi no Bloco C, chegava às 7:30h e saía às 23:00hs. Tive, portanto, a possibilidade de interagir bastante com alunos de ambos os cursos. Aguentei a puxada até 1988, mas acabei desistindo da faculdade, pois não estava conseguindo me dedicar aos dois cursos satisfatoriamente.
Antes, porém, ainda em 1988, numa atividade extra curricular da faculdade (não satisfeito com os dois outros turnos, ainda me arvorava a aceitar trabalhos vespertinos! Rsrs), fui convidado por meu colega e amigo Leonardo Medeiros – grande ator e diretor pouco explorado, mas não menor – e pela colega Beatriz Bolonha a participar de uma montagem de “O Rufião” (The Ruffian on the Stair), de Joe Orton, tradução deles mesmos, ambos formados em inglês.

Espetáculo: “O Rufião”, de Joe Orton. Direção: Leonardo Medeiros – ECA/USP. Na foto com Beatriz Bolonha.

Léo dirigiu; eu, Bia e Arthur compúnhamos o elenco. Eu, aos 23 anos, o único com idade próxima a do personagem, os outros, licença estudantil, deveriam ser mais velhos.
Meu personagem era um garoto cínico que queria infernizar a vida do casal, pois o marido tinha atropelado (se não me falha a memória) e matado seu irmão mais velho.
Com esse personagem ganhei os prêmios de melhor ator do Festival de Teatro Amador do Sesc e do Festival de Teatro Amador da Cidade de São Paulo. Muito tenho a agradecer ao Léo e a meus colegas de cena!
Por conta do primeiro prêmio, fui convidado pessoalmente pelo mestre Antunes Filho a integrar sua companhia no CPT, mas já estava com outros planos, com outra Cia, e polidamente recusei. Se fiz certo? Nunca saberei!
Outra experiência marcante daquela época foi participar da montagem de Maria Stuart pela EAD, com direção de Iacov Hillel. A Escola decidiu, naquele ano, realizar uma grande montagem, envolvendo alunos de todos os três anos (em geral, as monatagens curriculares eram semestrais, a partir do segundo ano, e produzidas dentro da própria turma, que se dividia em duas ou três produções).

Espetáculo: “Maria Stuart”.



F.Fachetti – Fale a respeito do espetáculo: “Maria Stuart”, de Friedrich Schiller. Direção: Iacov Hillel. Na foto com Maria Clara (Rainha Elizabeth). Escola de Arte dramática, USP.


Roberto Lobo Alguns alunos do terceiro e último ano fariam os personagens principais, alguns do segundo ano, coadjuvantes, e alguns do primeiro, participações pontuais. Eu estava no segundo ano e dividi o personagem Mortimer com meu colega Gustavo Bayer.
Para uma peça de escola era um espetáculo grandioso e de ótimo nível! Os figurinos eram chiquérrimos (o guarda roupa da EAD era uma coqueluche!), e o cenário era uma tabuleiro de xadrez, em que cada personagem se movimentava de acordo com uma peça. Estritamente! As rainhas, claro, tinham a liberdade das damas. Meu personagem se deslocava em L, como o cavalo.
Tenho a lembrança marcante das grandes interpretações de Maria Clara (Elizabeth), Valéria Lauand (Maria Stuart) e Zemanuel Piñero (Burghley), além da brilhante direção do Iacov, e testemunhei, risco a risco, seu tremendo poder de corte, transformando um texto de 3 kg de papel num espetáculo enxuto e claro de 100 minutos.
Paralelamente à escola e ao teatro, iniciei minha curta carreira publicitária. Entre 1987 e 1997, fiz muita campanha na TV em São Paulo, iniciada pelo biscoito Tostitas! O que foi muito bom financeiramente, um aprendizado no que se refere ao trabalho diante das câmeras e aos bastidores por trás delas, e um afago traiçoeiro no ego, que iria se acentuar mais tarde, no Rio, com as primeiras participações na TV Globo.



F.Fachetti – A publicidade sempre permeou sua vida. Era por prazer, dinheiro, paixão pela mídia? Conte-nos os porquês.
Paralelo vinha a teledramaturgia, que continua a te coroar em várias atuações; os “médicos” te escolheram?
Conte sobre sua estreia no cinema com: “Não vamos Pagar Nada”.


Roberto Lobo Quando comecei a trabalhar em TV, inicialmnte em comerciais, a recompensa financeira foi um grande atrativo.
No início, entre 1987 e 1990, fazia tanto teste que, ainda morando com meus pais, a soma dos cachês-teste muitas vezes me segurava a semana. Quando pintava um comercial, então, era a glória!
Mesmo depois de voltar do México, em 1994, já pagando meu aluguel, sobrevivi muito mais dos comerciais do que através do teatro. A ponto de formar um pé-de-meia suficiente para produzir do bolso, em 1997, um monólogo como auto-presente, estreado em 14 de março daquele ano.

“Eu sou a Revolução”, monólogo que produziu com recursos próprios. Autor e diretor Marinho Piacentini. Na foto Napoleão.


Além disso, claro, o reconhecimento era muito maior por alguns segundos na TV do que em horas de palco. Uma vitaminada na vaidade evidente, como citei anteriormente.
Também devo acrescentar que, apesar da produção de um comercial acontecer no ritmo frenético, próprio do meio e muito raramente exigir a composição de um personagem, ou mesmo de um profissional, como na maioria das minhas participações em teledramarturgia, algum aprendizado pude absorver no trabalho diante das câmeras.
Essas participações em teledramartugia, que se iniciaram em 1998 quando me mudei para o Rio, massissamente na TV Globo, com algumas participações na Record e em produções de produtoras à parte dos canais abertos, se restringiram, em sua grande maioria, ao exercício de uma profissão. Raras foram as vezes em que, mesmo pequenos, fiz personagens que não fossem um médico, um advogado, um corretor ou algum outro profissional liberal.


Uma de suas participações na TV como médico.


Com o diretor José Villamarim em “Torre de Babel”, de Silvio de Abreu.


Primeira participação na TV Record – “Milagre de Jesus”, 2014.


Especialmente médicos! Ao menos uns 15 em novelas da Globo, nesses 21 anos (faço contas até 2019, dali pra cá, pandemia). O curioso é que tive muita vontade de ser médico. Em 1982 cheguei a ser aprovado no saudoso Cesgranrio para a faculdade de medicina da UERJ. Cursei uma semana, mas resolvi fazer física, pois também tinha sido aprovado na PUC-RIO (era bom aluno! Rsrs). Brinco que tenho CRM pelo Projac!
Mas depois desses anos todos de participações em TV, amargurado por nunca ter feito uma participação decente na telona (minha pseudo estreia foi – acredite – uma participação, na verdade uma figuração de luxo, em “Chatô, o Rei do Brasil”!), fui finalmente convidado por meu querido amigo e diretor João Fonseca, que também estreava por trás das câmeras de um longa, a participar, em 2019, do filme “Não Vamos Pagar Nada”, em que faço duas cenas, como dono de um supermercado, iniciando e fechando a trama do filme.


Frame do filme “Não Vamos Pagar nada”, baseado em Dario Fo. Direção: João Fonseca, 2019. Na foto com Criolo e Paulo Serra.



F.Fachetti – Trabalhou no México por 3 anos com um grupo.
Como era o espetáculo – “Comala” – e a direção de Marinho Piacentini, com quem você tanto trabalhou? Como foram as apresentações pelos inúmeros lugares em que vocês passaram com esse trabalho?


Roberto Lobo Primeiro, voltemos ao teatro.
1988, quando participei da montagem de Maria Stuart, eu e mais três colegas, Zemauel Piñero, Zernesto Pessoa e Jarbas de Oliveira, formamos uma grande parceria extra palco, na organização da produção, que resultou em uma grande amizade. Dessa parceria, convidando mais dois grandes amigos, Fernanda Haucke e Sérgio Siviero, propusemos a formação de um grupo, ainda dentro da EAD, mesmo contando com alunos de anos diferentes, eu Zernesto e Sérgio do segundo ano, e os outros três do terceiro. Ainda que fora dos padrões da escola, que eram montagens dentro de uma mesma turma, aprovaram nossa sugestão.
Quase um Pirandello! Tínhamos um grupo de seis intergantes e partimos à procura de um projeto e de um diretor.
Naquele semestre, um ilustre desconhecido para nós havia apresentado uma proposta à escola de montar “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, do Arrabal. Era um texto que nos interessava e marcamos uma reunião com o proponente, Marinho Piacentini.


Espetáculo: “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, de Fernando Arrabal. Direção: Marinho Piacentini. EAD/USP. Roberto Lobo como o Arquiteto, em cena com Zemanuel Piñero..


Ele definira no projeto um elenco com mais mulheres (éramos cinco homens e uma mulher), mas nós retrucamos, dizendo que só fecharíamos acordo se ele adaptasse o que tinha em mente para o nosso grupo.
Nossa identificação recíproca foi tamanha que ele nem pestanejou, fechamos nosso projeto, estreado em 1989, que teve uma ótima resposta de público e crítica (crítica essa ainda dentro dos âmbitos acadêmicos).
Por coincidência, durante o período de ensaios, fiz um workshop com o mestre Klauss Vianna, que tinha feito a preparação corporal do José Wilker na montagem antológica desse texto com Rubens Corrêa, dirigidos por Ivan de Albuquerque. Tivemos uma breve amizade, que me proporcionou a honra de que ele assistisse a nossa estréia.
Essa montagem nos empolgou!
Marinho era um diretor de teatro bissexto. Havia participado da montagem de Morte e Vida Severina, do TUCA/SP, que foi para a França, dos movimentos de resistência à ditadura, dirigiu e atuou em várias montagens experimentais nos anos 70. Esteve, inclusive, num estágio de imersão com o ícone Jerzy Grotowski. Depois, deu cordas à espiritualidade. Foi para a Índia, esteve em Pune, na comunidade do Bhagwan Rajneesh (Osho), a quem conheceu pessoalmente e recebeu dele o nome de Somesh.
De volta ao Brasil montou uma comunidade alternativa onde trabalhou várias técnicas de meditação ativa aprendidas na Índia.
Menciono isso porque a companhia que formamos trabalhava muito esse lado físico/espiritual para tentar alcançar algum resultado além da empatia direta entre espetáculo e platéia.
Resolvemos, com acréscimo de outros doidos, montar Marat/Sade, comme il faut. Elenco, coro, produção grandiosa, orçamento de um milhão de dólares (na época só se fazia orçamento em dólares por conta da hiperinflação). Mas sem ninguém conhecido da mídia!! Resultado? Meses de ensaio, um curta-metragem para captação, tudo bancado pelas terras da família do diretor, e burros afogados n’água! A ingenuidade tem preço!
Depois, com os remanescentes, partimos para um outro projeto: Marduk. A história da ocupação da Terra e desenvolvimento do Homo Sapiens por alienígenas. A idéia era vender o espetáculo para a América Latina, pois já nutríamos a concepção de um espetáculo não-verbal.
Mesmo com um produtor colombiano viajando pela América do Sul e Central tentando vender Marduk, por onde ele passava, sabendo que era direção do Marinho, só queriam saber de Comala, espetáculo que ele havia produzido e dirigido nos anos 70 e que tinha tido grande repercussão na Argentina, no Festival de Manizales da Colômbia e em outras partes do continente.
Com toda a sapiência do aprendizado espiritual de décadas, Marinho não teve dúvidas: querem Comala? Vamos dar-lhes Comala!


Sobre o espetáculo “Comala”.


Começamos a ensaiar “Comala”. Um espetáculo não-verbal, baseado na obra-prima do mexicano Juan Rulfo, cujas únicas palavras eram cantadas por Caetano Veloso na linda gravação de Asa Branca. Aí o grupo se compunha do diretor, do cenógrafo Vasco Costa, e de seis atores no elenco: eu, Zemanuel Piñero, Zernesto Pessoa, Fernanda Haucke, Mariana Lima e Dionísio Neto. Juntos dividíamos tudo o mais que uma produção teatral exige.
Então conseguimos vender o espetáculo para estrear em Assunção, Paraguai, e depois ir para a Colômbia.
Hicimos el estreno en Assunción y luego nos fuimos a Colombia.
Lá, o choque de realidade: tínhamos 7 cidades agendadas: Bogotá, Medellín, Cáli, Manizales, Pereira, Cartagena e Barranquilla.
Iniciamos em Bogotá com um retumbante fracasso! Claro! Ilustres desconhecidos. Peça não-verbal, hermética! Era plasticamente linda! Mas isso leva público? Leva nada!
Continuamos “nuestra gira” e fomos nos afundando financeiramente a cada cidade. Ao final dos compromissos estávamos devendo as calças e não tínhamos dinheiro nem para voltar para casa!
O elenco passou um mês em Cartagena, comendo uma refeição por dia, enquanto Marinho e o produtor local tentavam desatar os nós em Bogotá.
Finalmente houve um pseudo trato (o produtor colombiano não enxergou assim, mas enfim…) e por boa aventurança daquelas que amparam os persistentes, um produtor independente do México, que havia nos visto em Manizales, nos convidou para fazer uma temporada na Cidade do México.
Por conta de vistos e da premência do tempo, fomos eu, que tenho nacionalidade americana, e o Zemanuel, que tem a espanhola, na frente. Os brasileiros ficaram mais uns dias esperando o visto para o México na Colômbia.
Depois de três meses de Colômbia, chegamos ao México com 20 dólares, sem passagem de volta e sem conhecer nosso anfitrião, Héctor Fuentes!
Mas tudo deu certo. Héctor nos recebeu no aeroporto e depois de alguns dias chegaram os brasileiros.
Fizemos outra temporada fracassada no teatro dele (minúsculo! Hector era outro maluco, achando que poderia manter 8 pessoas em hotel fazendo espetáculos para uma platéia que não comportava 200 pessoas!)
Ao final de oito meses de temporada acumulamos uma dívida de 20k dólares. Mas existe essa certa providência que fez com que representantes de uma universidade da cidade de Colima, perto do Pacífico, nos vissem no teatrinho do Héctor e nos convidassem para fechar contrato como grupo oficial de teatro da Universidad de Colima.
Claro que aceitamos! Formou-se aí o TRUCO, Teatro Ritual de la Universidad de Colima.
Passamos dois anos em Colima onde, além de apresentar, em nome da universidade, nossa “Comala” por quase todo o México, ainda pudemos produzir, em 1993, um espetáculo em espanhol, baseado na história impressionante de Kaspar Hauser, chamado “La Bestia de Nuremberg”, em que tive o prazer de protagonizar.
Ao final de 1993, voltamos ao Brasil, chegamos a fazer curta temporada de “Comala” no TUCA, em São Paulo, mas logo essa querida companhia se desfez amistosamente.



F.Fachetti – Ingressou na Cia. Os Fodidos Privilegiados – com um legado inenarrável para nossa cultura. Conte-nos esse vultoso ingresso.


Cia. Os Fodidos Privilegiados.


Roberto Lobo De 1994, quando voltei ao Brasil, até 1997, estive em São Paulo, meio deslocado do mercado, pois, assim que formado pela EAD, viajei para o exterior e perdi contato com meus colegas de então.
Passei a fazer workshops, algumas incursões no teatro, voltei à publicidade e tive a experiência de lecionar e dirigir um grupo amador na cidade de Franca, SP.
Sentia-me estagnado. Resolvi, incentivado pelo colega Luciano Chirolli, produzir o espetáculo “Eu sou a revolução”, autoria e direção de Marinho Piacentini; um monólogo baseado em Marat/Sade, de Peter Weiss, em que interpretava seis personagens (olha Pirandello aí de novo!): Marat, Sade, Charlotte Corday, Napoleão, um arauto e o louco que encarnava todos os precedentes.
Sentia-me estagnado. Resolvi, incentivado pelo colega Luciano Chirolli, produzir o espetáculo “Eu sou a revolução”, autoria e direção de Marinho Piacentini; um monólogo baseado em Marat/Sade, de Peter Weiss, em que interpretava seis personagens (olha Pirandello aí de novo!): Marat, Sade, Charlotte Corday, Napoleão, um arauto e o louco que encarnava todos os precedentes.

“Monólogo “Eu sou a Revolução”, personagen Charlotte Corfay e Jean-Paul Marat.



Fizemos temporada em SP e apresentações no Rio e no interior de São Paulo, sem sucesso de público, mas com uma ótima crítica e matéria do reconhecido crítico do JT Alberto Guzik.
Decidido a dar uma guinada, mudei-me para o Rio de Janeiro em 1998, onde tenho família, tios e primos, também envolvidos com arte.
Paula Sandroni, minha prima irmã, logo me apresentou à Cia Os Fodidos Privilegiados, da qual foi fundadora. À época em que cheguei era dirigida por Antônio Abujamra, mas já com grande influência de João Fonseca, que juntos haviam dirigido “O Casamento”, grande sucesso do grupo.


Espetáculo: “O Casamento”.


“O Casamento”.

Espetáculo: “O Casamento”, de Nelson Rodrigue. Direção de Antônio Abujamra e João Fonseca.
Na foto ensaio com João para o Festival de Curitiba, 2012. Personagem Monsenhor Bernardo.



Já tinha feito um workshop com Abujamra há alguns anos em São Paulo e João havia visto meu exame público da EAD, quando fiz Calibã, da Tempestade, dez anos antes. E para minha alegria, fui aceito de imediato.
Por outra daquelas coincidências da vida, meu querido amigo e colega André Correa, sobrinho de Marinho Piacentini, e com quem havia trabalhado muito nos ensaios frustrados da companhia de São Paulo, estava voltando para SP após ter estreado O Casamento no personagem do Monsenhor Bernardo.
Era minha oportunidade. O grupo havia ensaiado o maravilhoso “Auto da Compadecida”, do Suassuna, que iria estrear no horário nobre, mas queriam preencher nossa casa, o Teatro Dulcina, com espetáculos de terça a domingo. Portanto, substituí André, às terças e quartas, em O Casamento, com aprovação de ambos diretores, Abujamra e João.
De então para hoje faço parte dessa amada família!




F.Fachetti – Trabalhou com o aurífero da cena teatral – Aderbal Freire Filho. Qual foi a peça teatral? Fale desse trabalho, o que foi a direção de Aderbal na carreira de Roberto Lobo?
Entrou no espetáculo “Company”, fazendo uma substituição. Diga como foi isso, num texto tão chancelado, de um dos grandes dramaturgos americanos – Steven Sondheim, na direção dos consagrados Charles Moeller e Claudio Botelho.


Roberto Lobo Por outra daquelas surpresas da vida, no ano seguinte ao ingresso nos Fodidos, fui chamado para fazer um espetáculo em SP, com direção do Rubens Rusche e com dois Antônios, o Petrim e o Galeão, e posteriormente Magali Biff.
“A Barca do Mortos”. Um espetáculo dificílimo, drama longo e pesado, bem escrito, com ironia, mas a realização era um parto a cada dia.
Eu me besuntava de argila no porão do Centro Cultural São Paulo em pleno inverno paulistano. Enfim…


Espetáculo: “A Barca dos Mortos”, de H. Mueller. Direção: Rubens Rusche, SP, 1999.



Na volta ao Rio, 2000, nossa companhia resolveu apostar em dois textos shakespearianos de pouca projeção: “Tímon de Atenas”, que nos rendeu até bons frutos, e “Tróilo e Créssida”, um fracasso retumbante! E estreamos ambos na mesma noite! Três horas de espetáculo, fora o intervalo! Loucuras de uma juventude já nem tão jovem! Rsrs.
Porém, essas maluquices me renderam dois convites: o primeiro através do meu primo irmão Dudu Sandroni, assistente e muito próximo do mestre Aderbal Freire-Filho, para compor o elenco do espetáculo “Luzes da Boemia”, que seria dirigido e estrelado pelo próprio Aderbal, com Ricardo Blat, Marcos Breda, Charles Paraventi, entre outros queridos no elenco.
Aceitei, evidentemente, mas o resultado ficou bem aquém do que esperava de mim. E creio que aquém do que a direção esperava também. Rsrs. Paciência!
Mas aproveitei o grande conhecimento sobre o ser humano e o teatro que o Aderbal nos propiciava a cada ensaio. Além da forte amizade que estabeleci na ocasião com Carmen Frenzel e com meu padrinho e ídolo Leonardo Netto.
No ano seguinte, creio que ainda na esteira dos malfadados Shakespeares, o segundo: fui convidado pelo Charles Möeller, amigo desde Santos do João Fonseca, a fazer uma substituição em Company, espetáculo de muito sucesso, cuja primeira temporada eles acabavam de encerrar, mas que iria voltar a fazer um mês no saudoso teatro Villa-Lobos, no Leme.
Eu não canto. Sou desafinadérrimo! E Company é um musical! Por que me convidariam para fazer essa substituição?
Charles me explicou: estavam em busca de um ator, mais do que de um cantor. Daniel Boaventura iria sair. Seu papel seria preenchido pelo querido Ricca Barros e eu substituiria o Ricca. Mas o personagem do Ricca tinha um solo!! No problems! Teatro é teatro: continuaria com ele.
Assim, pude participar de um musical sem ter a menor aptidão para o canto! Só compondo coro, com condencendência dos meus queridos colegas de palco.
Devo aqui agradecer também à maravilhosa Zaida Valentim, pianista da produção, que fez de tudo e mais um pouco para que eu pudesse me apresentar da melhor forma possível.



F.Fachetti – Gostaria que desvelasse a respeito de 4 obras-primas que você desenredou como ator: “Bruxas de Salém”; “Édipo Unplugged”; “Escravas do Amor”; “Pressa”.


Roberto Lobo Além dessas duas produções alheias aos Fodidos, tive o prazer e honra de participar de tantas outras aqui no Rio.
Talvez a mais curiosa tenha sido “Bruxas de Salém”, texto incrível do Arthur Muller, última direção da dupla Abujamra/Fonseca, mas que não era uma produção da Cia, mas sim do finado Teatro Glória que possuía um algum orçamento para novas produções; protagonizada por Eriberto Leão e Cláudia Lira.
Apesar de haver substituído o André em O Casamento, o Abujamra assistiu a um ou dois ensaios meus antes da reestréia, mas o Monsenhor já era meu, não houve um teste ou um processo de construção com o mestre Abu.
Em “Bruxas”, apesar de um personagem coadjuvante, foi um processo completo. Aprendi muito com os dois mestres, Abu e João. Tenho na memória uma intervenção do Abu dizendo para mim, sendo homem e marido naquele século, que não precisava falar alto para me impor à minha mulher. Bastava falar firme, em tom baixo, que resultaria muito mais forte.
Outra coisa curiosa, talvez mais para nós da companhia, é que o Abu adorava fazer uma síntese ao final de todas as peças. Marca registrada dele. Falas rápidas que resumiam o espetáculo.
Mas, “Bruxas” já estava beirando as duas horas e todos do elenco achavam inapropriado fazer uma síntese depois de tanto tempo.
Abu insistiu num ensaio. Agora, ele mesmo dizia, as propostas para a síntese eram livres.
Resolvi, tentando defender a concepção da maioria, sabotar o ensaio da síntese. Falei de forma tresloucada, subi em mesa, chutei banquinho e a síntese foi abortada.
Nunca soube se minha brilhante atuação contribuiu para o corte da síntese. Mas, acho que o espetáculo ficou melhor sem ela, provavelmente pela sensata e competente decisão da direção.
Nesse processo, também houve um episódio que me aproximou do Abu, por quem até então nutria um grande respeito artístico, mas quase nenhum contato pessoal.
Eu acabava de iniciar um namoro com a hoje mãe do meu filho e fui avisado pela produção de que o Abu havia marcado um ensaio geral, já próximo à estréia, na noite do aniversário dela! Já havíamos marcado um jantar especial.
Abu se hospedava no Hotel Glória, cujo teatro receberia nossa estréia. Mas morava em São Paulo. Vinha somente para os ensaios importantes, João carregava o piano. Não conseguiria falar com ele pessoalmente a tempo de que me dispensasse mais cedo do “corridão”.
Então, escrevi uma carta, na época, início do século, de próprio punho. Duas páginas bem emotivas, expondo os motivos que me levavam a pedir a dispensa de ensaio tão importante, e a deixei na recepção do hotel para que ele recebesse na manhã do dia do ensaio. E passei o dia aflito, imaginando sua reação.
Abu não só me dispensou, como adorou a carta! Diariamente, a partir de então, me perguntava como estava a minha baiana e nossa relação. E eu passei a conhecer o Abu pai, o Abu carinho, além do cínico cartesiano e exigente diretor que ele foi.
Para finalizar, gostaria de mencionar rapidamente mais três produções dos Fodidos muito importantes para mim.
Por ordem cronológica comecemos por “Édipo Unplugged”:


Em cena com “Édipo Unplugged”. Direção de João Fonseca e Paula Sandroni. Personagem: Creonte.


Espetáculo que nasceu de leituras dramáticas de Édipo Rei, de Sófocles, promovidas por Paula Sandroni e Nina Saroldi, ultrapassou O Casamento, como nosso espetáculo mais longevo! Acabamos de gravá-lo, agora em março, para disponibilizá-lo em nosso canal do youtube Cia Os Fodidos Privilegiados, passados 17 anos de sua estréia, em 2004!
Durante as leituras percebemos o óbvio: o texto de Sófocles, traduzido magistralmente por Geir Campos, era um thriller espetacular e se bastava para atrair a atenção e o envolvimento da platéia. Ideal para ser montado por uma Cia que estava se renovando (Abu havia saído há poucos anos), não tinha um tostão, mas muita gana de tarbalhar!
Vivíamos a moda do “unplugged”, especialmente na música, que significava acústico (sem eletricidade), mas também simples, íntimo, e entitulamos nosso espetáculo “Édipo Unplugged”, pois usávamos figurinos cotidianos, camisas pretas, jeans e tênis, e nosso cenário era um quadro negro e sete cadeiras somente!
Este espetáculo correu o Brasil e se apresentou diante das mais diversas platéias, sendo sempre muito bem recebido. Amo fazê-lo!


Espetáculo: “Édipo Unplugeed”. Na foto com Thelmo Fernandes.


Creio que o espetáculo que mais curto, ou curtia fazer, era “Escravas do Amor”, uma hercúlea e competentíssima adaptação do João Fonseca do folhetim homônimo de Nelson Rodrigues, editada quase como um romance de trocentas páginas.
Esse espetáculo estreou em 2006, com Juliana Baroni, Sérgio Marone e Jacqueline Sperandio como atores convidados, e apesar de ter sido apresentado em várias temporadas, no Festival de Curitiba e em outros, acho que teve uma carreira inferior à sua qualidade.
Se posso classificá-lo de alguma forma, além do cativante humor do Nelson, era um texto de realismo fantástico, em que narrávamos algumas rubricas deliciosas como parte das falas, dirigindo, em cena, a atuação dos personagens.

Saudades!


Espetáculo: “Escravas do Amor”, de Nelson Rodrigues. Direção: João Fonseca. Em cena com Juliana Baroni, Rose Abdallah e Sergio Maroni.


“Escravas do Amor”. Na foto: Juliana Baroni, Sergio Maroni, Iley Clare, Cris Marynki e Thelmo Fernandes.

Por último, nossa última produção em palcos pré-Covid. “Pressa”, do Octavio Martins, estreada em 2017.
Espetáculo moderno, forte, quase pesado, não fosse a inteligente ironia que permeia ele todo.
“Pressa”, apesar do cenário simples, baseado em um fundo de tiras de pano e cadeiras (nossa marca), tinha uma luz e efeitos um pouco mais complexos e um elenco numeroso. Não era uma mantagem tão simples de correr estrada. Fizemos apenas São Paulo e Rio.
No meu caso particular, tive uma experiência profíqua. Fiz uma tragetória um pouco diferente dos meus personagens em geral, acostumado a tratá-los de forma mais grandiloqüente.
Busquei o pequeno, naquela fé de que “pouco e muito”. Compus um marido submisso, tímido, que somente afligido pelas peripécias da trama ia ganhando energia, até finalizá-lo numa catarse expansiva.


Espetáculo: “Pressa”, de Octávio Martin. Direção: João Fonseca e Nello Marrese. Na foto com Rafaela Amado e Mariah Viamonte.


“Pressa”. Roberto Lobo e Mariah Viamonte.



– Trajetória Profisional:


– 1985: Depois de abandonar as faculdades de medicina e física, entrei na faculdade de teatro da ECA, Escola de Comunicações e Artes da USP.

– 1986: Faço minha primeira peça curricular, quando realmente decido que quero seguir carreira: “Não Se Brinca Com Amor”, de Alfred Musset, direção de José Eduardo Vendramini, com vários colegas que estabeleceram carreira como Emílio de Mello, Antônio Araújo (diretor do Teatro da Vertigem), Zemanuel Piñero, Vanderlei Bernardino, Lúcia Romano e Cibele Forjaz.

Espetáculo: “Não se Brinca com o Amor”.


– 1988: Ano dos meus primeiros e únicos prêmios: Melhor Ator do Festival de Teatro Amador do Sesc e posteriormente do Festival de Teatro Amador da Cidade de São Paulo, com a montagem extracurricular de “O Rufião”, de Joe Orton, com direção de Leonardo Medeiros.

– Neste ano iniciei minhas participações em filmes publicitários (o primeiro foi do biscoito Tostines), que iriam me permitir produzir um espetáculo com recursos próprios.

– Também neste ano participei de uma montagem histórica da EAD: “Maria Stuart”, de Friedrich Schiller e direção de Iacov Hillel, com alunos de várias turmas da escola.

– Participei de um workshop com Klauss Vianna, com quem estabeleci uma rápida mas intensa amizade.

– 1989: Nas apresentações de “Maria Stuart”, no ano anterior, eu e mais 3 colegas nos tornamos muito próximos. Com mais 2 convidados e com direção de Marinho Piacentini, montamos “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, de Fernando Arrabal, dando origem a um grupo que trabalharia junto por 6 anos, 2 deles no México.

– 1990: Ensaios com a companhia Marinho Piacentini Performance Brasil (MPPB)

– 1991: Estreia do espetáculo não-verbal “Comala”, baseada no livro homônimo do mexicano Juan Rulfo, sob direção de Marinho Piacentini, em Assunção, Paraguai. Posteriormente fomos à Colômbia, onde nos apresentamos em 7 das principais cidades do país. E, em seguida, fizermos temporada de 3 meses na Cidade do México

– 1992: Contratados pela Universidad de Colima, México, nos apresentamos “Comala” por todo o país.

– 1993: Montamos, ainda pela universidade, o espetáculo “La Bestia de Nuremberg”, criado e dirigido por Marinho Piacentini e baseado na estória misteriosa de Kaspar Hauser.

– 1994 e 1995: Fase mais produtiva com vídeos publicitários e institucionais.

– 1996: Além dos muitos filmes publicitários, contratado como professor de teatro pela Universidade de Franca, SP.

– 1997: Com meus alunos da universidade, criei o grupo “Bendito É o Fruto” e dirigi “A Casa de Bernarda Alba”, Federico García Lorca, apresentado em Franca.


A Casa de Bernarda Alba”.


– Neste ano, produzi, para mim mesmo, o monólogo “Eu Sou a Revolução”, criado e dirigido por Marinho Paicentini, baseado no texto “Marat/Sade”, com temporada em São Paulo e apresentações no Rio, Mogi das Cruzes, Franca e São Carlos.

– 1998: Mudei-me para o Rio, onde logo ingressei na Cia Os Fodidos Privilegiados substituindo meu colega André Correa, com quem já tinha trabalhado em São Paulo e estava voltando para lá, como o Monsenhor do espetáculo “O Casamento”, adaptação do romance de Nelson Rodrigues, dirigido por Antônio Abujamra e João Fonseca. Fui apresentado ao grupo por minha prima Paula Sandroni. João tinha assistido meu exame para EAD, onde fiz Calibã, e eu já tinha feito um workshop com o Abu em São Paulo, assim ambos aprovaram meu ingresso.

– Neste ano também estreei na teledramaturgia. Fiz minha primeira participação na novela “Por Amor”, de Manoel Carlos e direção de Roberto Naar, e participei do elenco durante toda a novela “Torre de Babel”, de Sílvio de Abreu e direção de Denise Saraceni. Além de seguir firme na publicidade.

– 1999: Minha primeira incursão na telona: uma participação figurativa, logo no filme “Chatô – o Rei do Brasil”, de Guilherme Fontes e Murilo Salles!!
– Passei 6 meses em São Paulo fazendo um espetáculo sofridíssimo chamado “A Barca do Mortos”, de H. Mueller, sob direção de Rubens Rusche e com Antonio Petrin.
– Além dos filmes publicitários e, agora, das participações, especialmente como médico, em novelas da Globo.
– Primeira peça escrita: “Tiro Branco”.
– 2000: Trabalho com Aderbal Freire-Filho (que dirigiu e estrelou) no espetáculo “Luzes da Boemia”, de R. Valle-Inclán.


Espetáculo: “Luzes da Boemia”, de R. Valle-Inclán. Direção: Aderbal Freire Filho. Na foto com Charles Pavarenti e Ricardo Blat.


– 2001: Trabalho com Charles Möeller e Cláudio Botelho substituindo Ricca Barros em “Company”, de S. Sondheim e G. Furth.

– 2002: Pisei pela primeira e única vez no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro com o infantil “O Fantasma do Theatro”, de Justin Locke, sob direção de Charles Möeller e Cláudio Botelho.

– 2003: Criação e apresentação do pocket show “Mais de poeta – Vinícius de Moraes”.

– Participação no espetáculo “Bruxas de Salém”, de Arthur Miller, sob direção de João Fonseca e, pela primeira vez num processo completo, de Antônio Abujamra.

– 2004: Trabalhos com o diretor Antônio Guedes em “The Play” e Medéia.

– Estreia de “Édipo Unplugged”, de Sófocles, com direção de João Fonseca e Paula Sandroni, que acaba de ser filmado e apresentado em nosso canal do youtube Cia Os Fodidos Privilegiados.

– 2006: Estreia do espetáculo “Escravas do Amor”, folhetim de Nelson Rodrigues, sob direção de João Fonseca, onde fiz Dr. Carlos, acho que o personagem que mais prazer me deu fazer. E coincidentemente fiz uma participação em “Páginas da Vida”, de Manoel Carlos, sob direção de Jayme Monjardim, que foi uma das incursões na telinha de que mais gostei.

– 2008: Trabalhei com o diretor José Henrique e Silvia Monte no espetáculo “O Processo”, adaptação do livro homônimo de Franz Kafka, estrelado por Tuca Andrada.


Espetáculo: “O Processo”, de Franz Kafka. Direção de José Henrique. Na foto com Tuca Andrada.


– 2009: Substituí tanto Carmo Dalla Vecchia como Edson Fieschi, protagonistas do espetáculo “Estranho Casal”, de Niel Simon, com direção de Celso Nunes.

– Trabalhei com Cláudio Cavalcanti no espetáculo “Quando se é Alguém”, de Luigi Pirandello, sob direção de Martha Ribeiro.


Espetáculo: “Quando se é Alguém”, de Luigi Pirandello. Direção: Martha Ribeiro. Na foto com Cris Mayrink e Claudio Cavalcamti.


– Fiz alguns trabalhos como dublador sob direção de Jorge Rosa.

– 2012: Primeira participação no Festival Internacional de Teatro de Curitiba com os espetáculos “Escravas do Amor” e “O Casamento”.

– Participação no espetáculo “O Bom Canário”, de Zach Helm, sob direção de Leonardo Netto e Rafaela Amado, supervisão geral de Camila Amado.


Espetáculo: “O Bom Canário”, de Zach Helm. Direção: Leonardo Netto e Rafaela Amado com supervisão de Camila Amado. Na foto com Marcos Ácher e Joelson Medeiros.

“O Bom Canário”.


– 2013: Trabalhei com José Wilker, que dirigiu “Rain Man”, de Dan Gordon, protagonizado por Marcelo Serrado e mais Rafael Infante e Fernanda Paes Leme.


“Rain Man”, de Dan Gordon. Direção de José Wilker.

“Rain Man”.


– 2014: Substituí Leonardo Netto no espetáculo “Conselho de Classe”, de Jô Bilac, sob direção de Susana Ribeiro e Bel Garcia.

– Primeira participação na TV Record em “Milagres de Jesus”.

– 2015: Mudei-me para Miami onde morei até o final de 2016 e fiz vários trabalhos como dublador para as empresas The Kitchen Studios e Universal Cinergia Studios.
– Apresentei o monólogo “The Orange Cat”, de Glen Hutchinson e direção de Lucia Aratanha, para o New Theatre fundraising.
– E fui colunista do jornal Achei Usa, periódico semanal para a comunidade brasileira do sul da Flórida.
– 2017: De volta ao Brasil, participei do workshop “Grande Sertão: Veredas”, de Bia Lessa.
– Outra vez substituí meu querido colega Leonardo Netto no espetáculo “Entonces Bailemos”, de autoria e direção de Martín Cárdenas. E, com nossa Cia, montamos “Pressa”, de Otávio Martins, sob direção de João Fonseca e Nello Marrese.

Espetáculo: “Entonces Bailemos”.


– 2019: Participação em vários folhetins e séries, mas principalmente no que considero minha estreia na telona com a participação em “Não Vamos Pagar Nada”, direção de João Fonseca.
– 2020: Pandemia: zero atividades artísticas.
– 2021: Filmamos “Édipo Unplugged” para exibição no youtube. Está disponível no canal da companhia, Cia Os Fodidos Privilegiados.


– Fizemos a leitura virtual, com elenco masculino e feminino, também disponível em nosso canal no youtube. de “Um Outro Hamlet”, com direção de João Fonseca e Johaine Hildefonso; releitura da peça de estreia da Cia, há 30 anos, “Um Certo Hamlet”, dirigida por Abujamra, à época, só com mulheres.



Leitura de “Um Outro Hamlet”, dirigido por João fonseca e Johayne, de “Um Certo Hamlet, na época dirigido por Antônio Abujamra – estreando nossa Cia há 30 anos. Está disponível em nosso canal no YouTube Cia Os Fodidos.


Uma das 17 leituras Dramáticas que fizemos dos textos de Nelson Rodrigues – “Bonitinha, Mas Ordinária”, que foi dirigido por nosso querido Roberto lobo, prazer em estar nesse elenco. No Gabinete de Leituras Guilherme Araújo, com coordenação de Rose Abdallah.



Meu querido Francis, agradeço pela oportunidade dessa entrevista.
Este ano completo 30 anos de carreira profissional! Será que ainda terei a oportunidade de comemorá-los nos tablados sem atraso? Oxalá!
Que falta faz um terceiro sinal, né, meu filho?


Amigos! Com muita alegria comunico que o mês de junho o projeto – Entrevistas NECESSÁRIAS – comemora um ano de exaltação as artes, dando luz e visibilidade à trajetória de artistas do universo teatral e da dança. Junho para lá de necessário com entrevistas especialíssimas.


Teremos no palco do Blog/Site na próxima quarta, 02/6, no projeto – Entrevistas NECESSÁRIAS – à atriz que foi uma das fundadoras da muito bem descortinada Cia. Teatral Limite 151 – que estreou com um dos textos do mais paradoxal, polêmico, odiado e amado, pela a desamarra de verdades e desejos à flor da pele, que existia no imiscuir de seu universo de extremo necessário – Nelson Rodrigues.


Saberemos tudo do ofício muito bem desenredado da atriz e produtora:

Gláucia Rodrigues

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